terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Pack de Natal


Nesta semana em que as rádios deixam em rotação máxima os clássicos de qualidade duvidosa como o infame tema de natal protagonizado por Mariah Caray. Deixo duas sugestões que espero serem capazes de proporcionar a catarse necessária aos nossos espíritos nesta época festiva.
A primeira sugestão vem da mente colorida de Alan Palomo, Neon Indian para a maioria. Ainda a fazer render o álbum de 2009 “Psychic Chasms” Neon Indian mostra-nos agora o vídeo da música “Mind, Drips”. Realizado por Lars Larsen o vídeo é uma viagem alucinógena muito lo-fi, criada por Larsen através de um aparelho, o LZX Visionary, um sintetizador de vídeo analógico que manipula as imagens de uma forma análoga à do sintetizador de sons. O resultado é uma imagem pré-digital, com traços Lo-fi que fazem lembrar o finado VHS. Este visual encaixa magistralmente na música criada pelo mago da chillwave.

Por sua vez a segunda sugestão é da autoria do duo de Brooklyn, os Sleigh Bells. Nascidos do interior de uma caldeirão que inclui uma banda hardcore e uma ex-estrela pop juvenil os Slegh Bells apareceram tal qual um terramoto que fez tremer toda a critica especializada. Apadrinhados por M.I.A. os Sleigh Bells são um soco no estômago garantido pelas guitarra distorcida de Derek Miller e a voz estridente de Alexis Krauss. Para audição fica a epopeia noise de “Infinity Guitars”.


Neon Indian - Mind, Drips


Sleigh Bells - Infinity Guitars

domingo, 12 de dezembro de 2010

O Leite do Ariel


Ariel Pink, Wayne Coyne, um iphone e leite reunido a partir de doações mamárias de várias mulheres que o cederam de boa vontade a Ariel Pink são os ingredientes do mais recente vídeo do músico de Los Angeles. “Round and Round” é o single retirado do álbum “Before Today” lançado no passado mês de Junho.
Editado por George Salisbury a explosão visual de “Round and Round” assenta perfeitamente no mundo psicadélico de Ariel Pink, ficamos contudo à espera de futuras colaborações por parte de Ariel Pink e Wayne Coyne.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Lula Pena


A voz de Lula Pena continua hoje a inquietar o meu espírito com a mesma intensidade que o fez aquando da primeira audição.
Lula Pena renasceu quando num assalto lhe roubaram, o trabalho que ansiava finalmente puder expor numa galeria em Barcelona. Privada deste caminho, um amigo aconselhou-a a utilizar a música para afastar os demónios que a atormentava. Assim fez, pegou na guitarra e tocou.
Com “Phados” agraciou o mundo com a voz, tão perturbadora quanto divina esta voz que Lula Pena já havia levado pelo mundo. Nas trezes casas de “Phados”, Lula Pena despe-nos pele e deixando-nos nus, sozinhos, desprotegidos à mercê dos braços longos das suas palavras, tão acolhedoras quanto assassinas. Elas saem do seu corpo frágil, que ferve por baixo da pele capaz de traduzir os sons da terra na sua voz.
Filha de uma alma lusófona que a todos nos corrói o espírito, Lula Pena canta esta ferida aberta no coração de Portugal com uma presença nos deixa perplexos diante a grandeza da sua voz.
Doze anos passados desde o advento que foi “Phados” somos apresentados a um segundo advento “Troubadour”. Desta vez dividido em sete actos, estes setes locais de uma alma lusófona aberta ao mundo. Em “Troubadour” Lula Pena brinca com referências que a acompanharam a quando da criação desta peça de arte contemporânea. Lula Pena mostra-se em “Troubadour” mais consciente do mundo que lhe embala a voz.
A sua voz mais crua, ganhou durante estes anos uma urgência que dança à beira de um abismo que a encara a cada verso.
Fica aqui apenas o desejo que o terceiro advento desta mulher que canta Portugal chegue mais prematuramente que “Troubador”.

Fourteen Actors Acting




14 actores unidos por uma colecção de imagens captadas por Solve Sandsborg. Sozinhos com os seus personagens, brincam com os fatasmas da sua arte. Acompanhados pelos acordes de Owen Pallett estes 14 actores podem ser observados no site do The New York Times o orgão responsável pela ideia.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

mynameisindie TV #2




Karaocake - It Doesn't Take a Whole Week. Directed by S. Laporte and T. Gagnaire


Arcade Fire - The Suburbs. Directed by Spike Jonze


Octopus Project - Hallucinits. Directed by Wiley Wiggins


Darwin Deez - DNA. Directed by Miles Crawford


mynameisindie TV #1






SHE & HIM - Why Do You Let Me Stay Here?. Directed by Takahashi Shuzo




Memoryhouse - Heirloom. Directed by Jamie Harley



Tu Fawning - I Know You Know. Directed by Ryan Jeffery



John Grant - Where Dreams Go To Die. Directed by Nat Le Scouarnec



Youthless - The Beasts. Driected by Bruno Ferreira


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Breves

B Fachada tem um novo álbum pronto a sair neste natal, com o titulo “B Fachada é pra Meninos” neste álbum B Fachada que até aqui tinha aparecido sozinho com a sua viola aparece neste álbum em formato banda com Martim no contra baixo e baixo e Mariana em duas baterias muito pequeninas. Para além dos seus colegas de banda B Fachada também conta com Lula Pena e Francisca Cortesão aka Minta.

Do outro lado do panorama musical português os Paus preparam-se para o segundo concerto da iniciativa “Só Desta Vez”, o concerto desta vez conta com os convidados Dj Ride e RIOT e será no dia 16 de Dezembro no Lux.

A Esquizofrenia de Sufjan


O mais recente álbum de Sufjan Stevens “The Age of Adz” trouxe muitas novidades em relação aquilo que estaríamos à espera de Sufjan. Este novo álbum representa uma quebra na sua maneira de criar música, Sufjan já tinha antes brincado com a electrónica tendo sempre presente a forma narrativa como se dedica à música em “The Age of Adz” ele abandona a estrutura de composição que nos habitou para se dedicar à total experimentação. A música que encerra “The Age of Adz”, “Impossible Soul” é uma viagem de 25 minutos onde Sufjan cria muitos dos momentos mais brilhantes da sua carreira. Para além das surpresas que “The Age of Adz” nos trouxe, Sufjan Stevens contraria-se, depois de no ano passado numa entrevista a Brandon Stosuy ter dito que os artistas musicais se deviam afastar da televisão e que os Late Shows promovem uma comédia com a qual não se identifica e de dizer que as pessoas que assistem a esse tipo de programas está longe de ser o seu público. Depois de todos estes argumentos Sufjan Stevens surpreendeu toda gente quando recentemente teve a sua estreia televisiva tocando “Too Much” no Late Night with Jimmy Fallon. E como as surpresas nunca acabam com Sujfan, desta feita o próprio aparece num raro e totalmente esquizofrénico vídeo que serve a música “Too Much” o mesmo aparece quase irreconhecível mostrando os seus dotes de dançarino.


King Khan and the Shrines


No passado dia 13 de Novembro fechou o Festival Barreiro Rocks com um enorme BANG, nascido na cidade de Montreal no Canadá no seio de uma comunidade indo-caadiana, Arish Ahmad Khan para alguns King Khan em conjunto com os The Shrines leva as suas guitarras assassinas aos quatro cantos do mundo. Sediado em Berlin há alguns anos é um segredo bem escondido na comunidade garage underground, King Khan é um Deus psicadélico que tem como crentes pessoas como Lou Reed. Para além dos seus apóstolos os The Shrines, King Khan em conjunto com alguns membros dos Black Keys e dos BBQ Show formou os Almighty Defenders que usa para evangelizar todos para a palavra do Rock. Para King Khan o rock não necessita dos artifícios utilizados pela maioria das bandas actuais, o rock de King Khan vem directo da fonte e não faz reféns.

As influências da banda estão escondidas algures nos anos 60 entre a loucura soul de um James Brown e as guitarras frenéticas do rock and roll. “The Supreme Genius of King Khan and the Shrines” foi a primeira vez que o mundo exterior conheceu o génio de Khan, neste sétimo trabalho de estúdio Khan mostra porque foi coroado King.



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Out of Time







mynameisindie no Facebook


O mynameisindie está no facebook e anda à procura de amigos.

O "Drop" de Contador


Na altura do lançamento do vídeo que serve complemento à música “Drop”, música essa que fará parte do mais recente EP dos Gala Drop, “Overcoat Heat”, apetece-me falar de António Contador o homem por detrás do vídeo de que se fala. A arte de António Contador fará para alguns, parte de uma elite por vezes perversamente ególatra. Para os restantes, os projectos de António Contador são construções heurísticas onde o artista incorpora referências externas que se imiscuem nessa mesmas construções.
O projecto de António Contador “Nossa Senhora de Fátima Machine” realizado em colaboração com Calhau! é talvez o projecto com maior visibilidade fora de um certo circuito restrito. O projecto “Nossa Senhora de Fátima Machine” foi disponibilizado na altura do seu lançamento pela editora Merzbau. No projecto referido anteriormente António e Calhau! desconstroem um dos símbolos intrínsecos da nossa portugalidade.
Voltando ao vídeo que me levou a António Contador em primeiro lugar, “Drop” é construído através do arquivo de filmes super 8 de António Contador. O vídeo de “Drop” faz-se entre ondas e loops que nos atravessam de uma ponta à outra entre grãos de areia que se metem nos dedos dos pés.
Quanto à música dos Gala Drop a viagem é até lugares tropicais que comunhão com o sonho românticos encaixa perfeitamente nas paisagens da história de António Contador.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Wwwwwwwwwarpaint!


Os Warpaint são uma banda da Califórnia, mais precisamente Los Angeles. Das suas fileiras já fizeram parte duas caras conhecidas, o guitarrista dos Red Hot Chili Peppers Josh Klinghoffer e a actriz Shannyn Sossamon.

O seu primeiro Ep “Esquisite Corpse” foi um lançamento de autor, que contou com a participação de John Frusciante. A quando do seu lançamento “Esquisite Corpse” gerou um imenso burburinho por parte da critica especializada.

Embora a formação da banda conte já com seis anos só recentemente assinaram com a Rough Trade.

Do núcleo duro da banda fazem parte três meninas Emily Kokal, Theresa Wayman e Jenny Lee Lindberg, Stella Mozgawa é a novata que ocupa a bateria. Estas quatro meninas usam uma fórmula semelhante à dos The xx para quem já fizeram a primeira parte, um som negro que se combina com uma estética declaradamente Indie Pop.

No entanto “The Fool” o primeiro longa duração da banda não se resume a formulas. Os ambientes criados pela banda rodeiam as paisagens psicadélicas formadas pelas construções melódicas da banda, essas paisagens abrem também caminho para labirintos melódicos perto do shoegaze.

A banda preza as suas estruturas melódicas pouco convencionais que trazem uma frescura a alguns sons mais reconhecidos pela maioria.

Vale a pena descobrir “The Fool” principalmente pelos caminhos inteligentes escolhidos pela banda.



God Tiny


“Psychedelic-folk-blues rooted ever-growing collective of head banging hooligans encircled by loud ambient progressively entwined percussive drunkenly soulful rock music.”

São estas as palavras utilizadas pelos God Tiny para se definirem, e esta escolha de palavras é sem dúvida uma excelente definição de si mesmos. Os dois álbuns da banda foram disponibilizados para download pela banda, eu a todos a conhecer os ambientes suados criados pelas guitarras desta banda.

When The Clouds


Foto de Francesco Galano

When the Clouds é a banda do músico e produtor Francesco Galano um italiano de Salerno. Galano é um mestre na criação de ambientes etéreos, que nos abraçam como os cobertores que nos aqueciam nas noites de chuva da infância. Francesco Galano divide a sua vida entre as belas artes e a música, estas suas duas paixões encontram-se nas canções criadas enquanto When the Clouds, Galano cria a suas canções como um pintor pinta um quadro, uma camada de cada vez. “The Longed For Season” é o nome do álbum lançado por Galano enquanto When the Clouds, onde ele nos apresenta o resultado de muito tempo de estudo construção de estruturas musicais baseadas no post-rock e musique concrète. Embora o sangue latino lhe corra nas veias neste álbum todas emoções são contidas, Galano só as liberta no momento certo, transformando as canções deste álbum num quadro pintado por emoções humanas.



terça-feira, 16 de novembro de 2010

"Joy Division" por Kevin Cummins





fotos de Kevin Cummins


A recordação dos Joy Division no ano 2010 faz-se para além das músicas que continuam a marcar uma geração vários anos após o término da banda, também através de uma imagética que ainda hoje marca a banda de Manchester. Se é verdade que um dos responsáveis por essa imagética é o fotógrafo Anton Corbjin o outro homem responsável pela criação dessa mesma imagética é Kevin Cummins, cujas fotografias redefiniram e continuam a definir os Joy Division. Este mês publicado pela Rizzoli Kevin Cummins irá lançar um livro de fotografias onde reuniu uma grande fatia do seu trabalho com os Joy Division. Com o titulo “Joy Division” este lançamento promete ser uma peça fundamental da iconografia dos Joy Division.

Dave "Maximum Balloon" Sitek


Para aqueles não familiarizados com o conceito spin-off, o mesmo pode ser definido como um trabalho que derive de um outro já existente, ou seja usando o exemplo da televisão, um spin-off acontece quando existe uma mudança brusca da narrativa que altera o foco da mesma. Por exemplo deixa de se focar num conjunto passando a focar-se apenas num dos personagens desse conjunto. Dito isto pode-se afirmar que o mais recente trabalho de Dave Sitek cumpre todas regras para que o mesmo não se possa definir como um verdadeiro spin-off dos TV on the Radio como se vai ver a seguir.
Antes disso é preciso referir que as aventuras extra conjugais de Sitek são bem conhecidas, para citar alguns exemplos podemos referir os trabalhos de produção de bandas como as Telepathe, os Liars ou talvez o mais conhecido trabalho com os Yeah Yeah Yeahs.
Voltando ao busílis da questão a verdade é que o álbum homónimo, “Maximum Balloon” nunca chega a colocar Dave Sitek num foco solitário, neste álbum Dave Sitek aparece sim como o organizador da festa barra mestre de cerimónia. Neste trabalho Sitek fez questão de se reunir com muitos dos seus colegas de andanças.
Outro factor que o impede realmente de ser um spin-of é a fatia do álbum referente à participação dos seus colegas de banda Tunde Adebimpe, Kyp Malone e também da sua amiga Karen O vocalista dos Yeah Yeah Yeahs, que não foge quase nada ao trabalho que Sitek faz com os Tv on the Radio.
As suas viagens para terrenos mais verdes neste álbum fazem-se na companhia de pessoas como o lendário David Byrne, Yukimi Nagano dos Little Dragon ou ainda Theophilus London.
A este álbum faltam alguns argumentos para que se possa colocar o mesmo, no mesmo patamar dos seus álbuns com os Tv on the Radio, contudo não deixa de valer bastante a pena conhecer estas viagens de Sitek e seus amigos.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

João Manuel Serra (1931- 2010)


Aos oitenta anos uma parte de Lisboa faleceu, João Manuel Serra o homem conhecido por todos os Lisboetas como o “Senhor do Adeus”.
Durante anos João Manuel Serra foi até à Praça Duque de Saldanha para acenar até às pessoas que por ali passavam. Era nesse local que tentava expurgava a solidão que o afectava. Nesse local acenou ao longo da sua vida a milhares de pessoas a maioria fazia questão de lhe apitar e retribuir o comprimento.
João Manuel Serra não se identificava com a alcunha que lhe foi dada, segundo ele, era o senhor do Olá.
Nos últimos meses tinha uma rubrica na Rede no canal Q onde fazia critica aos filmes que, todos os domingos assistia no cinema do Saldanha com o seu amigo e realizador Filipe Melo. O próprio escreveu no blog que criou para partilhar as opiniões cinematográficas de João Manuel Serra, o seguinte comentário em relação às suas idas ao cinema com João Manuel Serra “os Domingos à noite eram o oásis da nossa semana”.
Na passada noite realizou-se uma homenagem onde centenas de Lisboetas se juntaram na praça que João Manuel Serra conheceu durante tantos anos, para um último adeus.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Nós Queremos Algo


O novo álbum da sueca Lykke Li está acabado e pronto a sair, só falta mesmo sabermos a data lançamento do mesmo. Entretanto “Get Some” o primeiro single deste novo álbum que se espera para breve, já se encontra em todos os cantos da net e o burburinho gerado pelo mesmo faz apenas ansiar ainda mais a continuação de “Youth Novels”.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Prémio Megafone 2010


O colectivo Galandum Galundaina foi o vencedor da primeira edição do prémio Megafone, o prémio que visa galardoar projectos musicais que continuam o trabalho do recentemente falecido João Aguardela, perpetuação da vitalidade da música portuguesa de raiz.
O prémio foi entregue ao quarteto mirandês no passado dia 17 no CCB, exactamente um ano após o espectáculo de homenagem ao músico João Aguardela.
Do júri que decidiu a vitória do colectivo Galandum Galundaina fizeram parte os seguintes ilustres Luís Varatojo, Manuel Halpern, Pedro Gonçalves, Ricardo Alexandre, Rui Lage, Sérgio Xavier e José Mariño.
Para além dos vecedores estavam nomeados o projecto O Experimentar Na M’incomoda e o sexteto Açoreanos Bandarra. A menção honrosa foi entregue ao projecto O Experimentar Na M’incomoda que reutiliza os trechos da tradição portuguesa e os transforma apoiando-se em processos electrónicos.
O prémio Missão foi entregue ao realizador Tiago Pereira, autor de numerosos documentários que se centram na tradição oral portuguesa. Sendo um desses trabalhos o documentário “Significado, a música portuguesa se gostasse dela própria”, cujo o trailer é apresentado abaixo.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

No Age Dusted


Tocaram também no Festival "In The City 2010"

Youthless em Terras de Sua Majestade


Alex e Sab o duo dinâmico por detrás da banda Youthless encontra-se neste momento a correr os UK. Depois de alguns dos doze concertos marcados para quatro cidades em terras de sua majestade. Os Youthless começam já a gerar um grande hype à volta das suas actuações. A banda entrou no top 5 dos melhores concertos do festival “In The City 2010”. Para além disso a BBC comentou a sua participação no festival de Manchester considerando-a uma das novas bandas a seguir. A BBC referiu também o talento de Sab no baixo e o impacto brutal da banda graças ao seu entusiasmo electrizante que contangiou o público presente que quase mandou a casa a baixo.

Para além das suas aventuras ao vivo no Reino Unido a banda prepara-se também para lançar “Golden Age” o primeiro single da nova editora britânica, “One Bird Records”. Os single sai esta segunda-feira no Reino Unido.

Por fim em portugal lançam o videoclip do segundo single da banda retirado do ep Telemachy. O videoclip da música “The Beasts” tem assinatura de Bruno Ferreira.

domingo, 17 de outubro de 2010

o nosso reino

“o senhor hegarty era albino e media quase dois metros. punha-se entre nós como uma estátua de mármore muito macia e viva. eu achava coisas estranhas sobre ele e a sua brancura. dissera-me que a sua mãe o tivera sozinha, já o seu pai morto há muito num azar. o senhor hegarty foi gerado nesse amor por seu pai morto. um amor comunicado entre vida e morte, como pedido insistente dos olhos da morte sobre um filho a nascer. por isso se esbranquiçou seu corpo para a cor das nuvens, o senhor hegarty tendeu para anjo, e assim foi. o nosso senhor hegarty já não me enganava, ainda que ele desacrediatasse ser verdade o que eu pensava, supunha com a sua voz de anjo, e cor de anjo não lhe faltava, o senhor hegarty tendia para anjo como um homem prometido ao céu.”

um trecho de o nosso reino de Valter Hugo Mãe.

sábado, 16 de outubro de 2010

Norberto Lobo

foto de Vera Marmelo

Norberto Lobo é o músico a quem as palavras não fazem falta, as cordas da sua guitarra conseguem dizer mais de si e daquilo que nos quer contar do que frase alguma o poderia. Comparar a guitarra de Norberto Lobo à de Carlos Paredes será um erro que se deve quase de certeza à portugalidade dos dois e a mestria de ambos no mesmo ofício. Para além destas duas particulares em comum apenas o amor pela guitarra e os dedos certeiros nas cordas. Norbeto Lobo é um português que toca Portugal na guitarra clássica e não na guitarra portuguesa e essa diferença altera completamente a forma como Portugal é tocado por Norberto Lobo. Ouve-se em Norberto a certeza da música, em detrimento do virtuosismo técnico, não que o mesmo não o seja muito pelo contrário, mas para Norberto Lobo o erro é importante e faz parte da criação e o músico prefere muitas vezes que o mesmo esteja presente. A verdade é que para Norberto Lobo a música não se reduz à técnica, mas extravasa o instrumento, passando a utiliza-lo apenas como meio para atingir o fim, fim esse que é construção melódica de temas onde nos são pintados lugares com pessoas dentro.

A sua guitarra cria camadas sonoras que se vão multiplicando e polvilhando com apontamentos simples como os sons da americana ou a influencia cítara, esta ideia de ser português num país que muitas vezes não gosta de si. Eu conheci o Norberto Lobo ao contrário, conheci-o já “Pata Lenta” e só mais tarde o conheci como “Mudar de Bina”. Em “Mudar de Bina” vê-se o material, algum ainda cru que foi cozinhado para fazer “Pata Lenta”.

Norberto começa o álbum “Pata Lenta” com o tema homónimo deixando claro que o mesmo não poderia começar de outra forma. Do interior do disco fazem também parte temas como “Ayrton Senna” ou “Zumbido Azedo” que nos contam as histórias dos tais lugares que Norberto Lobo tão bem conhece. Norberto Lobo é tão preciso na pintura das suas casas portuguesinhas na sua música quanto Matisse quando pintava as suas naturezas mortas.

Post Acid


WAVVES - para ouvir com o sol a bater na cara.

Broken Manual







sábado, 9 de outubro de 2010

JP Simões


O homem por detrás do escritor JP Simões, nasceu em Coimbra em 1970, anos que são muito importantes na escrita do autor. Foi membro fundador das bandas Belle Chase Hotel e Quinteto Tati. Hoje a solo escreve histórias de vidas inventadas musicadas por ritmos muito tropicalistas. Aliás mais do que um músico JP Simões é um escritor de canções na mesma veia da sua fixação Chico Buarte. Este que é o português mais brasileiro de Portugal, fez mais pela hegemonia do português do que qualquer acordo ortográfico.

Começou por tratar de histórias reais no jornalismo mas depois de seis meses na agência Lusa apaixonou-se pela ficção e desde dessa altura tornou-se num narrador das histórias de portugueses inventados em tascas e travessas reais.

Contudo ao contrário daquilo que se esperaria de um homem de letras, o seu processo criativo começa a partir do vazio doloroso até a criação da música e só nessa altura a palavra aparece.

Entre Lisboa, Coimbra e o mundo JP Simões o trovador da geração de 70 prepara-nos um novo disco de originais que se espera para breve entretanto recorda-se aqui “Boato”.


domingo, 3 de outubro de 2010

A Culpa Não É Minha - Obras da Colecção António Cachola













"A Colecção António Cachola em depósito no MACE, Museu de Arte Contemporânea de Elvas, desde 2007, é apresentada pela primeira vez em Lisboa. Confrontando o entendimento das diferentes linguagens e tempos através de uma selecção de uma centena de obras, o comissário, Eric Corne, procura dar a conhecer a sua perspectiva do panorama artístico contemporâneo português por via desta emblemática colecção iniciada em 1990 e que conta já com cerca de 400 obras."