sábado, 21 de julho de 2007

Annuals - Carry Around

Aerogramme


Vindos da Escócia os Aerogramme surpreenderam muito boa gente com seu mais recente trabalho cheio de melodias que vão marcar quem tiver a sorte de poder ouvir-lo. Os Aerogramme propõem-se a juntar o rock progressivo à música alternativa. “My Heart Has a Wish That You Would Not Go” leva-nos a experimentar um post-rock tão perfeito como o dos próprios Mogwai. Este quarteto é mais uma das grandes bandas vindas da Escócia prontas a conquistar o mundo.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

"Our Love to Admire"


Neste terceiro álbum de originais os Interpol continuam a impor a sua versão de Post-Punk sem esquecer as claras influências que desde o princípio definiram a banda. A primeira audição do álbum mostra uma sonoridade mais negra a lembrar os becos escuros de Nova Iorque. Em “Our Love to Admire” a voz de Paul Banks continua a ser a principal âncora do álbum, embora Banks tenha tentado em algumas músicas fugir do seu registo habitual.
Como Daniel Kessler referiu num artigo à NME há uns tempos, vários teclados foram utilizados durante o início da composição e pode-se sentir isso mesmo na textura do álbum.
Em várias críticas a “Our Love to Admire” critica-se a falta de músicas orelhudas, neste álbuns isso é claramente um ponto positivo tornado o álbum num todo perfeito.
O primeiro single de “Our Love to Admire” foi “The Heinrich Maneuver “ que se mostra uma música um tanto ao quanto atípica a provar isso mesmo está o videoclip que se pauta por uma acção arrastada que vai contra todas as regras de um videoclip actual.
Os Interpol com este álbum mantêm-se fiéis a si mesmo, as gravatas continuam assim como o preto. São estes rapazes que entretanto já se fizeram homens que servem de pilar para o revivalismo Post-Punk no entanto, sem nunca fazendo realmente parte desta nova onda de bandas vindas de terras de sua majestade com muitas influências New Wave, até porquê eles continuam a ter um pé em 1979.
Em conclusão é o sentimento a que os Interpol nos habituaram que faz “Our Love to Admire” mais um grande álbum dos Interpol.

Novo Álbum de Devendra Banhart


Devendra Banhart revelou o nome do seu novo álbum de originais “Smokey Rolls Down Thunder Canyon”.

O álbum vai contar com as participações do irmão de Joanna Newsom Pete Newsom, Andy Cabic dos Vetiver, Otto Hauser, Greg Rogove e Rodrigo Amarante dos Los Hermanos.

Quatro das dezasseis músicas do novo álbum serão “Cristobel”, “So Long Old Bean”, “Samba Vexillographica” e “Seahorse”.

O álbum será lançado em Setembro.

Convidados Músicais nos Simpsons


Por altura do lançamento do filme que narra as vidas da família amarela mais famosa do mundo o jornal The Times resolveu lançar no seu site a 33 participações de celebridades mais engraçadas de sempre nos Simpsons. Muitas celebridades ao longo dos anos não se importaram de se dirigir até Springfield, do leque de celebridades podem contar-se nomes como os de Jerry Springer, Dolly Parton, Britney Spears, Michael Moore, Natalie Portman, Lenny Kravitz and U2. Desde actores, músicos ou celebridades em geral juntaram-se a esta louca família ao longo dos anos. Como é suposto eu falar de música eu vou apenas referir-me à participação de músicos na série se quiserem ver o resto das participações podem vê-las em: http://entertainment.timesonline.co.uk/tol/arts_and_entertainment/film/article2021776.ece


Michael Jackson as Leon Kompowsky – A primeira participação é do ex-rei da pop embora não tenha sido Michael Jackson a cantar e sim Kipp Lennon é a voz de Jackson que se ouve no diálogo.

Aerosmith – a banda de Steven Tyler decidiu tocar a música “Walk This Way” no famoso bar do Moe

Tom Jones – Aqui o músico toca directamente para o coração da Marge

Barry White e Red Hot Chili Peppers – aparecem ambos no episódio “Krusty Gets Kancelled”

The Ramones –na sua participação na série são confundidos com os Stones pelo Mr Burns

Paul and Linda McCartney – foram responsáveis pelo vegetarianismo da Lisa.

Smashing Pumpkins e Cypress Hill – no episódio “Homerpalooza”

Johnny Cash – dá a voz um coite que faz parte da alucinação de Homer

The Who – onde a banda é apanhada entre a luta entre a nova Springfield e a velha Sprigfield.

R.E.M. –tocam no novo bar de garagem do Homer

Metallica – aparecem no episódio onde o Bart rouba o autocarro escolar.

The White Stripes – Onde fazem uma luta de baterias com o Bart

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Detalhes sobre o novo álbum de Patrick Wolf


Patrick Wolf revelou alguns detalhes sobre o quarto álbum do artista.
Este novo álbum é mais desmentido à notícia no principio do ano em que Wolf punha um final à sua carreira.

Patrick Wolf postou no Myspace.com/officialpatrickwolf, numa mensagem com o titulo “Quarto Album” este escreveu uma lista de canções com temas aquáticos

O possível alinhamento

Octopus
Anenome
Sanctuary
Where I See
Oyster Shell
Away From World
And Jewelry
I'm Going To Dive

sábado, 14 de julho de 2007

Animal Collective com Strawberry Jam

Os Animal Collective editam o novo álbum a 11 de Setembro deste mesmo ano. O que esperar desta que é uma das mais inventivas bandas desta década, depois de álbuns como Sung Tongs ou Feels que nos fizeram tremer por dentro com uma junção de sons que pode assustar uma pessoa pouco adepta deste tipo de música.
Saídos das mentes criativas de Avery Tare, Panda Bear, Geologist e Deakin, os Animal Collective são conhecidos por fazerem álbuns pop com uma sonorização desconcertante proporcionando uma experiência surreal aos seus ouvintes
Esta banda anda à alguns anos a percorrer um caminho que vai desde o Psych Folk, passando pela música experimental e não fugindo às guitarras características do Indie Rock.
Incorporados no movimento Freak Folk, embora possuem poucas semelhanças com a maioria das bandas englobadas nesse mesmo movimento, fugindo ao género cantautor da maioria dos artistas deste movimento.
Depois dos excelentes trabalhos paralelos de Panda Bear com Person Pitch e Avery Teri Pullhair Rubeye que serviram para acalmar a espera por um novo trabalho deste colectivo espera-se mais um excelente álbum.
As melodias e letras que irão fazer parte de Strawberry Jam foram sendo compostas e escritas por Panda Bear e Avey Tare entre Lisboa, Paris, Nova Iorque e Baltimore.
Por portas e travessas já tive a hipótese de ouvir algumas das novas músicas que irão fazer parte do novo álbum, muitas das novas músicas têm vindo a ser tocadas ao vivo à algum tempo pela banda. Pode dizer-se que em Strawberry Jam as guitarras dão lugar a um som mais electrónico.
Para apaziguar a espera por Strawberry Jam aqui fica um aperitivo para o novo álbum dos Animal Collective.

AGENDA MUSICBOX 17 A 21 JULHO



17. JULHO (Terça-feira)

PROGRAMA:

_ANTI-CLOCKWISE (Concerto_22.30h)

_NUNO CALADO (Concerto_00.00h)

BILHETE: 6 Euros_oferta de 3€ para 1 bebida



Apresentação ao vivo do novo single dos Anti-clokwise "Last Train To My Mind".

18. JULHO (Quarta-feira)

PROGRAMA:

_ZAPPANOIA (Concerto_22.30h)

_SEPTIMUS (DJ Set_00.00h)

BILHETE: 6 Euros_oferta de 3€ para 1 bebida

O colectivo Zappanoia tem como propósito divulgar a obra do músico e compositor americano do séc. XX, Francis Vincent Zappa. Fundado em 1995, Zappanoia é um grupo de homenagem e cada vez que actua celebra a obra musical e ideológica de Zappa, cuja euforia e força definem um espectáculo dinâmico, interessante e divertido.

19. JULHO (Quinta-feira)

PROGRAMA:

LISBOA CRÓNICA ANEDÓTICA

_Filme de Leitão de Barros 1930. Banda sonora de Flak 2007. Ao vivo: Flak (programações e teclados), Filipe Valetim (piano), Viviena Tupikova (violino), Abel Gomes (violoncelo) e Digo Faro (clarinete) (Concerto + Filme - 23.00h)

_CORTEZ (DJ Set_00.00h)

BILHETE: 8 euros_oferta de 3€ para 1 bebida



O MusicBox, é o palco da apresentação, do mais importante documentário feito sobre a Capital. Um filme-concerto, com a projecção do clássico do cinema português "Lisboa Crónica Anedótica" de José Leitão de Barros e com banda sonora a ser musicada ao vivo.

20. JULHO (Sexta-feira)

PROGRAMA:

_SKALIBANS (Concerto_00.00h)

_LADYGBROWN & DR BASTARD (DJ Set_02.00h)

_F_ACTOR VISUALS (VJ Set_02.00h)

BILHETE: 8 Euros_oferta de 3€ para 1 bebida

Com Gonçalo (Bateria), Sérgio (Voz), Luis (Baixo), Clara (Trompete), Gramaço (Saxofone) e Pedro (Guitarra)., os Skalibans dão um concerto de punk-ska-reggae, sonoridade pouco usual no nosso país.


14. JULHO (Sábado)

PROGRAMA:

_LINDA MARTINI (Concerto_00.00h)

_MAGA BO (DJ Set_02.00h)

_MIKE STELLAR (DJ Set_03.00h)

_X (VJ Set_02.00h)

BILHETE: 8 Euros_oferta de 3€ para 1 bebida


Os Linda Martina apresentam pela primeira vez no Cais do Sodré o seu álbum de estreia "Olhos de Mongol", editado em Outubro passado.

Do palco para a cabine, o norte-americano Maga Bo apresenta sonoridades que enfatizam conceitos universais de som e música através de elementos de diversas origens geográficas. No contexto das contorções digitais de hip hop, batida quebrada e drum 'n' bass, Maga Bo mistura ainda capoeira, bhangra, dub e batidas electrónicas.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Indie Rock - 14 de Julho, 22h, Santiago Alquimista


Rock do presente para relembrar o passado...

O Santiago Alquimista, vai receber, no dia 14 de Julho a Festa Indie Rock, um evento totalmente dedicado às bandas emergentes do rock deste século XXI.

Artic Mokeys, Arcade Fire, White Stripes, Bloc Party, Klaxons, The Strokes e muitos outros, eram nomes desconhecidos há pouco tempo atrás e hoje são fenómenos de culto um pouco por todo o mundo.
Indie Rock é um estilo musical que caracteriza bandas que não são lançadas por grandes editoras. Porém o grande sucesso de algum desses grupos lança-os directamente para majors, embora o som na maioria dos casos, não perca a identidade, fazendo com que tais bandas, mesmo com o sucesso de público e grande repercussão nos media, sejam consideradas bandas alternativas.

Na Sala Hamlet, serão exibidos o documentário "Glastonbury", um documentário sobre o trigésimo aniversário do mais conhecido festival da Grã-Bretanha e "Dig!", que relata a tumultuosa ascensão de dois talentosos músicos, Anton Newcombe, líder dos Brian Jonestown Massacre e Courtney Taylor, líder dos Dandy Warhols.

Na Sala Santiago actuarão os Dapunksportif, banda rock de Peniche, os New Sonic (R)Evolution, um novo colectivo de djs apoiado pelo Projecto Marginal, e Davide Pinheiro, jornalista do DN Música e Diário Digital, acompanhados na parte visual pela VJ Marta Machado.

Para conhecer o novo rock, o Projecto Marginal convida todos para esta noite de descoberta.
A festa terá início às 22h00 e o preço será de 5€.

Mais informação: www.projectomarginal.com

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Os Arcade Fire no Preço Certo

Richard Reed Parry e TIm Kingsbury na audiência do programa Preço Certo com tshirts de Neon Bible

Entrevista a Paul Banks dos Interpol


Conseguem consenso entre crítica e público, algo raro na música. Como o explicam?

Creio que agradamos à crítica por ter um som... não sei, sofisticado. E ao público porque a nossa música vem da alma, é sincera.

Mas sentiram a pressão do 2º álbum, depois de serem eleitos a "next-best thing" com o 1º disco?

Sentimos muita pressão. Estávamos nervosos com a reacção das pessoas, tivemos de nos esforçar para não pensar nisso. Agora neste disco já relaxamos, já sentimos que devemos estar a fazer algo bem (risos).

Que tipo de música vos influencia?

Todos temos influências diferentes. Eu sou da geração Grunge, foram os Nirvana que me fizeram querer ser músico. Já o Carlos D (baixista) tem tendências para o metal, os outros para o rock ou até o hip-hop... A conjugação de gostos é que resulta.

Em que medida Nova Iorque vos influencia?

Talvez pela sua vibração, pelo seu ritmo rápido a energia. Acabam por se tornar parte de nós.

Até Novembro têm digressão completíssima. gostam da vida na estrada?

Eu gosto, adoro. Sinto que nunca tive um sítio a que possa chamar lar, o mundo é o meu lar.

Mas dá para conhecer locais? Por exemplo. Lisboa?

Lisboa conheci, chegámos um dia antes do concerto. Fui à zona velha e ao Chiado e adorei. Lisboa é a combinação perfeita entre Roma e Madrid.

by Patricia Naves in DESTAK

quinta-feira, 5 de julho de 2007

O Primeiro Dia do Acto II do SBSR

Depois da abertura das portas às 15:00 horas o dia mostrava-se farrusco. Às cinco horas da tarde ainda poucas pessoas se tinham deslocado até ao recinto do Super Bock Super Rock (SBSR) no Parque Tejo, devido em grande parte por se tratar de um dia de semana. As poucas pessoas que já se encontravam no recinto deambulavam pelo recinto à procura das diversões providenciadas pela organização.
No palco já se encontravam a actuar os Y?, à frente do palco poucas pessoas se encontravam a ouvir a actuação desta banda. O pequeno público devia-se em grande parte devido a um erro de casting da produtora deste festival, em colocar uma banda com um género musical que não se enquadrava neste segundo Acto do SBSR.
Depois de três músicas os Y? deixaram o palco sem terem causado uma impressão muito intensa às poucas pessoas que os ouviram.



Foi com os Bunnyranch que o Festival parecia ter começado, foram os Bunnyranch que começaram a transmitir energia ao público que já começava a aumentar à frente do palco. Kaló começou a sua actuação por dizer que iria actuar no máximo para os 15, 20 pessoas conheciam a banda. Começaram a festa com “Your Words Are My Jokes” do novo álbum. Kaló continuou na sua bateria a mostrar do que os Bunnyranch são capazes. Para além de várias músicas presentes na discografia da banda, a actuação dos Bunnyranch contou também com uma versão do “Hungry” dos Paul Revere & The Raiders. Mas foi com as músicas “Inside My Head” o single do novo álbum “Luna Dance” e “Can´t Stop The Ranch” que o público mais se manifestou. A banda do ex- Tédio Boys mostrou estar à vontade com o rock suado característico desta banda e o público parece ter aderido bem a uma das primeiras actuações do dia.



Depois da pausa para a preparação do palco seguiam-se os The Gift que já contam com prémios internacinais como o Best Portuguese Act da MTV. Os The Gift tentaram comprimir a sua carreira nos 50 minutos que tocaram. Foi um desfile de temas da banda a que o público respondeu com algum entusiasmo. Esta não foi na minha opinião uma das melhores actuações da noite, a actuação sofreu devido à atitude fria e um pouco arrogante da vocalista Sónia Tavares chegando mesmo a responder ao público que gritava “Salta, salta” que, eles é que deviam saltar, pois era para isso que eles lá estavam.



Chegava agora a hora da actuação de uma das bandas mais esperadas da dia a ter em conta o número de tshirts da banda e maneira característica de vestir de alguns membros do público a fazer lembrar o modo de vestir da banda em questão. Foi ainda com o sol a iluminar o palco que os Klaxons se estrearam em palcos portugueses. Foi com o seu Indie Rock dançante que os londrinos começaram a sua actuação. Jamie Reynolds dirigio-se algumas vezes ao público agradecendo a energia que emanava do público português. A parte final da actuação Klaxons foi um desboninar de singles começando em “Magick”, passando por “Gravity Rainbow” e terminando com “It's Not Over Yet”. Este foi sem dúvida um concerto para o público mais novo do SBSR e leitor da NME que respondeu muito bem à actuação destes quatro rapazes. Foi sem dúvida uma aposta ganha e conseguiram provar que são mais do que um Hype criado por certas revistas inglesas.



O SBSR continuou com sons a lembrar as décadas de 60 e 70. Foi com os The Magic Numbers, a primeira actuação onde a noite já se fazia sentir, que a faixa etária aumentou. Vindos da Escócia os The Magic Numbers donos de uma imagem hippie trouxeram ao festival um rock calminho que anda entre o country e o powerpop. Os The Magic Numbers proporcionaram um descanso merecido a um público cansado depois da actuação dos Klaxons.



Chegava a hora de uma das actuações mais esperadas da noite os Bloc Party que pisavam solo português pela terceira vez. Depois de duas grandes actuações em Portugal que lhes conferiram muitos fãs por estas paragens os Bloc Party tinham a missão de dar mais um grande concerto.
E assim começou com “So Here We Are” música do primeiro álbum. Depressa se começou a avizinhar mais um grande concerto desta banda vinda de terra de sua majestade. O carisma de Kele Okereke continua lá, e mais uma vez nos mostrou do que os Bloc Party são capazes. Ao contrário do concerto em Paredes de Coura onde a única coisa que possa ter falhado, possa ter sido as poucas músicas da banda na altura. No SBSR os Bloc Party conseguiram fazer a ponte perfeita entre “Silent Alarm” e "A Weekend in the City". Como sempre Kele Okereke não se esqueceu de se dirigir ao público, mostrando que são estes pequenos detalhes em Kele e nos Bloc Party que tornam cada actuação única e não mais um concerto para cumprir agenda.
Foi nos temas de “Silent Alarm” que público se mostrou mais energético. E foi com o muito pedido “Helicopter” que os Bloc Party terminaram mais uma actuação em Portugal. Não tendo sido talvez uma actuação ao nível da actuação em Paredes de Coura (sem dúvida a melhor do festival) foi uma das melhores actuações desta banda.



Foi por volta da meia-noite e qualquer coisa que chegava a hora da actuação da banda mais aguardada do festival. Chegava a hora de uma das bandas desta década se não a banda desta década tocar mais uma vez em solo português, depois da actuação em 2005 no festival Paredes de Coura que deixara muitos portugueses sedentos da sua volta. Na primeira fila via-se os olhos de uma plateia veteranos e gente que só conhecia o trabalho desta banda através do último álbum “Neon Bible”, uma ânsia por ver ou rever a banda responsável pelo álbum “Funeral”. Era no meio desta ansiedade e curiosidade que se preparava o acontecimento de um momento mágico.

Foi com imagens de uma rapariga que discursava numa igreja evangelista típica do Brasil, que começam a entrar os responsáveis por uma das melhores noites da vida das 15.000 pessoas que os esperavam. O cenário para este concerto, sem dúvida o mais elaborado de todas as actuações desse dia. Contava com réplica de um órgão de tubos e a imagem de uma bíblia de néon no fundo do palco para além de cartazes onde se projectavam os números de 1 a 5.

Foi com o Black Mirror que a magia começou e o concerto deixou de ser um concerto para passar a ser algo místico. Foi com as palavras proferidas por Win Butler “I Walk Down to the Ocean” que se sentiu pela primeira vez nessa noite a energia dos oito membros (mais coisa menos coisa), que já ocupavam os diversos instrumentos desta banda que vão desde o baixo, bateria, teclados, guitarra entre outros instrumentos de cordas e percussão.
A “Black Mirror” seguiu-se “No Cars Go” a música lançada no primeiro EP da banda e mais tarde remasterizada no mais recente álbum da banda tornando-se num marco do novo álbum.
Foi com Haiti que Régine “animal de palco” Chassagne tomou o microfone como seu e mostrou ao público português a sua linda voz proporcionando um dos momentos altos da noite.
Seguiram-se então “(Antichrist Television Blues)” e “Intervention” do novo álbum da banda onde Win Butler voltou a ocupar o seu lugar à frente da banda, nesta altura era difícil perceber quem se estava a divertir se o público se os próprios Arcade Fire.
Seguiu-se então “Headlights Look Like Diamonds” música do primeiro EP da banda que como referido pelo próprio Win Butler poucas vezes fora tocada em actuações ao vivo. Mas nem por isso desconhecida do público do SBSR que não parou cantar a música do princípio ao fim.
Por esta altura já os olhos de Win Bulter se enchiam de espanto pela receptividade do público, desde o princípio do espectáculo que o publico não parava de servir coro aos Arcade Fire mesmo entre músicas o público do SBSR fazia questão de continuar a cantar. Em grande parte devido ao público português gostar de fazer parte dos concertos e também para agradecer a uma das melhores bandas da actualidade. Como Régine Chassagne referiu o público português canta muito bem.



“Ocean of Noise”, um dos momentos altos de “Neon Bible” é reproduzido ao mais alto nível no Parque Tejo pela guitarra de Win Butler.
Antes da recta final já Win Bulter se desfazia em agradecimentos mas não sem referir o facto de devido a de morar no Canadá numa zona onde morar muitos imigrantes Portugueses e Gregos se ter sentido em plena faixa de Gaza durante o Euro 2004.
Na recta final ouviram-se os sons de “Funeral” o álbum que catapultou esta banda para os maiores palcos do mundo, ouviu-se “Neighborhood #1 (Tunnels)”, “Rebellion (Lies)” e “Neighborhood #3 (Power Out)”.
Antes do final do concerto ouviu-se “Keep The Car Running”. Mas foi já no encore que se ouviu o hino dos Arcade Fire “Wake Up” e assim se despediam os Arcade Fire de forma apoteótica do público português.
O público recusou ir-se embora gritando por quase dez minutos sem arredar pé da frente do palco onde durante uma hora e qualquer coisa se fez magia.
Em tom de conclusão depois de tal concerto ficou um sentimento de que se tinha feito história naquele local e que as memórias da actuação de uma banda que entrará para a história como uma das melhores bandas ao vivo não desapareceram tão facilmente.