sábado, 29 de dezembro de 2007

Os Melhores Concertos de 2007

Como é comum a todos os finais de ano, o espírito melómano que existe dentro de todos nós amantes de música obriga-nos a ler todas a listas possíveis e imaginárias. A lista é como uma droga pesada para todos os melómanos e principalmente no final do ano a ideia de lista faz mais sentido. Como não poderia faltar também no Mynameisindie irão aparecer as várias listas do melhor de 2007 começando com os melhores concertos a assistidos por mim neste último ano.



1º - Arcade Fire (SBSR, Julho)




2º - Interpol (Coliseu dos Recreios, Novembro)



3º - Maxïmo Park (SBSR, Julho)



4º - Patrick Wolf (SW TMN, Agosto)



5º - Joanna Newsom (Aula Magna em Lisboa, Maio)


E não me posso esquecer de uma menção honrosa para os I´m From Barcelona que deram um dos concertos mais divertidos deste ano no Sudoeste.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Window City



O sexto álbum de originais dos irmãos Friedberger marca a primeira aparição de um dos irmãos na capa dos álbuns. Os The Fiery Furnaces são banda que mistura um enorme conjunto de influências e sons, os The Fiery Furnaces estão longe de serem mais uma banda de Indie Rock. O som dos FF assenta principalmente numa veia mais experimental e talvez até um pouco psicadélica. São donos de músicas com harmonias extremamente complexas que transformam excelentes singles orelhudos em complicadas audições.
Um dos problemas desta banda é o facto de sofrerem da síndroma de “Ryan Adams” todos os anos têm de lançar um álbum novo, o que transforma grandes álbuns em álbuns que não parecem acabados faltando consistência na sua maioria.
Mas por incrível que pareça um ano depois do lançamento de “Bitter Tea”, “Window City” aparece acabado, e extremamente bem acabado com uma consistência que faltava aos anteriores trabalhos destes dois irmãos. “Window City” tem um princípio, meio e fim bem definidos à medida que o álbum se desenvolve. Mais uma vez estes loucos arranjos que se fundem com harmonias densas devem-se ao génio de Matthew Friedberger, o cérebro por detrás dos FF. Os FF não tinham uma colecção de singles tão poderosa desde “EP”. O experimentalismo continua lá, os FF não deixaram de fazer as suas óperas Indie Rock mas a viagem já não parece fazer dores de cabeça e qualquer pessoa se pode aventurar por “Window City” sem se sentir enjoado a meio. O álbum começa com “The Philadelphia Grand Jury” a música que percorre durante cerca de sete minutos tudo o que The Fiery Furnaces são capazes desde os teclados até aos riffs de guitarra que caracterizam a loucura contida dos FF.
“Duplexes Of The Dead” é o principal do álbum é curto, mas inspirado o suficiente para mostrar o que este álbum tem de melhor, é também das melhores oportunidades no álbum de ouvir a voz de Eleanor Friedberger e como vale a pena ouvir a voz de Eleanor.
É por todas estas razões que “Window City” é o álbum que todos os fãs sabiam os The Fiery Furnances capazes de fazer.

sábado, 8 de dezembro de 2007

The Fiery Furnaces - Live in Paradiso - Small Hall

O Punk do Post-Punk

Walk Hard: The Dewey Cox Story

Life made him tough. Love made him strong. Music made him hard

O Fim de mais um Começo


Os membros dos Bauhaus vão de novo por um fim à suas carreiras em conjunto. Mas não sem antes lançarem o primeiro álbum desde “Burning From The Inside” de 1983. O álbum espera-se para o mês de Março do próximo ano e tem o nome de “Go Away While”. Ficamos à espera do álbum que irá encerrar as cortinas de uma das melhores bandas góticas a fazer Post-Punk.

The Go! Team em Portugal


As noites de Lisboa e Porto vão ficar mais agitadas nos dias 18 e 19 de Janeiro, com vinda dos energéticos The Go! Team.
Depois dos rumores sobre vinda de Ninja e a sua banda a Portugal foram finalmente confirmadas as suas actuações em território nacional. Dia 18 o Lux em Lisboa vai receber a energia inebriante dos The Go! Team enquanto que o Porto vai ter de esperar mais um dia pela actuação da banda na Casa da Música.
O mínimo que esperamos da banda que lançou o excelente Proof of Youth, é uma actuação semelhante à do Oeiras Alive! onde conquistaram o público português.

sábado, 17 de novembro de 2007

He Lost Control


O filme começa despido de todos artificieis do cinema moderno, pois a história deste filme se vai contar a preto e branco. E que cores poderiam contar melhor a história de um jovem vindo de um Manchester deprimente e castrador, que vai mudar a percepção da música para as novas gerações. Talvez estas cores sejam uma metáfora à luta que este jovem terá de travar para fugir a fim que antecipa trágico.
É numa típica escola do Reino Unido que nos é apresentado o jovem Curtis, que desde o início revela um comportamento atípico para um jovem de classe media no seio de Manchester. Nos primeiros minutos do filme Ian e Nick mostram-nos uma actividade que poderá ter criado os monstros com os quais Ian terá de viver num futuro próximo.
No quarto de Îan as paredes estão repleta dos ícones que criaram a persona de Ian em palco. A cena de Ian em frente ao espelho demonstra a influência de Bowie em Ian.
Mas Control é também um filme de relações, e é a relação de Deborah com Ian que vai servir pilar principal nos próximos da narrativa até embater uma outra relação fundamental também para a narrativa desta história.
Nas cenas que se seguem vê-se o desenvolver desta primeira relação, os primeiros encontros, a primeira saída que tem como música de fundo Bowie e tudo o que vai desembocar no casamento destas duas personagens de um filme que não perde por ser real.
É nesta altura do filme onde estabilidade emocional de Ian parece ter sido conseguida, que o vê-mos focar se mais no seu sonho de se tornar um ícone e fazer parte das paredes de um qualquer miúdo. Mostra-se o primeiro encontro de Ian com Peter Hook, Bernard Summer e Stephen Morris, que nesta história vão como esbater-se até não passarem de um cenário na vida de Ian. É também mostrado o mítico concerto dos Sex Pistols no Lesser Free Trade de Manchester a Junho de 1976, que iria mudar a história musical não só de Manchester mas também do mundo.
Nas interpretações dos actores em palco sentimos o espírito Punk dos primeiro concertos dos Warsaw que viria a ser acalmado e a tornar-se no som Post-Punk dos joy Division.
Nos minutos que se seguem somos a apresentados às principais cabeças por detrás do movimento musical de Manchester. Conhecemos Tony Wilson o locutor da TV Granada a quem Ian chamou “cunt” no primeiro encontro e responsável por pôr os Joy Division no pequeno ecrã e por assinar um contrato discográfico com eles com o seu próprio sangue. Conhecemos também Rob Gretton, o irreverente manager da banda. É nos mais tarde apresentado também Martin Hannett o produtor responsável por desmanchar a bateria de Morris para a gravação de ”She Lost Control”.
È nesta altura que o filme deixa de ser a preto e branco e começa a ser principalmente a preto, depois do primeiro concerto em Lodres onde Ian tem o primeiro ataque epiléptico a caminho de casa. E aí começa o caminho para a perdição onde Ian vai ter de enfrentar os seus demónios. È aí devido à desmotivação de Ian para com a vida graças à medicação foi obrigado a tomar que a relação com Deborah se começa a degradar, principalmente depois do nascimento da filha de Ian.
Durante uma viagem com os Joy Divison que Ian encontra nos bastidores de um concerto a jornalista belga em part-time, Anni Honnoré. Que prometia ser a sua última esperança de felicidade. Mas é depois de um período de calmaria que tudo começa ficar mais difícil para Ian. Ian começa a ter ataques em quase todos os concertos, as relações com Deborah e Annik tornam-se insuportáveis e para além disso tudo uma tour pelos Estados Unidos promete tornar as coisas ainda mais insuportáveis.
È neste clima de desespero para Ian que este ao som de The Idiot decide por termo à sua vida e morrer jovem como a maioria dos seus heróis.
Nesta altura vê-se pela ultima vez a Manchester a preto e branco desta vez ao som de Atmosphere a mesma música cuja imagem Anton Corbijn criou quase à trinta anos.

O filme é conduzido nas sua duas horas pelas brilhantes interpretações de Sam Riley,
Samantha Morton e Alexandra Maria Lara. Existem momentos em que Sam Riley desaparece e conseguimos apenas ver o olhar de Ian Curtis. Com este filme Anton Corbijn consegue fazer a desconstrução do mito e mostrar a pessoa que foi Ian Curtis.

domingo, 11 de novembro de 2007

Canadian Flavor parte II



The Organ

Os The Organ vieram a este mundo para provar que o post-punk não é exclusivo de terras de sua majestade. Embora também os The Organ não se tenham esquecido do “The” obrigatório a uma banda deste género hoje em dia. Estas meninas de Vancouver provaram também que têm muito mais bom gosto que maioria das bandas que se auto denominam fazerem parte do movimento post-punk revival. O único problema desta banda é que ela já não existe, no dia 23 de Agosto de 2006 decidiram dizer ao mundo que os seus dias como conjunto tinham acabado. Mas estas meninas não deixaram o mundo da música sem antes deixarem um excelente álbum como legado. Grab that Gun é um álbum cheio de boas músicas que nos levam aos anos oitenta e grande estilo. Além disso todas estas músicas são cantadas com a voz mais parecida com de Morrissey que Katie Sketch conseguiu arranjar. Embora sejam já uma banda do passado no ano de 2007 vale a pena ainda procurar por estas meninas num qualquer motor de busca.




Stars

Esta constelação faz aquilo que se espera de uma banda vinda do Canadá, o som deles pode ser definido como um indie pop querido mas ao mesmo tempo culto. Mas como é óbvio estas estrelas brilham com muita força e são das melhores bandas de Indie Pop vindas do Canadá e olhem que isto é dizer muito, não esquecer que bandas como os The New Pornographers são o cartão de visita desse género no Canadá.
Pode se dizer que esta banda tem um grande bocado de Broken Social Scene o que não é de estranhar dado que a maioria da banda faz também da super colectivo de Toronto.
Embora os Stars tenham sido formados a princípio por Torquil Campbell e Chris Seligman, foi com a adição da talentosíssima Amy Millan, Evan Cranley e Pat McGee que os Stars se tornaram a banda que são hoje em dia.

Dark Matter


When I was just a little boy
I threw away all of my action toys
I became obsessed with operation

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Handsome Furs live in Paradiso - Small Hall

Pink Moon


I saw it written and I saw it say
Pink moon is on its way
And none of you stand so tall
Pink moon gonna get you all
It's a pink moon
Yeah it's a pink, pink, pink
pink, pink moon

Little Miss Sunshine


Para começar é preciso referir que esta banda sonora trata-se do trabalho de um dos melhores compositores da actualidade. Mychael Danna é o responsável por juntar num dos melhores filmes de 2006 um grupo de artista à altura do filme Little Miss Sunshine. O pilar deste álbum são os DeVotchKa, são eles que percorrem teia da narração de Little Miss Sunshine criando o ambiente para todo o filme. Os realizadores Jonathan Dayton e Valerie Faris conheceram os DeVotchKa através da música “You Love Me”. E depressa juntaram este grupo ao talento de Mychael Danna que adaptou as músicas How It Ends, The Enemy Guns, e You Love Me do álbum How it Ends e La Llorona do álbum Una Volta. Para além dos DeVotchKa fazem parte desta banda sonora nomes como Sufjan Stevens que emprestou temas como No Man's Land e Chicago a esta obra e também músicos como Tony Tisdale e Rick James. As restantes músicas Let It Go e You've Got Me Dancing foram escritas por Gordon Pogoda.
Este é um bom exemplo de como a música não é um complemento ao filme, tendo o papel principal do principio ao fim.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Death From Above 1979 in Late Night with Conan O'Brien



Um video para recordar os Death From Above 1979 uma da melhores bandas de sempre.
Reparem como o Max Weinberg toma as rédeas da bateria depois da saída de Sebastien Grainger.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Música de várias Tonalidades


Os Radiohead estão de volta e nas próximas semanas será difícil conseguirmos ouvir algo que não seja o álbum que se segue a “Hail to the Thief”. Neste mesmo dia será difícil encontrar um site ou blog, ou mesmo qualquer meio de comunicação que se dedique a difusão da música, em que o principal destaque não seja o novo “In Rainbows”. Portanto para não contrariar esse facto que parece já ter sido elevado ao nível de lei, eu próprio irei dar a minha opinião sobre álbum mais aguardado deste ano de 2007.
Quando finalmente carregamos no play e começamos a ouvir “In Rainbows” a sensação que depressa nos invade é que é bom ouvir de novo Thom Yorke com os Radiohead, e só agora percebemos as saudades que cresceram a um ritmo alucinante desde “Hail to the Thief”. Desta banda que fez valer a pena sermos nascidos nos anos noventa e já termos idade para apreciar o talento inesgotável destes senhores.
O álbum começa com as primeiras batidas de “15 Step”, Thom Yorke está em forma e vem acompanhado com um som muito jazz acompanhado pelas batidas electrónicas já conhecidas, entretanto Jonny Greenwood acompanha de longe esta primeira música. “Bodysnatechers” é a música que se segue e aí sim encontramos aquilo que parecem ser várias guitarras a uma velocidade alucinante, sempre com o bom gosto de Greenwood. Em “Nude” encontramos uma música que há vários anos vem sendo rescrita e reinterpretada, depois de esboços e maquetas encontramos uma das músicas mais introspectivas e profundas do álbum. “Weird Fishes/ Arpeggi” tem traços de orquestração Post-Rock, enquanto “All I Need” percorre vários sentimentos como o desejo acabando no amor. “Faust Arp” acrescenta aquilo que ficou por acabar em “Nude”. “I don’t want to be your friend, I just want to be your lover” assim começa “House of Cards” uma canção sobre relacionamentos. O álbum termina com “Videotape” e termina com magia, que nos faz pensar no limiar da criação. Antes de terminar nós já carregámos no repeat como se tivéssemos a viver um ciclo interminável. “In Rainbows“ é o fiel sucessor de tudo o que “O.K. Computer” criou, e graças a esse mesmo “O.K. Computer”, “In Rainbows” não nos toma de rompante pois “O.K. Computer” habitou-nos à perfeição.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Afinal Chama-se "Jukebox"


Cat Power revelou o nome do futuro álbum de covers. A cantora também conhecida como Chan Marshall havia previamente comentado que o álbum se chamaria “Cover Record 2” mas decidiu mudar o nome para “Jukebox”.
Para além de fazer covers dos seus artistas favoritos, Marshall vai também incluir uma versão actualizada da sua própria música “Metal Heart” no álbum e também uma homenagem a Bob Dylan “Song To Bobby” segundo a Pitchfork.
“Jukebox” tem data de lançamento 22 de Janeiro no Estado Unidos.

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segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Depois do Punk, o Pós Punk


Estávamos no final dos anos 70 e depois de alguns anos onde bandas como os Sex Pistols, Ramones ou The Clash tinham caracterizado o panorama musical internacional gerando algo que no futuro viria a ser conhecido como a essência do Punk algo novo começa-se a desenvolver.
O Punk tinha despido o rock de tudo o poderia caracterizar, ao mesmo tempo dando-lhe uma velocidade e agressividade nunca antes assistidas.
Mas no final da década de 70, uma nova leva de artistas procurava algo mais deste estilo que tinha dominado essa mesma década, fugindo da veia mais rock do Punk este novos artistas servem-se de outros mecanismos para mostrar a sua arte. Indo buscando a inspiração a marcos da música underground das últimas décadas Velvet Underground, Frank Zappa, The Who ou mesmo ao pai/avô do Punk Iggy Pop. Todas estas bandas haviam quebrado barreiras do convencional através da sua experimentalidade da música.
Onde o Punk era niilista, estas bandas de Post-Punk eram muito mais artísticas e negras. As principais características deste novo género que começava a ouvir-se em alguns clubes das ruas do Reino Unido era a utilização de características associadas ao avant-gard para além de elementos de géneros tão díspares como o funk americano ou a dub music da Jamaica. Uma das principais quebras com o seu estilo de origem era a utilização de sintetizadores utilizados habitualmente na Krautrock.
Bandas como os Television ou Pere Ubu embora formadas antes da aurora do movimento Post-Punk foram mais tarde vinculadas com esse mesmo movimento. Marquee Moon dos Television embora lançado durante a grande força do movimento Punk possui todas as características do movimento Post-Punk.
A maior parte das bandas de Post-Punk devido à sua atitude mais negra e atípica foram renegadas para o underground nunca conseguindo atingir um sucesso perante as massas uma excepção que confirma essa mesma regra foram os Talking Heads que devido à sua incorporação do New Wave à sua linguagem Post-Punk tornaram-se num sucesso nas grandes massas.
Da primeira geração do Post-Punk fazem parte bandas como Public Image Ltd, banda esta filha de duas das principais bandas de Punk os Sex Pistols e os The Clash. Outras das bandas dessa mesma primeira geração foram os Magazine Banda de Howard Devoto.

A quando dos anos finais da década que havia dado notoriedade ao Punk, em Manchester o apresentar do programa “So It Goes” incluído na programação da Granada Television que foi responsável por documentar a sucesso do Punk iria ter um papel fundamental na criação de uma das maiores bandas de Post-Punk de sempre. Tony Wilson fundador da cena Madchester seria responsável pela contratação para a Factory Records a produtora de Wilson dos Joy Division a banda de Ian Curtis formada depois de um concerto dos Sex Pistols num clube em Manchester. O nome Joy Division faz referencia à zona onde a mulheres judias são “oferecidas” ao oficiais alemães.
A personagem que podemos associar a Ian Curtir vocalista dos Joy Division é sem dúvida o âmago do Post-Punk, é a imagem de um jovem fascinado por nomes como David Bowie, Iggy Pop ou Velvet Underground. Uma das principais características na personalidade deste jovem é o fascínio pela morte precoce que ele mesmo viria a perpetuar. Os temas mais frequentemente retratados pela voz de Ian a morte, isolação e alienação que faziam parte da cartilha das bandas de Post-Punk. O ano de 1980 via o final desta banda que viria a se tornar num mito depois da morte do seu vocalista.
O princípio desta década viu a criação de novas bandas e a perpetuação de outras. Por terras de sua majestade onde este estilo teve a sua principal influencia, teve como principais personagens os Gang of Four, Siouxsie & the Banshees, The Cure e os The Fall.
O meio da década de oitenta viu o desvanecimento do Post-Punk noutros subgrupos bandas como os The Cure ou os Siouxsie & the Banshees viriam a ser associados com o Ghotic Rock. Na América o movimento No Wave esteve desde logo ligado ao movimento Post-Punk um desses exemplos são os Sonic Youth.
Mas foi no começo dos anos 2000 que o mundo viu o renascer do Post-Punk sob a forma do Post-Punk revival, desta vez atingindo o sucesso das massas sob a forma de bandas como os Fanz Ferdinand, Maxïmo Park, Liars e os Interpol.
No próximo dia 6 de Novembro Portugal vai assistir a segunda passagem dos Interpol por terras lusas a esta banda na tradição mais “joy disiniana” possível

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Canadian Flavor (parte I)



Apostle of Hustle

Com o segundo álbum lançado já este ano, Apostle of Hustle é um dos projectos paralelos de um dos pilares dos Broken Social Scene Andrew Wihtman. Seguindo uma linha muito parecida com o caminho traçado pelos Broken social Scene nos primeiros álbuns os Apostle of Huslte adoptam um ambient muito pouco tradicional. Este é o projecto onde Andrew Whiteman explora a sua veia mais experimental, pisando ao de leve a world music, Andrew Whitman utiliza guitarras típicas sul americanas e chega a cantar em espanhol neste trabalho.



Frog Eyes

Para que gosta de ambientes claustrofobicos esta é sem dúvida a banda perfeita. Carey Mercer o cabeça de cartaz dos Frog Eyes é um génio ou então disfarça muito bem. E para além de Cary Mercer esta banda já teve a colaboração de Spencer “Toque de Midas” Krug o homem responsável por muitas das melhores bandas vindas do Canadá. Os Frog Eyes são os responsáveis por um dos melhores discos de 2007 “Tears of the Valedictorian” onde Carey mostra o quanto um álbum pode ser louco e desenfreado sem nunca perder o sentido de direcção.

Stars

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A NME dá Música




No passado dia 6 de Junho a revista britânica em parceria com os White Stripes resolveram lançar a revista um vinil contendo o single Rag and Bone retirado do album Icky Thump. Pois bem o responsável por este blog foi um dos sortudos a quem esse mesmo vinil veio parar às mãos. Gostaria de partilhar com os meus leitores algumas imagens do mesmo.



Go Team Go!!!


Os The Go! Team é uma daquelas bandas que a principio nos parece impossível conferir um rótulo, com atitude muito ligada à dança e a tudo o que esta acarreta, vão também molhar a ponta dos pés a um hip-hop “old school” e tudo isto dentro de um álbum muito Indie.
È incrível como este álbum se torna numa grande festa com um espírito muito adolescente do princípio ao fim, mas nesta festa não entram os famosos sininhos, que são convidados para todas as festas Indie Pop nos últimos tempos. Grip Like a Vice dá inicio às hostilidades e com a voz de Ninja que é muito mais falada do que cantada que a acção começa. A festa continua com Doing it Right onde mais uma vez Ian Parton usa e abusa dos samples, com refrão que vamos repetir e voltar a repetir sem imaginar o seu significado. Em My World o que estivesse a acontecer parece abrandar e tomar um rumo mais calmo onde as influências são sem dúvida uma indie mais pastilha elástica. Em Titanic Vandalism o intervalo acaba e a festa continua com um ritmo ainda mais furioso. Ao longo do álbum tornam-se comuns alguns intervalos necessários para compensar a energia que se torna em loucura ao longo do álbum. O álbum termina quando a sensação de embate contra uma parede a 180 km/h se começa a sentir. No final sentimo-nos suados mas tristes por já ter acabado esta experiência noise-Indie-rap-pop-dance tão intensa.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Cansei de Ser Sexy em Concerto

Au Revoir Simone em Portugal


Esta é uma boa surpresa para os amante de Indie Pop de Portugal. Segundo informação do myspace da banda, a banda dará dois concertos em Portugal um em Lisboa no Santiago Alquimista a 3 de Dezembro e outro em Braga no Theatro Circo, 4 de Dezembro. O preço dos bilhetes ainda não foi divulgado.

Liars e William Shatner?

Os Animais Voltaram e Ainda Bem que Voltaram!!!

Ga Ga Ga Ga Ga


Dos Estados Unidos da América vem “Ga Ga Ga Ga Ga” o mais recente álbum dos Spoon. Este que já é um dos melhores álbuns desta banda de que já nos habitou a uma qualidade que falta a muitos dos hypes vindos de terras de sua majestade. O álbum começa com “Don´t Make Me a Target” onde desde de logo reconhece-mos a batida característica dos Spoon. Esta música prova que por vezes o trabalho árduo ultrapassa o génio e este é sem dúvida um excelente single.
Mas “Ga Ga Ga Ga Ga” não se resume a um bom single e depressa nos apercebemos que “Don´t Make Me a Target” não é um “one hit wonder” e que música atrás de música o álbum se vai construindo. E é nisso que o vocalista Britt Daniel e o baterista Jim Eno são mestres nas excelentes construções que parecem baralhos de cartas que nunca cairão. Em “Ga Ga Ga Ga Ga” podemos encontrar “Don't You Evah” música cheia de Groove e “Rhthm & Soul” que parece ter sido escrita na Escócia por uma banda escocesa.
Os Spoon são uma daquela bandas que nunca teve a sorte de cair nas boas graças dos media e por isso nunca teve hype que os tornassem conhecidos e talvez isso se deva a um acidente geográfico ou talvez e isso se deva a demasiado talento enquanto esperamos mais reconhecimento para esta banda vai continuar a ouvi-los a abrir cartazes de festivais para bandas com um talento que não compara aos excelentes trabalhos destes norte americanos

De Volta!!!!

Pois é as férias parecem ter acabado e com final das férias veio um novo My Name is Indie com uma nova cara. Nos próximos dias o blog começará a ser actualizado novamente. Vamos fazer o enterro do Verão e dar as boas vindas ao Outono com boa música como já é habitual.

sábado, 21 de julho de 2007

Annuals - Carry Around

Aerogramme


Vindos da Escócia os Aerogramme surpreenderam muito boa gente com seu mais recente trabalho cheio de melodias que vão marcar quem tiver a sorte de poder ouvir-lo. Os Aerogramme propõem-se a juntar o rock progressivo à música alternativa. “My Heart Has a Wish That You Would Not Go” leva-nos a experimentar um post-rock tão perfeito como o dos próprios Mogwai. Este quarteto é mais uma das grandes bandas vindas da Escócia prontas a conquistar o mundo.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

"Our Love to Admire"


Neste terceiro álbum de originais os Interpol continuam a impor a sua versão de Post-Punk sem esquecer as claras influências que desde o princípio definiram a banda. A primeira audição do álbum mostra uma sonoridade mais negra a lembrar os becos escuros de Nova Iorque. Em “Our Love to Admire” a voz de Paul Banks continua a ser a principal âncora do álbum, embora Banks tenha tentado em algumas músicas fugir do seu registo habitual.
Como Daniel Kessler referiu num artigo à NME há uns tempos, vários teclados foram utilizados durante o início da composição e pode-se sentir isso mesmo na textura do álbum.
Em várias críticas a “Our Love to Admire” critica-se a falta de músicas orelhudas, neste álbuns isso é claramente um ponto positivo tornado o álbum num todo perfeito.
O primeiro single de “Our Love to Admire” foi “The Heinrich Maneuver “ que se mostra uma música um tanto ao quanto atípica a provar isso mesmo está o videoclip que se pauta por uma acção arrastada que vai contra todas as regras de um videoclip actual.
Os Interpol com este álbum mantêm-se fiéis a si mesmo, as gravatas continuam assim como o preto. São estes rapazes que entretanto já se fizeram homens que servem de pilar para o revivalismo Post-Punk no entanto, sem nunca fazendo realmente parte desta nova onda de bandas vindas de terras de sua majestade com muitas influências New Wave, até porquê eles continuam a ter um pé em 1979.
Em conclusão é o sentimento a que os Interpol nos habituaram que faz “Our Love to Admire” mais um grande álbum dos Interpol.

Novo Álbum de Devendra Banhart


Devendra Banhart revelou o nome do seu novo álbum de originais “Smokey Rolls Down Thunder Canyon”.

O álbum vai contar com as participações do irmão de Joanna Newsom Pete Newsom, Andy Cabic dos Vetiver, Otto Hauser, Greg Rogove e Rodrigo Amarante dos Los Hermanos.

Quatro das dezasseis músicas do novo álbum serão “Cristobel”, “So Long Old Bean”, “Samba Vexillographica” e “Seahorse”.

O álbum será lançado em Setembro.

Convidados Músicais nos Simpsons


Por altura do lançamento do filme que narra as vidas da família amarela mais famosa do mundo o jornal The Times resolveu lançar no seu site a 33 participações de celebridades mais engraçadas de sempre nos Simpsons. Muitas celebridades ao longo dos anos não se importaram de se dirigir até Springfield, do leque de celebridades podem contar-se nomes como os de Jerry Springer, Dolly Parton, Britney Spears, Michael Moore, Natalie Portman, Lenny Kravitz and U2. Desde actores, músicos ou celebridades em geral juntaram-se a esta louca família ao longo dos anos. Como é suposto eu falar de música eu vou apenas referir-me à participação de músicos na série se quiserem ver o resto das participações podem vê-las em: http://entertainment.timesonline.co.uk/tol/arts_and_entertainment/film/article2021776.ece


Michael Jackson as Leon Kompowsky – A primeira participação é do ex-rei da pop embora não tenha sido Michael Jackson a cantar e sim Kipp Lennon é a voz de Jackson que se ouve no diálogo.

Aerosmith – a banda de Steven Tyler decidiu tocar a música “Walk This Way” no famoso bar do Moe

Tom Jones – Aqui o músico toca directamente para o coração da Marge

Barry White e Red Hot Chili Peppers – aparecem ambos no episódio “Krusty Gets Kancelled”

The Ramones –na sua participação na série são confundidos com os Stones pelo Mr Burns

Paul and Linda McCartney – foram responsáveis pelo vegetarianismo da Lisa.

Smashing Pumpkins e Cypress Hill – no episódio “Homerpalooza”

Johnny Cash – dá a voz um coite que faz parte da alucinação de Homer

The Who – onde a banda é apanhada entre a luta entre a nova Springfield e a velha Sprigfield.

R.E.M. –tocam no novo bar de garagem do Homer

Metallica – aparecem no episódio onde o Bart rouba o autocarro escolar.

The White Stripes – Onde fazem uma luta de baterias com o Bart

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Detalhes sobre o novo álbum de Patrick Wolf


Patrick Wolf revelou alguns detalhes sobre o quarto álbum do artista.
Este novo álbum é mais desmentido à notícia no principio do ano em que Wolf punha um final à sua carreira.

Patrick Wolf postou no Myspace.com/officialpatrickwolf, numa mensagem com o titulo “Quarto Album” este escreveu uma lista de canções com temas aquáticos

O possível alinhamento

Octopus
Anenome
Sanctuary
Where I See
Oyster Shell
Away From World
And Jewelry
I'm Going To Dive

sábado, 14 de julho de 2007

Animal Collective com Strawberry Jam

Os Animal Collective editam o novo álbum a 11 de Setembro deste mesmo ano. O que esperar desta que é uma das mais inventivas bandas desta década, depois de álbuns como Sung Tongs ou Feels que nos fizeram tremer por dentro com uma junção de sons que pode assustar uma pessoa pouco adepta deste tipo de música.
Saídos das mentes criativas de Avery Tare, Panda Bear, Geologist e Deakin, os Animal Collective são conhecidos por fazerem álbuns pop com uma sonorização desconcertante proporcionando uma experiência surreal aos seus ouvintes
Esta banda anda à alguns anos a percorrer um caminho que vai desde o Psych Folk, passando pela música experimental e não fugindo às guitarras características do Indie Rock.
Incorporados no movimento Freak Folk, embora possuem poucas semelhanças com a maioria das bandas englobadas nesse mesmo movimento, fugindo ao género cantautor da maioria dos artistas deste movimento.
Depois dos excelentes trabalhos paralelos de Panda Bear com Person Pitch e Avery Teri Pullhair Rubeye que serviram para acalmar a espera por um novo trabalho deste colectivo espera-se mais um excelente álbum.
As melodias e letras que irão fazer parte de Strawberry Jam foram sendo compostas e escritas por Panda Bear e Avey Tare entre Lisboa, Paris, Nova Iorque e Baltimore.
Por portas e travessas já tive a hipótese de ouvir algumas das novas músicas que irão fazer parte do novo álbum, muitas das novas músicas têm vindo a ser tocadas ao vivo à algum tempo pela banda. Pode dizer-se que em Strawberry Jam as guitarras dão lugar a um som mais electrónico.
Para apaziguar a espera por Strawberry Jam aqui fica um aperitivo para o novo álbum dos Animal Collective.

AGENDA MUSICBOX 17 A 21 JULHO



17. JULHO (Terça-feira)

PROGRAMA:

_ANTI-CLOCKWISE (Concerto_22.30h)

_NUNO CALADO (Concerto_00.00h)

BILHETE: 6 Euros_oferta de 3€ para 1 bebida



Apresentação ao vivo do novo single dos Anti-clokwise "Last Train To My Mind".

18. JULHO (Quarta-feira)

PROGRAMA:

_ZAPPANOIA (Concerto_22.30h)

_SEPTIMUS (DJ Set_00.00h)

BILHETE: 6 Euros_oferta de 3€ para 1 bebida

O colectivo Zappanoia tem como propósito divulgar a obra do músico e compositor americano do séc. XX, Francis Vincent Zappa. Fundado em 1995, Zappanoia é um grupo de homenagem e cada vez que actua celebra a obra musical e ideológica de Zappa, cuja euforia e força definem um espectáculo dinâmico, interessante e divertido.

19. JULHO (Quinta-feira)

PROGRAMA:

LISBOA CRÓNICA ANEDÓTICA

_Filme de Leitão de Barros 1930. Banda sonora de Flak 2007. Ao vivo: Flak (programações e teclados), Filipe Valetim (piano), Viviena Tupikova (violino), Abel Gomes (violoncelo) e Digo Faro (clarinete) (Concerto + Filme - 23.00h)

_CORTEZ (DJ Set_00.00h)

BILHETE: 8 euros_oferta de 3€ para 1 bebida



O MusicBox, é o palco da apresentação, do mais importante documentário feito sobre a Capital. Um filme-concerto, com a projecção do clássico do cinema português "Lisboa Crónica Anedótica" de José Leitão de Barros e com banda sonora a ser musicada ao vivo.

20. JULHO (Sexta-feira)

PROGRAMA:

_SKALIBANS (Concerto_00.00h)

_LADYGBROWN & DR BASTARD (DJ Set_02.00h)

_F_ACTOR VISUALS (VJ Set_02.00h)

BILHETE: 8 Euros_oferta de 3€ para 1 bebida

Com Gonçalo (Bateria), Sérgio (Voz), Luis (Baixo), Clara (Trompete), Gramaço (Saxofone) e Pedro (Guitarra)., os Skalibans dão um concerto de punk-ska-reggae, sonoridade pouco usual no nosso país.


14. JULHO (Sábado)

PROGRAMA:

_LINDA MARTINI (Concerto_00.00h)

_MAGA BO (DJ Set_02.00h)

_MIKE STELLAR (DJ Set_03.00h)

_X (VJ Set_02.00h)

BILHETE: 8 Euros_oferta de 3€ para 1 bebida


Os Linda Martina apresentam pela primeira vez no Cais do Sodré o seu álbum de estreia "Olhos de Mongol", editado em Outubro passado.

Do palco para a cabine, o norte-americano Maga Bo apresenta sonoridades que enfatizam conceitos universais de som e música através de elementos de diversas origens geográficas. No contexto das contorções digitais de hip hop, batida quebrada e drum 'n' bass, Maga Bo mistura ainda capoeira, bhangra, dub e batidas electrónicas.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Indie Rock - 14 de Julho, 22h, Santiago Alquimista


Rock do presente para relembrar o passado...

O Santiago Alquimista, vai receber, no dia 14 de Julho a Festa Indie Rock, um evento totalmente dedicado às bandas emergentes do rock deste século XXI.

Artic Mokeys, Arcade Fire, White Stripes, Bloc Party, Klaxons, The Strokes e muitos outros, eram nomes desconhecidos há pouco tempo atrás e hoje são fenómenos de culto um pouco por todo o mundo.
Indie Rock é um estilo musical que caracteriza bandas que não são lançadas por grandes editoras. Porém o grande sucesso de algum desses grupos lança-os directamente para majors, embora o som na maioria dos casos, não perca a identidade, fazendo com que tais bandas, mesmo com o sucesso de público e grande repercussão nos media, sejam consideradas bandas alternativas.

Na Sala Hamlet, serão exibidos o documentário "Glastonbury", um documentário sobre o trigésimo aniversário do mais conhecido festival da Grã-Bretanha e "Dig!", que relata a tumultuosa ascensão de dois talentosos músicos, Anton Newcombe, líder dos Brian Jonestown Massacre e Courtney Taylor, líder dos Dandy Warhols.

Na Sala Santiago actuarão os Dapunksportif, banda rock de Peniche, os New Sonic (R)Evolution, um novo colectivo de djs apoiado pelo Projecto Marginal, e Davide Pinheiro, jornalista do DN Música e Diário Digital, acompanhados na parte visual pela VJ Marta Machado.

Para conhecer o novo rock, o Projecto Marginal convida todos para esta noite de descoberta.
A festa terá início às 22h00 e o preço será de 5€.

Mais informação: www.projectomarginal.com

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Os Arcade Fire no Preço Certo

Richard Reed Parry e TIm Kingsbury na audiência do programa Preço Certo com tshirts de Neon Bible

Entrevista a Paul Banks dos Interpol


Conseguem consenso entre crítica e público, algo raro na música. Como o explicam?

Creio que agradamos à crítica por ter um som... não sei, sofisticado. E ao público porque a nossa música vem da alma, é sincera.

Mas sentiram a pressão do 2º álbum, depois de serem eleitos a "next-best thing" com o 1º disco?

Sentimos muita pressão. Estávamos nervosos com a reacção das pessoas, tivemos de nos esforçar para não pensar nisso. Agora neste disco já relaxamos, já sentimos que devemos estar a fazer algo bem (risos).

Que tipo de música vos influencia?

Todos temos influências diferentes. Eu sou da geração Grunge, foram os Nirvana que me fizeram querer ser músico. Já o Carlos D (baixista) tem tendências para o metal, os outros para o rock ou até o hip-hop... A conjugação de gostos é que resulta.

Em que medida Nova Iorque vos influencia?

Talvez pela sua vibração, pelo seu ritmo rápido a energia. Acabam por se tornar parte de nós.

Até Novembro têm digressão completíssima. gostam da vida na estrada?

Eu gosto, adoro. Sinto que nunca tive um sítio a que possa chamar lar, o mundo é o meu lar.

Mas dá para conhecer locais? Por exemplo. Lisboa?

Lisboa conheci, chegámos um dia antes do concerto. Fui à zona velha e ao Chiado e adorei. Lisboa é a combinação perfeita entre Roma e Madrid.

by Patricia Naves in DESTAK

quinta-feira, 5 de julho de 2007

O Primeiro Dia do Acto II do SBSR

Depois da abertura das portas às 15:00 horas o dia mostrava-se farrusco. Às cinco horas da tarde ainda poucas pessoas se tinham deslocado até ao recinto do Super Bock Super Rock (SBSR) no Parque Tejo, devido em grande parte por se tratar de um dia de semana. As poucas pessoas que já se encontravam no recinto deambulavam pelo recinto à procura das diversões providenciadas pela organização.
No palco já se encontravam a actuar os Y?, à frente do palco poucas pessoas se encontravam a ouvir a actuação desta banda. O pequeno público devia-se em grande parte devido a um erro de casting da produtora deste festival, em colocar uma banda com um género musical que não se enquadrava neste segundo Acto do SBSR.
Depois de três músicas os Y? deixaram o palco sem terem causado uma impressão muito intensa às poucas pessoas que os ouviram.



Foi com os Bunnyranch que o Festival parecia ter começado, foram os Bunnyranch que começaram a transmitir energia ao público que já começava a aumentar à frente do palco. Kaló começou a sua actuação por dizer que iria actuar no máximo para os 15, 20 pessoas conheciam a banda. Começaram a festa com “Your Words Are My Jokes” do novo álbum. Kaló continuou na sua bateria a mostrar do que os Bunnyranch são capazes. Para além de várias músicas presentes na discografia da banda, a actuação dos Bunnyranch contou também com uma versão do “Hungry” dos Paul Revere & The Raiders. Mas foi com as músicas “Inside My Head” o single do novo álbum “Luna Dance” e “Can´t Stop The Ranch” que o público mais se manifestou. A banda do ex- Tédio Boys mostrou estar à vontade com o rock suado característico desta banda e o público parece ter aderido bem a uma das primeiras actuações do dia.



Depois da pausa para a preparação do palco seguiam-se os The Gift que já contam com prémios internacinais como o Best Portuguese Act da MTV. Os The Gift tentaram comprimir a sua carreira nos 50 minutos que tocaram. Foi um desfile de temas da banda a que o público respondeu com algum entusiasmo. Esta não foi na minha opinião uma das melhores actuações da noite, a actuação sofreu devido à atitude fria e um pouco arrogante da vocalista Sónia Tavares chegando mesmo a responder ao público que gritava “Salta, salta” que, eles é que deviam saltar, pois era para isso que eles lá estavam.



Chegava agora a hora da actuação de uma das bandas mais esperadas da dia a ter em conta o número de tshirts da banda e maneira característica de vestir de alguns membros do público a fazer lembrar o modo de vestir da banda em questão. Foi ainda com o sol a iluminar o palco que os Klaxons se estrearam em palcos portugueses. Foi com o seu Indie Rock dançante que os londrinos começaram a sua actuação. Jamie Reynolds dirigio-se algumas vezes ao público agradecendo a energia que emanava do público português. A parte final da actuação Klaxons foi um desboninar de singles começando em “Magick”, passando por “Gravity Rainbow” e terminando com “It's Not Over Yet”. Este foi sem dúvida um concerto para o público mais novo do SBSR e leitor da NME que respondeu muito bem à actuação destes quatro rapazes. Foi sem dúvida uma aposta ganha e conseguiram provar que são mais do que um Hype criado por certas revistas inglesas.



O SBSR continuou com sons a lembrar as décadas de 60 e 70. Foi com os The Magic Numbers, a primeira actuação onde a noite já se fazia sentir, que a faixa etária aumentou. Vindos da Escócia os The Magic Numbers donos de uma imagem hippie trouxeram ao festival um rock calminho que anda entre o country e o powerpop. Os The Magic Numbers proporcionaram um descanso merecido a um público cansado depois da actuação dos Klaxons.



Chegava a hora de uma das actuações mais esperadas da noite os Bloc Party que pisavam solo português pela terceira vez. Depois de duas grandes actuações em Portugal que lhes conferiram muitos fãs por estas paragens os Bloc Party tinham a missão de dar mais um grande concerto.
E assim começou com “So Here We Are” música do primeiro álbum. Depressa se começou a avizinhar mais um grande concerto desta banda vinda de terra de sua majestade. O carisma de Kele Okereke continua lá, e mais uma vez nos mostrou do que os Bloc Party são capazes. Ao contrário do concerto em Paredes de Coura onde a única coisa que possa ter falhado, possa ter sido as poucas músicas da banda na altura. No SBSR os Bloc Party conseguiram fazer a ponte perfeita entre “Silent Alarm” e "A Weekend in the City". Como sempre Kele Okereke não se esqueceu de se dirigir ao público, mostrando que são estes pequenos detalhes em Kele e nos Bloc Party que tornam cada actuação única e não mais um concerto para cumprir agenda.
Foi nos temas de “Silent Alarm” que público se mostrou mais energético. E foi com o muito pedido “Helicopter” que os Bloc Party terminaram mais uma actuação em Portugal. Não tendo sido talvez uma actuação ao nível da actuação em Paredes de Coura (sem dúvida a melhor do festival) foi uma das melhores actuações desta banda.



Foi por volta da meia-noite e qualquer coisa que chegava a hora da actuação da banda mais aguardada do festival. Chegava a hora de uma das bandas desta década se não a banda desta década tocar mais uma vez em solo português, depois da actuação em 2005 no festival Paredes de Coura que deixara muitos portugueses sedentos da sua volta. Na primeira fila via-se os olhos de uma plateia veteranos e gente que só conhecia o trabalho desta banda através do último álbum “Neon Bible”, uma ânsia por ver ou rever a banda responsável pelo álbum “Funeral”. Era no meio desta ansiedade e curiosidade que se preparava o acontecimento de um momento mágico.

Foi com imagens de uma rapariga que discursava numa igreja evangelista típica do Brasil, que começam a entrar os responsáveis por uma das melhores noites da vida das 15.000 pessoas que os esperavam. O cenário para este concerto, sem dúvida o mais elaborado de todas as actuações desse dia. Contava com réplica de um órgão de tubos e a imagem de uma bíblia de néon no fundo do palco para além de cartazes onde se projectavam os números de 1 a 5.

Foi com o Black Mirror que a magia começou e o concerto deixou de ser um concerto para passar a ser algo místico. Foi com as palavras proferidas por Win Butler “I Walk Down to the Ocean” que se sentiu pela primeira vez nessa noite a energia dos oito membros (mais coisa menos coisa), que já ocupavam os diversos instrumentos desta banda que vão desde o baixo, bateria, teclados, guitarra entre outros instrumentos de cordas e percussão.
A “Black Mirror” seguiu-se “No Cars Go” a música lançada no primeiro EP da banda e mais tarde remasterizada no mais recente álbum da banda tornando-se num marco do novo álbum.
Foi com Haiti que Régine “animal de palco” Chassagne tomou o microfone como seu e mostrou ao público português a sua linda voz proporcionando um dos momentos altos da noite.
Seguiram-se então “(Antichrist Television Blues)” e “Intervention” do novo álbum da banda onde Win Butler voltou a ocupar o seu lugar à frente da banda, nesta altura era difícil perceber quem se estava a divertir se o público se os próprios Arcade Fire.
Seguiu-se então “Headlights Look Like Diamonds” música do primeiro EP da banda que como referido pelo próprio Win Butler poucas vezes fora tocada em actuações ao vivo. Mas nem por isso desconhecida do público do SBSR que não parou cantar a música do princípio ao fim.
Por esta altura já os olhos de Win Bulter se enchiam de espanto pela receptividade do público, desde o princípio do espectáculo que o publico não parava de servir coro aos Arcade Fire mesmo entre músicas o público do SBSR fazia questão de continuar a cantar. Em grande parte devido ao público português gostar de fazer parte dos concertos e também para agradecer a uma das melhores bandas da actualidade. Como Régine Chassagne referiu o público português canta muito bem.



“Ocean of Noise”, um dos momentos altos de “Neon Bible” é reproduzido ao mais alto nível no Parque Tejo pela guitarra de Win Butler.
Antes da recta final já Win Bulter se desfazia em agradecimentos mas não sem referir o facto de devido a de morar no Canadá numa zona onde morar muitos imigrantes Portugueses e Gregos se ter sentido em plena faixa de Gaza durante o Euro 2004.
Na recta final ouviram-se os sons de “Funeral” o álbum que catapultou esta banda para os maiores palcos do mundo, ouviu-se “Neighborhood #1 (Tunnels)”, “Rebellion (Lies)” e “Neighborhood #3 (Power Out)”.
Antes do final do concerto ouviu-se “Keep The Car Running”. Mas foi já no encore que se ouviu o hino dos Arcade Fire “Wake Up” e assim se despediam os Arcade Fire de forma apoteótica do público português.
O público recusou ir-se embora gritando por quase dez minutos sem arredar pé da frente do palco onde durante uma hora e qualquer coisa se fez magia.
Em tom de conclusão depois de tal concerto ficou um sentimento de que se tinha feito história naquele local e que as memórias da actuação de uma banda que entrará para a história como uma das melhores bandas ao vivo não desapareceram tão facilmente.