sábado, 5 de fevereiro de 2011

Nick Nicotine


foto por Vera Marmelo

O primeiro álbum de Nick Nicotine “Ghost and Spirits” ainda fervilha no nosso sangue, mas eis que surge vindo da mente negra de Nick Nicotine um novo clássico. “Open Water” o novo longa duração deste homem de negro, oferece-nos uma liberdade que a tensão de “Ghosts and Spirits” não nos permitia. “Ghosts and Spirits” o disco que o mestre por detrás desta orquestra Barreirense nos trouxe em 2010 é um pedaço em bruto de Rock N’ Roll ainda por delapidar. As influências como os Blues ou o Folk tocam na cabeça de Nick Nicotine mas apenas o Rock and Roll brota cru das mãos deste mago do ritmo. Na capa do álbum aparece-nos esta figura captada pela lente de Vera Marmelo, o homem que veste bem o seu colete. As músicas de “Ghosts and Spirits” não nos permite nenhum momento de descanso, a energia escorre dos dedos de Nicotine. Só lá para o final do álbum é que nos é permitido suspirar por alguns momentos. A experiencia proporcionada por “Ghosts and Spirits” não é aconselhada nem a virgens nem a cardíacos, apenas os homens de barba rija e as mulheres de buço estão aconselhados a vivenciar este acto de pululância desregrada.
Em “Open Water” a nova empreitada de Nicotine, a energia é contida dando ao ouvinte mais macio uma oportunidade para desfrutar dos momentos que Nick Nicotine nos proporciona neste novo álbum. Este pequeno travão na pujança deste senhor de barba rija dá-nos a oportunidade de vislumbrar pela primeira vez as diferentes facetas deste intrincado senhor. O mais recente álbum deste homem radicalizado na bonita cidade do Barreiro começa com música homónima “Open Water”, uma música gingona, talvez gingona não seja a melhor palavra para descrever a música do Nick. O disco continua com muitos pontos altos, como por exemplo “Magical Girl (Teen Dream’ 95)” um terno momento musical escrito por um homem de barba rija. “Caroline” mostra um homem que para além de uma soul do tamanho do mundo, tem também alma de cantor folk.
Para acabar Nick Nicotine deixa-nos num mundo sem imagem, onde o corpo do homem volta a tremer com a electricidade a que já nos habitou. Assim depois de “Ghosto A Spirits” que nos colou à parede com a sua agressividade, com um álbum que vale pena de escutar com a calma de um poeta. Apenas o futuro nos dirá o que podemos esperar desta figura maior que o Cristo Rei.

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