quarta-feira, 13 de junho de 2007
A Morte d´O Festival
Depois da comemoração dos seus trinta e cinco anos em 2006, este parece ser o ano que marca o final do Vilar de Mouros, mas o mais triste é o acabar de um marco responsável por trazer a tradição dos festivais para Portugal.
Foi numa época ainda de opressão que este festival arrancou com um formato inédito em Portugal.
A 8 de Agosto de 1971 um grupo de gente esquisita juntava-se num total de aproximadamente 30.000 pessoas. Era com nomes como José Cid e o Quarteto 1111, Elton John, Manfred Man, Syndicato (de Jorge Palma) e Amália que este festival arrancava. E era assim com um cartaz bastante ecléctico que combinava nomes que da música tradicional, pop, rock e até fado que começava o pai de todos os festivais portugueses. Desde cedo conseguiu a alcunha de Woodstock português. È curioso relembrar uma conversa do então rei da pop depois da dissolução dos Beatles Elton John, este chegou a perguntar a Amélie Barge (mulher do organizador António Barge) se a assistência, separada do palco por arame farpado, estava a gostar. Ao que Amélie respondeu que sim incrédulo Elton John retorquiu “Mas eles não se manifestam!”. Ao que Amélie explicou “Não, cá em Portugal é assim”, tempos que já lá vão. Depois sucesso da primeira edição Portugal teve de esperar por 1982 pela segunda edição onde figuraram nomes como U2, Echo & the Bunnymen e Carlos Paredes. E apenas a partir de 1996 o festival começou a ser regular. Desde 1996 passaram pelo festival nomes como Primitive Reason, The Stone Roses, Young Gods, Xutos & Pontapés, Madredeus, Silence 4, Pop Dell'arte, Catatonia, Tindersticks, Neil Young, Sonic Youth, Robert Plant entre muitos outros.
Depois de nos últimos anos ter apresentado cartazes fracos que faziam desprender um declínio nas condições do festival foi a notícia do fim do festival tornou claro a possível falência da produtora deste festival.
Eu como amante de boa música espero que o Festival Vilar de Mouros volte mas volte apenas quando tiverem reunidas as condições para que este festival volte a ser um dos maiores festivais de Portugal, pois foi este o festival que abriu portas a festivais como o Paredes de Coura, Sudoeste e Super Bock Super Rock. E tornou Portugal num sítio de passagem para as grandes estrelas da música mundial.
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2 comentários:
coisas boas sempre se vão. "/
nem sempre! é pena
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