terça-feira, 31 de março de 2009

Gregory Credson



O processo de criação das fotos de Gregory Crewdson é muito semelhante à criação de um filme desde a duração da planificação do processo, até à construção dos cenários e a luz artificial que se assemelha ao crepúsculo e envolve o ambiente das fotos. Gregory Crewdson é o realizador da desconstrução do sonho americano. As personagens nas fotos apresentam olhares que exprimem desde do desespero até à alienação. Embora as fotos possam parecer fazer parte de um storyboard, nenhuma delas contam uma história, cada foto representa um momento de transição. É nesse momento que Gregory Crewdson capta o abstraccionismo da vida banal. Existe quem critique a repetição do trabalho de Crewdson, ele responde dizendo que cada artista tem um tema e que a luta do artista é exprimir-se através desse mesmo tema. A verdade é que é impossivel não ser afectado por cada foto deste artista.

Fotogramas #1

Quando alguem dá uma imagem à música.

Patrick Daughters


Yeah Yeah Yeahs - Maps

Futureheads - Hounds of Love

The Shins - Phatom Limb

Bright Eyes - Hot Knive

Feist - 1 2 3 4

Liars - Plaster Casts of Everything

Altermodernismo


"Line of Control" by Subodh Gupta

Segundo Nicolas Bourriaud o actual curador de arte contemporânea do gigante Tate, o modernismo e pós-modernismo morreram, e existe uma nova forma de encarar a arte onde o artista depende da modernidade. No altermodernismo o artista tem visão positiva dos aspectos negativos da globalização, é a criação de uma rede que une as diferentes respostas culturais nos diferentes pontos do globo. No altermodernismo o artista pega nas suas raízes e leva-as pelo mundo. O altermodernismo é a resposta cultural ao colapso do sistema financeiro em que vivemos.

A introdução ao tema por Nicolas Bouriaud.

Quando a Música Indie Ajuda a Salvar o Mundo


Certo dia alguém se lembrou que poderia utilizar a música como arte e o reconhecimento dos seus intervenientes para publicitar causas e ajudar instituições tentam promover a resolução dos maiores dramas da sociedade. Assim as colectâneas de beneficência tornaram-se algum comum no mundo da música. Num mundo que já assistiu ao Live Aid e seus derivados, músicos juntarem-se para tentar salvar o mundo não irá surpreender ninguém. Embora a intenção possa ser a melhor a maior parte das vezes o resultado desta colectâneas não é artisticamente relevante.
Contudo existem por vezes surpresas, este ano fomos surpreendidos por duas organizações que lançaram dois álbuns de superna execução.
A primeira surpresa foi da responsabilidade da organização War Child com o intuito de ajudar crianças vítimas de conflitos armados. O álbum Heroes é um álbum de covers com uma pequena nuance, neste álbum quem escolhe o artista responsável por regravar a música é o autor de cada música. E é assim que graças a esse facto este álbum se tenha tornado bastante curioso. Por exemplo o facto de Beck ter sido escolhido para interpretar “Leopard-Skin Pill-Box Hat” de Bob Dylan pode ser visto como uma espécie de ritual passagem entre os dois cantautores. Mas o álbum tem mais pontos altos, por exemplo a versão dos Hot Chip de “Transmission” é ao mesmo tempo desconcertante e fascinante, embora a voz de Alexis Taylor seja desconcertante a orquestração dos Hot Chip e a nova roupagem dada a “Transmission” dá uma nova vida ao clássico. Outro ponto obrigatório é a versão dos Tv On The Radio de “Heroes”, quem é fã do clássico de David Bowie não vai ficar de certeza desiludido com esta troca geográfica de Berlin para Brooklyn. Outros pontos altos são as versões dos Elbow, Yeah Yeah Yeahs e Hold Steady mostram que qualquer música cantada por Craig Finn se torna automaticamente uma música dos Hold Steady. Este álbum tem contudo uma face não tão brilhante as versões de Duffy, Estelle e dos The Kooks são fracas e equivoco em relação ao restante álbum. A segunda organização é a Red + Hot, uma organização com vista ao combate à sida. Cada compilação da Red + Hot tem um tema ou um pressuposto no caso de Dark was the Night reuniram-se os principais nomes da música indie em 31 faixas de indispensável audição. Produzido por Aaron e Bryce Dressner os irmãos por detrás dos The National, Dark was the Night é um exemplo excepção daquilo que uma colectânea deve ser. Três anos foram necessários para construir este álbum duplo e não foi fácil reunir um tal conjunto de artistas e alguns artistas ficaram de for a os Animal Collective e os LCD Soundsystem foram também convidados para fazerem parte deste grupo de talentos mas por razões diversas não foi possivel contar com estes dois grupos. É difícil referir faixas que sobresaiam no meio de tanto talento, mas alguns exemplos desta excelsia colectânea é por exemplo a colaboração dos Dirty Projectors com David Byrne em “Knotty Pine”, é impossível também não realçar as duas músicas originais dos Arcade Fire e de Beirut. A inspiração dos Yeasayer em “Tightrope”, a brilhante participação de Dave Sitek com a jazzy “With a Girl Like You” e sem esquecer os responsáveis por este álbum os The National com “So Far Around The Bend”.
Este álbum é acontecimento que muito dificilmente será repetido com tanta graciosidade e talento, é portanto uma hipótese única de assistir à nata do mundo “indie” num dos melhores álbuns deste ano.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Festival de Músicas do Mundo


Já é costume, o mundo rumar a Sines no mês de Julho. Uma tradição já com dez anos, criada com o intuito de dar uso ao principal marco histórico da zona, o Castelo de Sines. Tendo começado como uma iniciativa pequena e igual a tantas outras que se realizam de norte a sul deste pais. O Festival de Músicas o Mundo ou FMM como é conhecido pelos seus visitantes, é hoje a principal mostra de world music do país. Tendo garantido o seu lugar no meio dos festivais de verão deste país. Atípico na sua vivência o FMM vive hoje em dia dentro e fora do Castelo tendo se espalhado por diferentes moradas, mantém a sua essência a de servir de montra para o que se faz nos diferentes continentes. Um porto de abrigo para freaks e diferentes tribos urbanas o FMM é hoje um acontecimento cultural obrigatório e uma prova que a noção de Lisboa como pólo cultural único se tem vindo a tornar uma falácia. Para quem quer recordar a edição de dez anos do FMM a Câmara Municipal de Sines disponibilizou um álbum duplo com os nomes que figuraram no cartaz do ano passado.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Portuguese Kitsch


"Aberta a 22 de Outubro de 2005, a nova loja A Outra Face da Lua na Baixa tem uma cuidadosa selecção de roupa vintage, roupa costumizada por Carla Belchior, acessórios, papel de parede, brinquedos de lata, sapatos Melissa e produtos tradicionais portugueses tais como cerâmica Bordalo Pinheiro e sabão Clarim. Situada na rua da assunção, 22 o horário de funcionamento é de Segunda a Sábado das 10h às 19h. Para mais informações: baixa@aoutrafacedalua.com ou 21 886 34 30."

Where the Wild Things Are


Um filme de Spike Jonze

Quando a realidade à nossa volta nos intimida, temos de procurar o monstro dentro de nós.

domingo, 22 de março de 2009

Not Sokute


O seu nome de baptismo é Stéphanie Sokolinski, mas é com nome Soko que a mesma se apresenta. O nome Soko é um trocadilho para Not Sokute (not so cute). E é essa a mesma a dicotomia da música de Soko, enquanto a sua voz nos embala e nos faz sentir seguros as sua letras desconcertante e rancorosas abalam o nosso espírito. Ela não tem medo de matar para ter o seu amor de volta. Para uns uma stalker para outros uma rapariga apaixonada. Soko pega no folk Twee e arrasta-o na sarjeta. No fundo Soko é uma borboleta capaz de dar ferroadas fatais.
Tendo começado a sua carreira como actriz depressa mudou de arte e se dedicou às canções, tendo gerado álbum hype graças ao seu myspace. Embora ainda não se ainda um álbum completo, vale a pena conferir o Ep "Not Sokute" e acima de tudo divertir-se com as canções desta menina muito querida.

In God We Trust


Um pouco de provocação religiosa

Less is More


Design by Tomas Kral

Novo álbum de Dylan

O mais recente álbum de Bob Dylan já com data marcada para o seu lançamento 27 de Abril, tem também já nome escolhido. "Together Through Life" é o nome escolhido para o álbum que sucede a "Modern Times". Segundo Dylan o álbum tornou-se real depois do convite do realizador Olivier Dahan para Dylan fazer a banda sonora do seu mais recente filme "My Own Love Song". Segundo Bob Dylan o som do álbum terá grandes influências das editoras Chess Records e Sun Records, as letras das canções por sua vez terão um grande cariz romântico.

Aquaparque



A música portuguesa tem apresentado sinais de crescimento, tanto em quantidade com em qualidade dos seus intervenientes. Os Aquaparque são um exemplo atípico do que se faz hoje em dia em Portugal. Não utilizando para se expressar a vertente rock muito presente nas bandas portuguesas actuais, os Aquaparque ignoram todos os pressupostos que se espera de uma banda lusitana, e isso faz deles talvez o projecto mais interessante desta terra de poetas.
O duo conheceu-se em Santo Tirso e assim começa a história dos Aquaparque, André Abel e Pedro Magina juntam-se para dar origem a um projecto diferente no panorama português.
O som do primeiro álbum da banda “É isso Aí”, por ser encontrado a meio de um encontro entre os Animal Collective e os Pop Dell´Arte. Com uma dimensão épica cada música é construída com fundamentos psicadélicos e pop destruturada e um rock espacial.
Uma coisa é certa este duo não tentou ir pelo caminho mais fácil, isso pode se ver nas canções que por vezes se fecham em si mesmas, afugentando o ouvinte mais incauto, até a estética do álbum renuncia aos padrões tendo sido escolhido deixar de lado o nome da banda e o titulo do álbum. Mas neste turbilhão de construções e desconstruções, os Aquaparque não esquecem a sua essência portuguesa, sendo que este primeiro álbum não se esquece de ir mostrando aqui e ali algo da história pop deste nosso pai à beira mar plantado. Este álbum é oficialmente a surpresa de 2009, e esperemos uma confirmação para a música que se faz neste pequeno país.

sábado, 21 de março de 2009

Department of Eagles

Department of Eagles


"Soundwalk-style, you know, just like these wonderful little audio guides do, walking people through some areas of Paris or New-York using MP3s which are synchronised with the walker’s pace and whose soundtrack makes you feel like you’re the main protagonist of a movie. Well, we shot that movie, and Department Of Eagles was our guide." in La Blogotheque

Lançamentos #1

Aqueles que vão sair já saíram ou estão para sair.


Asobi Seksu – Hush

Este é o terceiro álbum da banda de shoegaze Asobi Seksu. Depois de "Citrus" (2006) ter figurado nas tabelas de melhor álbuns do ano, os Asobi Seksu decidem seguir a mesma formula do álbum anterior e transferi-la para este novo álbum. Com uma produção mais cuidada, "Hush" continua a contar com a lindíssima voz de Yuki Chikudate abafada pelas melodias electrificantes da banda.

Bat for Lashes – Two Suns

Natasha Khan está também de volta, desta vez mais madura e longe das comparações do passado. Sem medo de inovar Natasha Khan liberta-se e procura novas vertentes e novos sons sempre com a sua voz como pilar das canções. Com a ajuda de nomes como Scott Walker ou os Yeasayer, Natasha Khan constrói mais um álbum a reter na história dos Bat for Lashes e torna-se uma das vozes femininas mais importantes do mais recente panorama musical.

M. Ward – Hold Time

M. Ward volta ao registo a solo em "Hold Time" depois da sua parceria com Zooey Deschanel nos She and Him. M. Ward revela-se estar altura dos seus anteriores álbuns e talvez até melhor. Em "Hold Time" M. Ward mostra-se mais solto mais criativo abordando cada música deste novo álbum de uma forma diferente. Neste novo álbum o cantautor é o herói desta viagem por novos pastos e novos sons.

Dent May & His Magnificent Ukulele - The Good Feeling Music of Dent May & His Magnificent Ukulele

Ao contrário dos últimos álbuns “The Good Feeling Music of Dent May & His Magnificent Ukulele” é o álbum revelação de Dent May, um rapaz do Mississipi, que com o seu ar kitsch é quase uma paródia do músico Indie comum. Neste álbum lançado pela Paw Tracks (editora dos Animal Collective) Dent May percorre melodias tradicionais, que o mesmo molda e transforma em música pop.

Metric de Volta


Depois do boom criado pelo primeiro álbum dos The Strokes muitas bandas foram criadas. Nessa época graças ao fenómeno O.C. (em portugal traduzido para na Terra dos Ricos) e graças ao sucesso de bandas como os The Strokes várias bandas "Indie" floreciam, no meio dessas bandas houve uma que me chamou à atenção. Essa banda eram os Metric para além de um som a que eu não estava habituado (nessa altura era um jovem em plena descoberta musical), a banda era canadiana, eu sempre tive sempre uma certa predilecção pelas bandas vindas desse país a norte dos EUA. A voz de Emily Haines ecoou assim durante alguns meses no meu iPod (na altura um ipod shuffle da primeira geração). Ao primeiro álbum dos Metric seguiram-se "Live It Out" o segundo álbum dos Metric e a tentativa de carreira a solo de Emily Haines, sendo que nenhum deste dois se mostrou à altura do álbum de estreia. Em 2007 os Metric lançaram "Grow Up and Blow Away" um álbum gravado em 2001 que não tinha visto a luz do dia até então. Esse album trazia os Metric até ao nível conseguido com "Old World Underground, Where Are You Now?" o primeiro álbum da banda.
O novo álbum dos Metric denominado "Fantasies" está previsto para 7 de Abril, depois do primeiro single "Help I'm Alive" mostrar-se como uma mistura do lado mais intimista da carreira a solo de Emily Haines e o New Wave dos Metric. "Gimmie Sympathy" o mais recente single deste novo álbum parece trazer os Metric às suas origens espera-se um grande álbum.
Gimme Sympathy

MGMT FEVER

Fãs de Talking Heads

Eu sei que já se passaram alguns anos desde esta actuação ao vivo, mas aposto que as pessoas mais atentas conseguem este duo. Corria o ano de 2003, o local Wesleyan University. Aqui o duo ainda longe do sucesso intrepetava o tema "This Must be the Place" dos Talking Heads

Dr. Jekyll and Mr. Hyde


O filme de Rouben Mamoulian foge por vezes à história imaginada por Robert L. Stevenson, mantêm a sua essência a luta entre a razão o lado selvagem do ser o humano, a eterna luta com monstro que se esconde no interior do ser humano. Rouben Mamoulian mostra com este filme de 1931 como se conta uma história utilizando para isso uma câmara. Rouben Mamoulian transfere o papel principal para a narrativa, com as suas transferências de cena e planos inovadores tanto para época como para actualidade. A primeira sequência de transformação de Dr. Jekyll em Mr. Hyde é de uma engenhosidade sem paralelos, Mamoulian para criar o efeito genial utiliza um conjunto de filtros coloridos que conjunto com uma maquiagem contrastante, fazendo com que a mesma apareça ou desapareça consoante necessidade. O expressionismo teve uma influência em Mamoulian neste filme. E assim graças Mamoulian e as interpretações de Fredric March e Miriam Hopkins este é a adaptação suprema de O Estranho Caso do Dr. Jekyll e de Mr. Hyde. Assim este filme de 1931 é uma colecção de fotogramas essenciais a quem se considere um cinéfilo ou pelo menos aprecie o cinema.

O Império do Sol


O nome será uma possível referência ao filme de Steven Spielberg, mas a banda pouco tem a ver com o drama de 1987. Empire of the Sun o projecto paralelo de Luke Steele dos The Sleepy Jackson e Nick Littlemore dos PNAU, vem ganhando um hype imenso é grande parte devido às comparações feitas aos MGMT. Para além de estética no mínimo atípica os Empire of the Sun chegam para colher os frutos das portas abertas por Oracular Spectacular. Mas Luke e Nick não se juntaram para recriar uma espécie de irmão mais novo dos MGMT. Os Empire of the Sun mantêm o psicadelismo mas fogem ao rock, mostrando-se bastante à vontade no seu lado electrónico. Walking on a Dream mostra-se assim como um álbum autónomo e coerente, esperemos que este duo seja capaz de conseguir recolher os frutos do seu trabalho árduo, sem precisarem da ajuda das comparações mais óbvias.

sexta-feira, 20 de março de 2009

A Dicotomia de Patrick Wolf


Em Magic Position Patrick Wolf aparece rodeado de cores vibrantes num cenário que relembra o conto de Lewis Carroll. Dois anos corridos, Patrick Wolf mostra uma nova faceta em The Bachelor. Com uma estética antagónica à do seu último trabalho Patrick Wolf, mostra uma nova imagem imbuída de referências à cultura sadomasoquista. Onde havia cor e inocência Patrick Wolf mostra preto e hedonismo. De volta aos sons mais electrónicos desta vez com inspiração do synth pop. Para conferir em baixo o novo single de The Bachelor, Vulture.