sexta-feira, 30 de julho de 2010

FMM 2º Dia

N’Diale – Jacky Molard Quartet & Founé Diarra Trio

N’Dale são o encontro entre o quarteto de Jacky Molard um mestre do violino e o trio do Mali formado pela cantora Founé Diarra e os músicos Kassim Sidibé e Alhassane Sissoko. Esta amálgama foi responsável por trazer a festa às muralhas do castelo de Sines. A voz vibrante de Founé Djarra em comunhão com a arte de Jacky Molard e os ritmos contangiantes de Kassim Sidibé e Alhassane foram um dos pontos mais altos desta edição do FMM.

Mekons

Os Mekons são uma das bandas Punk com maior longevidade, mas esse facto não reduziu vivacidade com que a banda se apresentou em palco. Os senhores que se apresentaram em palco nesta noite do festival têm uma longa história nos seus currículos tendo sido uns dos responsáveis pela criação do movimento alt-country que nos traz hoje em dia tão boas surpresas no panorama mais alternativo. O bom humor da banda e maneira como se moveram constantemente entre o country o punk poderia ter proporcionado um dos melhores concertos desta edição, mas devido a um qualquer erro de comunicação entre a banda e o público, o que aconteceu foi que as pessoas começaram a abandonar o recinto mais cedo, ficou a ganhar quem se manteve até ao fim e pôde ouvir até o final esta lição de história da música actual.


Grupo Fantasma

Considerados por alguns como a melhor orquestra latina nascida nos EUA o Grupo Fantasma pôs a avenida a dançar, deixou-me a mim contudo a sensação de que não houve uma grande preocupação com a qualidade das escolhas das bandas para os concertos da praia depois do castelo.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

FMM 1º DIA

Vitorino e Janita Salomé com o Grupo de Cantares do Redondo


Os irmãos Salomé abriram as portas do castelo e trouxeram consigo as palavras de António Lobo Antunes desta vez com um sotaque alentejano. As modinhas alentejanas foram as responsáveis por receberem os primeiros festivaleiros deste festival do mundo.

Cacique'97

Coube este ano ao grupo Cacique'97 a tarefa de trazer o Afrobeat a esta edição do Festival de Sines. Os Cacique’97 são produção nacional mas têm um pé em todo o mundo. Este colectivo de Lisboa é uma super banda formada por outras bandas portuguesas especializadas no funk e nos sons afros. O público da praia respondeu muito positivamente, movendo os seus corpos ao som desta banda que descende directamente de Fela Kuti.


Las Rubias Del Norte

Vindas de Nova Iorque Allyssa Lamb e Emily Hurst renegam qualquer tipo de moda ou hype proveniente da sua morada e dedicam-se a uma espécie de redescoberta dos sons latinos, contundo esse projecto não deu frutos no palco do Castelo, não sendo suficiente o esforço destas raparigas para entusiasmar aqueles que as ouviram.

Céu

Céu é a nova voz que canta o Brasil, dona de uma voz sensual que nos abraça em cada estrofe Céu é a resposta da MPB a este novo milénio. A afilhada de Caetano Veloso Céu rodeia-se dos sons mais lentos e intimistas que tocaram todos aqueles ficaram até ao fim da primeira noite do Castelo. Embora Céu tenha sido capaz fazer balançar o público acho que o intimismo da música de Céu se perdeu nas muralhas do Castelo, talvez esta voz com sotaque brasileiro fosse uma melhor opção para o palco do Centro de Artes de Sines, extinto nesta edição do festival.

terça-feira, 20 de julho de 2010

"Learning" Perfume Genius


Perfume Genius já havia figurado anteriormente neste blog, numa lista de nomes a ter em atenção em 2010. As poucas músicas que tinha ouvido mantiveram em mim um alarme sempre activo à espera de notícias deste cantautor de nome Mike Hadreas, foi assim que descobri este primeiro LP de nome “Learning”.

Este álbum como define o autor foi para o mesmo uma espécie experiência extra corpórea, como se o autor escreve-se sobre a história, o crescimento de figura estranha ao autor. Este álbum tratasse de uma experiência de catarse uma expiação do autor de todos os demónios que lhe preenchem âmago.

“Learning” é um obra esviscerar que nos arranca a pela e nos deixa nus e indefesos face dureza da lírica.

A produção lo-fi do álbum sente-se em cada música, o som dos dedos de Hadreas a tocar as teclas do piano, a respiração no final de cada estrofe estes pormenores são como um toque ao de leve do autor.

Existem muitos artistas que escolhem inundar-nos com sons e efeitos que se repetem e quase nos atacam fazendo com que o nosso cérebro se perca com quantidade infinita de estímulos, muitas vezes isso serve para esconder a fraca qualidade do conteúdo. Com Perfume Genius acontece exactamente o oposto ficamos reduzidos ao essencial o piano afastasse e deixa a voz a actuar sozinha, não há nada na música de Hadreas que nos distrai-a do essencial, conseguimos sentir os pequenos silencias as pausas entre sílabas, quando a voz lhe treme sentimos-lhe a alma nas palavras.

Se quisermos fazer comparações podemos pensar em Perfume Genius como um Sufjan Stevens menos extravagante e mais contido em si mesmo.

Um dos pontos mais altos de “Learning” é a lírica as imagens evocadas pela escrita de Hadreas acutilantes e criam-nos uma sensação de incomodo que nos fazem querer arrancar esse sentimento da pele. Um exemplo da escrita de Hadreas é por exemplo Mr. Peterson onde Hadreas nos conta história de um relacionamento que teve um professor que acabou por acabar com a sua vida, a imagem do presente do professor sobre a forma de uma cassete dos Joy Division é aterradora. Esta música é uma exemplo perfeito da escrita de Hadreas histórias em pequenas estrofes ficam marcadas com fogo no peito e continuam a queimar em lume brando.

Em resumo “Learning” é a história de vida de um rapaz marcado por uma história de vida da qual se tentou esconder. Ouvir “Learning” pode ser uma experiência dolorosa, mas faz-nos sentir coisas que precisamos de sentir antes de morrer.



sábado, 17 de julho de 2010

MPD - Música Pop Desempregada


“o MPD é um movimento musical criado no inicio de 2010 por um grupo de artistas de vários pontos do pais com alguma ligação à cidade de Coimbra. O movimento foi oficializado a partir de um manifesto de onze pontos que serviu de acordo para uma nova forma de compor e editar música em portugal. na rádio universidade de coimbra, a 21 de maio de 2010 os primeiros seis manifestantes assinaram com sangue o manifesto e celebraram o que seria um grito de revolta para com o mercado, os artistas pop e a sua forma de criar e editar música em portugal. este é o depósito musical da MPD.
o MPD é cru. é nu e anda de pelota dum lado para o outro. não tem design. o design é uma coisa que anda a ser usada para tentar tornar coisas más em boas. o design é um bocado naquela. não temos um logotipo. temos cerca de 43 logotipos. em tempos pensamos que o logotipo da galp também podia ser nosso. as capas dos nosso discos não dão muito trabalho a fazer.
o MPD só usa o tipo de letra courier ou o courier new. porque é em memória aos tempos em que o jim courier foi número um do ranking atp. para as nossas capas só lá vai jim courier new ou jim courier. para o blog não tá a dar.
o MPD é romântico.”

Assim se apresenta o colectivo radicalizado em Coimbra e denominado de MPD (Música Pop Desempregada), das mentes criativas por detrás deste colectivo já saíram um lp e ep os dois podem descarregados gratuitamente no site oficial do colectivo. Justos os membros do MPD saíram dos seus quartos conhecidos pelos próprios como santuários criativos e juntaram-se preocupados com panorama musical e com o futuro das criancinhas que passam os dias a ouvir as músicas do canal Panda e elaboram um manifesto com 11 pontos. Se se preocupam e querem ser felizes vão até site do colectivo e façam parte da luta.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

"Foolin"

“Foolin” está longe de ser daquelas músicas que grita por cenas sadomaso, mas foi isso que Isaiah Seret viu quando imaginou o vídeo para “Foolin”. Entre as cenas de sexo violento e massagens a pés Devendra Banhart abana o esqueleto ao som de um reggae com muito tropicalismo. Embora Isaiah não se queira levar a sério com este vídeo é interessante realçar alguma influência do trabalho de Robert Mapplethorpe neste vídeo é curioso analisar a força de algumas das cenas do vídeo.
Reparem também nas mudanças no pelo facial de Devendra uma espécie de festa folicular.

Angels in America


Baseado no livro com o mesmo nome “Angels in America” é a adaptação para televisão feita por Mike Nichols da obra de Tony Kushner.
A série passa-se em 1985 numa América republicana liderada por Ronald Reagan, onde o vírus da SIDA se propaga rapidamente.
A história inicia-se num funeral atendido por Louis Ironson e Prior Walter dois homens num relacionamento amoroso. É neste funeral que Prior revela a Louis estar infectado pelo vírus da SIDA.
Estes dois personagens são duas das visões centrais da narrativa, uma visão simplista pode revelar Louis como um vilão sem coração que abandona Prior quando não consegue lidar com doença do mesmo. Mas essa não é a intenção de Tony Kushner, Louis é um exilado em si mesmo, um idealista cujas acções contrariam a sua visão de um mundo que pode ser salvo. Embora as acções do personagem sejam condenáveis o público consegue simpatizar com culpa genuína de Louis e com sua incapacidade em cuidar do moribundo Prior.
Louis é um homem de grandes ideias e as ideias de Louis são ideias de Kushner, Louis é o artificio narrativo utilizado por Kushner para analisar o mundo, as visões politicas da série são visões de Louis.
Se não contarmos com o crescimento de Prior a viagem de Louis desde da incerteza e auto-comiseração devido ao abandono de Prior até à responsabilização pelas suas acções é um dos maiores desenvolvimentos narrativos da série.
Prior Walter por seu lado é aquilo que a série tem de mais próximo com um herói. Um herói no sentido clássico, Prior é aquele que tem de enfrentar as maiores adversidades. Só, a morrer com uma doença horrível e excluído pela sociedade pela sua condição como homossexual. Mas como os heróis das epopeias gregas Prior cresce ao longo da série tomando controlo do seu corpo enfermo e enfrentando todas as adversidades.
Prior é um profeta que teme os anjos, mas que consegue vence-los no céu através de uma retórica teológica. Escolhido como avatar de conservadorismo e da estagnação, Prior renuncia ao título e emerge como representação física da mudança. Ao entrar em conflito com seu destino profético Prior torna-se um profeta alternativo sendo a sua voz a principal voz da série.
Para além de Prior e Louis a conplicada teia de personagens adensa-se com Roy Cohn um advogado da era macartista, o casal Pitt e também a mãe de Joe Pitt e o enfermeiro Belize.
Roy Cohn é a representação do mal puro, um advogado homossexual que se preocupa apenas com poder. Uma figura real adaptada por Kushner para a sua peça, conhecido pela sua influência na condenação do casal Rosenberg. Ethel Rosenberg aparece na série como uma espécie de figura fantasmática que constantemente relembra Roy dos seus actos malignos. Roy Cohn é aqui representado como um indivíduo em oposição à comunidade, o seu ódio pelos outros e a sua necessidade em se afastar da comunidade vendo-se como um entidade toda-poderosa mesmo a braços com a sua mortalidade, mostram-no aqui como um monstro biblico.
Joe Pitt é um advogado mórmon republicano, no início a sua ingenuidade serve de oposto à maldade do seu tutor Roy Cohn. Ao longo da série Joe Pitt quebra sua carapaça de perfeição aparente em busca de um amor gay. Desde sempre sofreu com os seus sentimentos mais íntimos quase no final da série separa-se da sua mulher em busca da sua identidade. Harper Pitt é a esposa de Joe uma mulher com problema emocionais que tenta fugir à realidade sempre que pode voltando apenas desse mundo ilusório para junto do seu marido. Harper descobre ao longo da série que o seu marido é gay e descobre também que a relação com Joe é a razão para a sua alergia à realidade, consegue no final da série separa-se do seu marido avançando assim para uma nova vida.
Hannah Pitt é a mãe de Joe que mora no Utah e é arrastada para a cidade com a revelação que o seu filho é gay. Na cidade ajuda Harper durante a sua separação de Joe. Depois de um encontro sexual com um anjo Hannah redescobre-se como mulher independente.
Por fim Belize um enfermeiro ex drag queen, é o compasso moral de todos os personagens da série. É com ele que a maioria das personagens se questiona sendo Belize é alavanca da mudança interior de muitos dos personagens.
Para além da representação da sexualidade homossexual e do crescimento da SIDA nos anos oitenta a série “Angels in America” é uma análise profunda à américa de Reagan.
A série é o retrato das relações e do indivíduo enquanto membro da comunidade, na primeira parte da história a maior parte das relações são quebradas nesta fase muitos dos personagens afundam-se na solidão e no isolamento. Na segunda fase da história a relações são reafirmadas de formas inéditas e pouco prováveis.
A série de Mike Nicholson é uma obra de arte televisiva, com “Angels in America” o autor utiliza a meta linguagem televisiva como nunca antes esta tinha sido utilizada. Mike Nicholson absorve a linguagem teatral da peça original e com os seus conhecimentos cinematográficos mescla estes dois elementos num terceiro elemento que é a televisão.
A principal beleza da série está contudo está nas palavras escritas por Tony Kushner, a série vive dos textos amargos e perfurantes proferidos pelas persongens, como por exemplo o monólogo da personagem de de Al Pacino, Roy Cohn quando este explica ao médico o porque de ele não puder ter SIDA e também o porque de não ser homossexual mas sim um heterossexual que faz sexo com homens.
É preciso referir que numa série com nomes fortes como Meryl Streep ou Al Pacino, este último num dos melhores papeis da sua carreira. O actor Justin Kirk consegue quase roubar toda a atenção da série na sua representação do personagem Prior Walter.
A série termina com um monólogo que é um manfisto de Tony Kushner a todas as vítimas de SIDA.
Esta série é um dos pontos altos da televisão norte-americano e a prova que vivemos num era em que a produção televisiva em nichos como a HBO ou o Showtime consegue ultrapassar em termos de qualidade a maior parte dos filmes que saídos de Hollywood hoje em dia.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

"Há Festa na Moradia" o novo ep de B Fachada


O mais recente ep do músico B Fachada já está disponível para download legal através do seguinte link. Do ep “Há Festa na Moradia” fazem parte sete novos temas como por exemplo o tema “Discos do Sérgio Godinho” onde B Fachada homenageia o mestre com umas rimas de verso quebrado. E também a não esquecer as “Memórias de Paco Furcado vol.1” as crónicas de um rapaz que só queria ser uma espécie de artista.
Quem quiser o disco desta vez em formato físico sob a forma de um bonito vinil aprece-se a fazer reserva do mesmo em mbarimusica@mbarimusica.com, ou perderá a oportunidade de colocar as mãos neste bonito vinil deste contador de histórias de uma urbe que dança ao som do palavrear um bardo de Alfama.

Best Coast


Os Best Coast são mais uma prova que o sol da Califórnia faz bem à saúde musical das bandas. Formados como uma espécie de catarse, os Best Coast são a resposta solarenga ao tempo infeliz passado por Bethany Consentino em Nova Iorque. Depois de um enorme sucesso na comunidade underground com a sua antiga banda Pocahaunted Bethany foi obrigada por motivos escolares a se radicalizar na costa leste, de volta à costa oeste Bethany funda os Best Coast de início como um projecto a solo. Junta-se mais tarde a Bobb Bruno o responsável pelos arranjos finais nas composições de Bethany.
No som dos Best Coast encontram-se os fantasmas dos grupos femininos dos anos 60, sem esquecer também as óbvias referências a bandas comos os Beach Boys. As referências dos Best Coast estão longe de serem originais principalmente se tivermos em conta a localização geográfica da banda, mas a empatia criada pela voz de Bethany contagia-nos e leva-nos por uma tradição vocal que remonta a tempos mais simples.
Quem quiser ouvir em primeira mão o primeiro trabalho de longa duração da banda “Crazy For You” pode rumar até às margens do rio Tabuão no final deste mês.

sábado, 10 de julho de 2010

Optimus Alive! Dia 8


Por volta das cinco da tarde o palco Super Bock dá, início às hostilidades com a entrada dos californianos Local Natives. No seio do público colocava-se a questão quem são estes rapazes que ocuparam o palco, mas passados alguns minutos todos estavam rendidos à energia da banda. Os Local Natives cujo o primeiro disco passou despercebido neste extremo do Atlântico trouxeram há aqueles que ali se encontravam músicas banhadas pelo sol da Califórnia, aquecendo o ambiente que já fervia. A bateria endiabrada de Matt Frazier pôs toda a gente a dançar com músicas como “Shape Shifter” ou “Sun Hands”. Aqueles que viram há dois anos num palco semelhante tocar os Vampire Weekend de certeza tiveram uma sensação de nostalgia ao ouvir estes rapazes que esperam levar a Europa de rompante com as suas músicas com influências do afropop tal como os acima citados ou o seu mar de vocais que dão um abraço caloroso ao público. Os Local Natives acabam o concerto com um público já bem composto e rendido com vontade de ouvir mais desta banda até há poucos minutos desconhecida para a maioria. Feita a primeira pausa, a banda excitação de 2010 entra palco e o público vai ao rubro. Depois de um ep e um primeiro álbum muito bem recebido pela crítica, aos The Drums restava apenas a derradeira prova em palco. A banda entrou em palco com vontade de conquistar rapidamente o público disparando os seus singles mais orelhudos e o público respondeu entoando em uníssono as letras das músicas.O vocalista Jonathan Pierce chegou ao Alive! pronto a deixar tudo em palco. No concerto os The Drums desfilaram as referências e olhares ao passado num concerto que fez as delícias daqueles que tem em The Drums a banda do ano 2010. Perdidos numa Inglaterra em plenos anos oitenta, estes americanos de Brooklyn deliciam aqueles que não viveram os originais, abandonando o espírito depressivo e substituindo-o com um leveza pop contagiante. A atitude teatral em palco do vocalista lembra um Morrissey a quem colocaram umas pilhas duracell. Terminada a actuação da banda a prestação foi positiva, a pop contagiante da banda fez o público balançar ao som de músicas como “Best Friend” ou “Let’s Go Surfing”. Durante o concerto da banda o aparecimento nos bastidores de Florence Welch fez o público delirar e logo se percebeu por quem o público esperava nessa noite.
A seguir a The Drums em palco entra Devendra Banhart e os The Grogs desta vez Devendra Banhart vem a Portugal para actuar para um público que talvez não seja mais indicado para a sua música. Desconhecido para muitos os que se encontravam no passeio marítimo de Algés foi sem dúvida a surpresa da noite para todos aqueles que o ouviram. Se o Festival para Gente Sentada é a casa perfeita para o folk lo-fi de Devendra Banhart o músico não se intimidou com o palco Super Bock mostrando porque é um dos melhores artistas da sua geração abandonando a sua vertente mais intimista para se entregar a uma festa de massas. Na T-shirt de Devendra lia-se “Caetano Veloso e os Mutantes ao vivo” uma pista para o Tropicalismo que se fez sentir em palco. Artista de mão cheia Devendra foi talvez o responsável pelo melhor concerto de dia 8, sem os maniqueísmos de outras bandas Devendra mostrou o poder da palavra cantada na tradição dos melhores cantautores.Depois de Devendra o palco começou a ser preparado para aquela que o púbico mais esperava. Uma multidão como nunca se vira rodeou o palco Super Bock à espera da sua Diva. Florence aparece vestida tal qual fada que deambula num palco cheio de flores, o público à minha volta delirava com visão da artista. Quem ainda se lembra de Florence menina dos seus primeiros dias esqueça pois esta Florence é outra. Mais madura menos criativa, mas com um grande público para a apoiar. Com uma música bastante acessível Florence conseguiu tocar o coração dos fãs, para os outros falta algo a Florence + the Machine a inocência foi substituída uma “plastique” que não convence. Florence é uma fada sem magia.
O negro dos xx substituiu as flores do palco. No palco Super Bock assistiu-se a uma sessão de espiritismos alma dos Joy Division invocada nas músicas deste trio Londrino. O trio conseguiu amansar o mar de público que se encontrava por todo o lado. Se a critica os trouxe em ombros até aqui sem dúvida que estes rapazes sabem o fazem, com o seu álbum homónimo conhecemos músicas como “Crystalised” ou “VCR” que foram aqui de forma mítica executados. Aqueles que povoaram o Alive! sentiram-se transportados para uma época que continua a ser uma forte fonte de inspiração para estas novas gerações. Os elementos da banda apresentam-se em palco como elementos singulares fechados em si mesmos mas a música que chega até ao público é uma poderosa combinação do talento deste trio. O valor da banda vive na interpretação e na intensidade com que vivem as suas músicas. Depois ouvido o álbum ninguém se sentiu desfraldado com a actuação dos xx nesta noite onde o trio levou o público a novas meta realidades de prazer infinito.
Depois de finalizado o concerto dos The xx decidi acabar a noite “on a high note” deixando La Roux para o restante público.
Em suma o Optimus Alive! conseguiu trazer a Portugal alguns dos nomes indie mais interessantes da actualidade mas organização tem ainda muito a fazer desenganem-se aqueles que esperam neste festival encontrar uma espécie de Paredes de Coura em plena cidade de Lisboa. Aqui as marcas mandam e música fica por vezes em segundo plano. Este festival continua a chamar principalmente uma geração de jovens que procura neste festival encontrar uma espécie de noção de globalização de uma nação indie baseada nas leis de uma qualquer pichtfork.

Mais fotos dos concertos em mynameisindie

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Avi Buffalo


“What is in for?” é a questão levantada pela segunda faixa do álbum homónimo da banda Avi Buffalo. Esta faixa é também o single escolhido pela banda para dar a conhecer o primeiro álbum da banda que já foi comparada a uns Shins em início de carreira.

Voltando ao single do álbum, “What is in for?” é uma das canções pop mais certeiras deste primeiro semestre de 2010. Se a voz frágil de Avigor no atinge a construção melódica da faixa é soco certeiro no estômago que nos deixa inconscientes.

Mas se é verdade que neste álbum os Avi Buffalo não mais conseguem atingir a pureza melódica do single, seria também errado dizer que este álbum é desprovido de outros argumentos a seu favor. Muito pelo o contrário os Avi Buffalo continuam a brilhar em temas como “Summer Cum” ou “One Last”.

Em baixo fica o vídeo de “What is in for?” por favor para além da música, tenham também atenção à admirável fotografia do vídeo.