segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Óscares


A noite mais esperada por os cinéfilos espalhados pelos quatros cantos do globo foi ontem à noite. Para os portugueses essa noite começou por volta da uma da manhã. Em Los Angeles o relógio marcava as oito da noite. Antes já todas as estrelas tinham passado pela famosa passadeira vermelha num ritual onde fica confuso o verdadeiro objectivo de toda a celebração que se passa no Kodak Theatre numa noite onde o cinema devia ser o denominador comum.
Na semana que antecedeu esta noite a greve dos guionistas que se arrastava já há alguns meses terminou tornando possível assim que a cerimónia pudesse ocorrer pela octogésima vez.
E foi assim que mais uma vez os Óscares tiveram inicio, Jon Stewart o apresentador do Daily Show é mais uma vez o mestre-de-cerimónias desta noite das estrelas. Durante cerca de três horas e meia a noite decorreu sem grandes surpresas. Tudo correu conforme o guião na noite onde o conceito de estrela consegue abafar o conceito de artista.
Os irmãos Cohen foram os grandes vencedores da noite levando para casa os dois principais prémios da cerimónia, o prémio para melhor realização e o de melhor filme com “Este País não é para Velhos” (discurso já devia estar escrito desde fim das filmagens). Nestas duas categorias sentiu-se a falta de David Cronenberg que continuou a ser ignorado pela Academia. O filme “Promessas Perigosas”, que conta uma história de violência protagonizada pela máfia russa em Londres. O único representante deste filme foi Viggo Mortensen que perdeu a estatueta para o pela quarta vez nomeado Daniel Day-Lewis que ganhou o seu segundo Óscar tornando-se assim o primeiro actor não americano a receber o prémio mais que uma vez. Na categoria de melhor secundário o prémio foi para Javier Bardem que já tinha ganho todos os prémios pelo seu papel de Anton Chigurh no filme “Este País não é para velhos”.
No que se refere às actrizes os prémios forma para Marion Cotillard pela sua representação de Édith Piaf no filme “La Vie En Rose”, por sua vez a estatueta para melhor actriz secundária foi para Tilda Swinton que roubou o prémio a Cate Blancett e a sua extraordinária visão de Bob Dylan em plenos anos sessenta no filme de Todd Haynes, “I’m not There”.
A cerimónia contou ainda com a homenagem a todos os artistas que faleceram no passado ano nesta ronda o maior pesar vai para Heath Ledger.
Na cerimónia deste ano a maior surpresa foi a estatueta entregue a Diablo Cody pelo argumento de “Juno”, o filme Indie de Jason Reitman que para além do Oscar para melhor argumento estava também nomeado para melhor filme onde se apresentava como o “outsider” do grupo. A própria Ellen Page que faz papel de Juno estava corrida para o Óscar de melhor actriz principal. È importante frisar o facto deste filme despretensioso ter conseguido chegar ao ambiente tão austero dos Oscars.
Mas foi no prémio para a melhor animação que ocorreu a maior injustiça da noite o filme “Ratatouille” apoiado pelo grande estúdio que é a Pixar conseguiu derrotar o filme “Persepolis” de Marjane Satrapi que pode ser considerado um dos melhores filmes de animação da década.
No que toca aos galardões para a música nos filmes o prémio foi para “Once” que ganhou o prémio para melhor canção com a canção “Falling Slowly" derrotando assim as músicas bastante sobrevalorizadas do filme “Uma História de Encantar”. O prémio para melhor banda sonora foi para Dario Marianelli pela banda sonora do filme Atonement.
Assim acabou mais uma noite das estrelas agora já só temos de esperar mais 365 dias e rezar para que não haja nenhuma greve que impossibilite os Óscares.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Fogo em Camden Town

Os mercados de Camden encontram-se a algumas horas da cidade de Londres, em Camden Town. A pequena vila de Camden era o ponto de encontro para jovens de todo o mundo. O cruzamento de géneros e credos que todos os dias chegavam a Camden é impressionante. Camdem era nos últimos anos como um refúgio da cultura pop para todos os seus visitantes. Estes mercados estavam cheios de jovens que anseiavam fugir aos grandes centros de consumo, podíamos encontrar de tudo desde o grupo de Punks que procuravam umas novas Dr Martens até ao adolescente Indie que procurava uma T-shirt que mostra-se propaganda a um concerto da sua banda preferida. Nos mercados entre vários vinis podíamos encontrar preciosidade como a primeira edição de "Revolver" ao lado de uma edição do "The Queen is Dead". Os Mercados de Camden eram quase como que a capital do mundo vintage.
Mas no princípio deste mês a vila de Camden foi atacada pelas chamas que destruíram bocados da história das ruas desta vila. O fogo espalhou-se por toda a vila destruindo parte dos mercados transformando tudo em cinzas.
Eu espero poder voltar a essas ruas e ver a mesmas ruas das quais eu me lembroe não as cinzas que tenho visto nos jornais. Temo apenas que esta seja uma hipótese para muitos de fazer a Camden aquilo que fizeram ao Chiado, transformar um local de culto num local de consumo como tantos outros.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

I Do What I Want, When I Want


Desde o dia 29 do mês passado que podemos apreciar o novo álbum da banda Xiu Xiu. O novo álbum da banda de Jamie Stewart tem como título “Woman as Lovers”. Os últimos registos dos Xiu Xiu forma marcados pela capacidade lírica de Jamie Stewart. Os temas abordados por Stewart nas suas letras vão desde alusões a fantasias sexuais, fetiches grotescos ou a violência.
A principal disparidade em relação aos anteriores trabalhos presente em “Woman as Lovers” é instrumentalização muito mais presente e ambiciosa.
O primeiro single do mais recente trabalho dos Xiu Xiu tem o nome de “I Do What I Want, when I Want”.

Pere Ubu


Os Pere Ubu são uma banda que conta a voz de David Thomas o único membro constante da banda desde a sua formação em 1975. David Thomas era um crítico musical que escrevia sob o pseudónimo Crocus Behemoth nome que iria acompanhar na sua carreira. David Thomas ou melhor Crocus Behemoth resolveu fazer parte daquilo que vinha a escrever e fundou então os Rocket From The Tombs uma banda que só durou um ano mas mesmo assim foi considerada como uma grande influencia do Proto Punk. Depois do final precoce dos Rocket From The Tombs Thomas e Peter Laughner guitarrista dos RFT decidiram-se juntar a outros nomes e assim formar os Pere Ubu. O nome Pere Ubu veio de uma peça escrita pelo frânces Alfred Jarry.
De uma banda vinda dos Estados Unidos em plenos anos setenta seria de se esperar que tivesse envolvida com o movimento Punk que se fazia sentir em quase todos os cantos do panorama musical americano da época. Mas não o som feito pelos Pere Ubu era pouco convencional e fugia aquilo que se poderia chamar Punk pelo menos ao Punk mais convencional. Fazer uma dissertação sobre o som desta banda seria possivelmente um trabalho hercúleo. Embora o primeiro álbum da banda The Modern Dance seja um álbum de garage rock o estilo da banda não se resume ao garage. O seu som possui imensas esquinas onde se podem encontrar géneros tão distintos como krautrock alemão ou surf rock dos anos 60. Os Pere Ubu foram associados ao post-punk antes de haver uma palavra capaz de descrever esse género musical.
Os Pere Ubu continuam até hoje em digressão embora o único músico da formação original seja David Thomas.
No próximo dia 16 de Fevereiro os Pere UBu passam por Portugal mais precisamente na Casa da Música se quiser ver um pedaço da história da música em acção vale a pena arranjar bilhete.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O Rapaz do Calendário


A premissa é simples, André Murraças percorre toda uma semana de aventuras e desventuras. Enquanto documenta todos pormenores importantes e outros nem tanto André Murraças acompanha toda esta conversa com registos musicais que criam o ambiente de toda a semana. Pela banda sonora de todas estas semanas já passaram nomes como o de Morrissey, Calexico, Elliott Smith, Beirut ou até Judy Garland.
Num panorama radiófinico onde o marasmo impera este espaço é uma boa pedra no charco.
Para poderem acompanhar André Murraças e o seu calendário podem sintonizar a Rádio Radar, Sábado às 20.00 ou Domingo às 15.00. Se forem adeptos das novas tecnologias podem acompanhar os programas mais antigos no espaço de podcasts da Rádio Radar.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Vampire Weekend


Numa altura em que a blogosfera ganha papel fundamental na divulgação de novas bandas. Vindos dos meandros mais obscuros da Internet aparecem os Vampire Weekend.
O disco homónimo da banda vinda da cidade que nunca dorme está quase a chegar às prateleiras das fnacs de todo o país. O disco está cheio de músicas pop contagiantes influenciadas pelos sons vindos do continente africano.
Enquanto este quarteto se aproveita do hype nós podemos aproveitar para ouvir “Mansard Roof”.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

América de Negro


Foi no passado ano que os The National se tornaram uma espécie protegidos da crítica especializada. Poucas foram as publicações que não incluíram o álbum “Boxer” nas famosas listas de final de ano.
Desde 2001 que os The National lutavam pelo lugar ao sol que qualquer banda anseia, depois de álbuns que mostravam já um futuro promissor para esta banda de Brooklyn. “Boxer” parece ter sido o Santo Graal que agradou a gregos e troianos.
Este álbum é a confirmação de Matt Berninger, a sua voz hipnotizante, entra em comunhão com a composição instrumental de Aaroon Dessner.
Os portugueses tiveram a hipótese comprovar o funcionamento ao vivo de “Boxer” no passado Sudoeste. A banda mostrou que não se encontra presa ao formato físico, ao vivo são capazes de transmitir toda a dimensão de Boxer de uma forma mais directa. Outra curiosidade importante dos The National é a contenção como se mostram em palco, o ouvinte consegue sentir essa mesma contenção no álbum de uma forma que nos causa um sofrimento necessário.
A capacidade lírica de Matt Berninger é comprovada durante as doze música que integram “Boxer”.
O álbum começa com o bater das teclas de um piano em “Fake Empire”, desde o início que sentimos o crescendo energético do álbum.
Para além de “Fake Empire” fazem também parte do álbum “Racing Like a Pro” e “Ada” que contam com o talento de Sufjan Stevens. Parece haver uma sinergia entre Stevens e o quinteto de Brooklyn, durante duas músicas os The National passam a ser um sexteto.
Mas acima de tudo “Boxer” é um álbum dirigido pela bateria de Bryan Devendorf todos os compassos de “Boxer” parecem passar pela baquetas de Bryan.
O nome “The National” não é uma coincidência arbitrária. O som desta banda é de uma América em tons negros. De “Boxer” é como um Bruce Springsteen que se mudou para Manchester no final dos anos setenta.
De “Boxer” é portanto um objecto de culto instantâneo.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Reflexão do Autor

Foi há cerca de um ano, que eu escolhi o nome ao qual viria a ser fiel, foi neste mundo Pop que faz lembrar uma constelação em constante mudança que onde estrelas se desvanecem e outras brilham intensamente durante os eternos dois minutos de uma música Pop, que escolhi a aquele que seria o meu nome. Escolhi assim qual seria a minha identidade como melómano. E foi assim que eu fiz da música Indie o meu ponto cardial nesta passagem pela música que se faz, se fez e se irá fazer. O Indie ou a grande música como António Sérgio a costuma designar.
Foi a partir desse princípio que durante o passado ano eu amei bandas e odeie outras tantas. Mas mais o mais importante de tudo este blog é o documento que narra o crescimento como amante de música do autor.