segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

América de Negro


Foi no passado ano que os The National se tornaram uma espécie protegidos da crítica especializada. Poucas foram as publicações que não incluíram o álbum “Boxer” nas famosas listas de final de ano.
Desde 2001 que os The National lutavam pelo lugar ao sol que qualquer banda anseia, depois de álbuns que mostravam já um futuro promissor para esta banda de Brooklyn. “Boxer” parece ter sido o Santo Graal que agradou a gregos e troianos.
Este álbum é a confirmação de Matt Berninger, a sua voz hipnotizante, entra em comunhão com a composição instrumental de Aaroon Dessner.
Os portugueses tiveram a hipótese comprovar o funcionamento ao vivo de “Boxer” no passado Sudoeste. A banda mostrou que não se encontra presa ao formato físico, ao vivo são capazes de transmitir toda a dimensão de Boxer de uma forma mais directa. Outra curiosidade importante dos The National é a contenção como se mostram em palco, o ouvinte consegue sentir essa mesma contenção no álbum de uma forma que nos causa um sofrimento necessário.
A capacidade lírica de Matt Berninger é comprovada durante as doze música que integram “Boxer”.
O álbum começa com o bater das teclas de um piano em “Fake Empire”, desde o início que sentimos o crescendo energético do álbum.
Para além de “Fake Empire” fazem também parte do álbum “Racing Like a Pro” e “Ada” que contam com o talento de Sufjan Stevens. Parece haver uma sinergia entre Stevens e o quinteto de Brooklyn, durante duas músicas os The National passam a ser um sexteto.
Mas acima de tudo “Boxer” é um álbum dirigido pela bateria de Bryan Devendorf todos os compassos de “Boxer” parecem passar pela baquetas de Bryan.
O nome “The National” não é uma coincidência arbitrária. O som desta banda é de uma América em tons negros. De “Boxer” é como um Bruce Springsteen que se mudou para Manchester no final dos anos setenta.
De “Boxer” é portanto um objecto de culto instantâneo.

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