segunda-feira, 31 de maio de 2010

Reduzir para Sobreviver!

foto de Mário Pires

Numa altura em que a crise se agrava e afecta todos os portugueses, onde a divida externa cresce e a banca internacional desacredita a economia portuguesa.
Na terra de Vasco da Gama, câmara de Sines luta para manter de pé o Festival de Músicas do Mundo. Com os fundos destinados às autarquias a serem cortados, a câmara de Sines e a organização do Festival procuram uma solução que não afecte a qualidade que o festival já habituou àqueles que todos os anos rumam até esta terra à beira mar plantada.
E como o FMM não se quer com nome de bebida alcoólica, a organização resolveu cancelar o palco o palco que já há alguns anos se havia tornado uma das faces do Festival. Assim sem o palco de Porto Covo e também sem os concertos no CAS o Festival ficou reduzido a 4 dias começando no 28 de Julho.
Este ano vamos ter então um FMM formato reduzido mas nem por isso menos intenso. Porque se o festival é do mundo e a música também o é, e esta música não se presta a crises.
E o que tornou desde a sua génese o FMM num festival de excelência não foi a sua duração nem a afluência do mesmo mas sim o cuidado e o coração que todos os anos as pessoas as responsáveis pela programação colocam na escolha das bandas que dão forma a uma programação forte e sem medo onde a qualidade é o elo que liga todas as bandas.
Com o cartaz quase fechado para esta edição de 2010, quem quiser estar perto do mundo dirija-se a Sines nos dias 28,29,30 e 31 de Julho, e conheça a música que se faz nos cinco continentes.

domingo, 23 de maio de 2010

A Excitação de 2010

The National na TV


Os The National passaram pelo talk show de David Letterman, para apresentar o seu mais recente trabalho “High Violet”. A música escolhida foi para a sua actuação em directo na televisão americana foi “Afraid of Everyone”. Aqui fica o vídeo da passagem da banda norte americana que já tem concerto marcado para Portugal no festival Super Bock Super Rock.

sábado, 1 de maio de 2010

Indie Lisboa #6


Guerra CivilUm filme de Pedro Caldas

Amores de Verão. Alguém acorda para a escuridão.

O primeiro filme de Pedro Caldas, depois de uma longa experimentação no formato das curtas, é um filme composto por pequenos pormenores fundamentais que se antagonizam, luz e trevas, a música de Joana e a música dos Joy Division, o mundo de Rui e a praia da mãe. São estes pequenos nadas que formam o grande filme que é Guerra Civil.

Em Guerra Civil Pedro Caldas despreza o diálogo, construindo o seu filme nos silêncios ,nos planos aperfeiçoados ao pormenor e na primorosa mise en scène que cruamente nos aduz o íntimo dos personagens. É ai que Pedro Caldas nos relembra um Gus Van Sant mais experimental, na sua triologia da Morte. Também Pedro Caldas nos mostra um jovem que sofre com as dores de crescimento, um rapaz com medo de crescer. Mas se Rui sofre com a ideia de ser adulto, a sua mãe teme envelhecer.

E e nestas duas personagens que se forma um puzzle que só termina com a chegada do pai a peça final dos puzzle. Puzzle este que representa dois mundos, o mundo de Rui e o mundo da sua mãe, que quase nunca se intersectam.

Rui um rapaz preso em si mesmo nas suas trevas interiores e na sua música "depressiva", que vê em Joana e na sua música uma espécie de fuga para o seu destino. Esta torna-se então objecto do seu desejo sexual reprimido.

É neste ambiente de estio que por vezes parece pertencer ao universo de Antonioni, que Pedro Caldas retrata a Guerra Civil interior desta familia de individuos.

Indie Lisboa #5

IndieMusic

Strange Powers - Stephin Merrit and the Magnetic Fields

Indie Lisboa #4


The Robber

Um filme de Benjamin Heisenberg


Tal como o seu personagem principal, o filme do realizador Benjamin Heisenberg teima em correr para lugar nenhum. O realizador não aproveita uma personagem soberba interpretada pelo brilhante Andreas Lust, deixando o público durante todo o filme numa dúvida constante. O autor acerta na maneira crua como nos apresenta as vivências do protagonista mas falha redondamente na concretização da narrativa. O filme é a história de um homem que rouba para correr e corre para viver.

Indie Lisboa #3


Traces of a Diary - Fragmentos de um Diário

Um filme por Marco Martins e André Príncipe



O filme de Marco Martins e André Príncipe, mostra-nos um Japão que choca com a nossa imagem ocidentalizada do mesmo. Neste filme os autores transformam este Japão de realidade ilusória e grandeza subliminar no protagonista da sua viagem estilistica.

"Traces of a Diary" é uma visão colectiva de um grupo de fotografos que retrata uma realidade concreta de uma sociedade abstracta.

Os autores do documentário através da fotografias dos fotografos japoneses criam uma imagética de uma cidade repleta de fantasmas.

Para além da acção da cidade sobre os fotografos analisa-se aqui também acção dos fotografados sobre os fotografos e também a fotografia com objectivo em oposição ao acto de fotografar por fotografar. E todo o processo criativo por detrás de uma fotografia.

Analisam-se aqui as diferentes faces da fotografia praticadas por estes fotografos japoneses desde o street snap, ao voyeurismo até à obsecividade fotográfica de Araki.

Todo o filme se desenrola com uma estética a preto e branco que retira o ruído da cor ao filme que permite uma noção mais crua das imagens, por outro lado a filmagem agressiva de angulos fecahdos e movimentos alucinante ferem o espectador retirando-lhe o papel de espectador passivo.

Trace of a Diary é uma viagem a um Japão preso a uma meta realidade apenas vislumbranda por alguns eleitos.