terça-feira, 31 de março de 2009
Quando a Música Indie Ajuda a Salvar o Mundo
Certo dia alguém se lembrou que poderia utilizar a música como arte e o reconhecimento dos seus intervenientes para publicitar causas e ajudar instituições tentam promover a resolução dos maiores dramas da sociedade. Assim as colectâneas de beneficência tornaram-se algum comum no mundo da música. Num mundo que já assistiu ao Live Aid e seus derivados, músicos juntarem-se para tentar salvar o mundo não irá surpreender ninguém. Embora a intenção possa ser a melhor a maior parte das vezes o resultado desta colectâneas não é artisticamente relevante.
Contudo existem por vezes surpresas, este ano fomos surpreendidos por duas organizações que lançaram dois álbuns de superna execução.
A primeira surpresa foi da responsabilidade da organização War Child com o intuito de ajudar crianças vítimas de conflitos armados. O álbum Heroes é um álbum de covers com uma pequena nuance, neste álbum quem escolhe o artista responsável por regravar a música é o autor de cada música. E é assim que graças a esse facto este álbum se tenha tornado bastante curioso. Por exemplo o facto de Beck ter sido escolhido para interpretar “Leopard-Skin Pill-Box Hat” de Bob Dylan pode ser visto como uma espécie de ritual passagem entre os dois cantautores. Mas o álbum tem mais pontos altos, por exemplo a versão dos Hot Chip de “Transmission” é ao mesmo tempo desconcertante e fascinante, embora a voz de Alexis Taylor seja desconcertante a orquestração dos Hot Chip e a nova roupagem dada a “Transmission” dá uma nova vida ao clássico. Outro ponto obrigatório é a versão dos Tv On The Radio de “Heroes”, quem é fã do clássico de David Bowie não vai ficar de certeza desiludido com esta troca geográfica de Berlin para Brooklyn. Outros pontos altos são as versões dos Elbow, Yeah Yeah Yeahs e Hold Steady mostram que qualquer música cantada por Craig Finn se torna automaticamente uma música dos Hold Steady. Este álbum tem contudo uma face não tão brilhante as versões de Duffy, Estelle e dos The Kooks são fracas e equivoco em relação ao restante álbum. A segunda organização é a Red + Hot, uma organização com vista ao combate à sida. Cada compilação da Red + Hot tem um tema ou um pressuposto no caso de Dark was the Night reuniram-se os principais nomes da música indie em 31 faixas de indispensável audição. Produzido por Aaron e Bryce Dressner os irmãos por detrás dos The National, Dark was the Night é um exemplo excepção daquilo que uma colectânea deve ser. Três anos foram necessários para construir este álbum duplo e não foi fácil reunir um tal conjunto de artistas e alguns artistas ficaram de for a os Animal Collective e os LCD Soundsystem foram também convidados para fazerem parte deste grupo de talentos mas por razões diversas não foi possivel contar com estes dois grupos. É difícil referir faixas que sobresaiam no meio de tanto talento, mas alguns exemplos desta excelsia colectânea é por exemplo a colaboração dos Dirty Projectors com David Byrne em “Knotty Pine”, é impossível também não realçar as duas músicas originais dos Arcade Fire e de Beirut. A inspiração dos Yeasayer em “Tightrope”, a brilhante participação de Dave Sitek com a jazzy “With a Girl Like You” e sem esquecer os responsáveis por este álbum os The National com “So Far Around The Bend”.
Este álbum é acontecimento que muito dificilmente será repetido com tanta graciosidade e talento, é portanto uma hipótese única de assistir à nata do mundo “indie” num dos melhores álbuns deste ano.
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