sábado, 10 de julho de 2010
Optimus Alive! Dia 8
Por volta das cinco da tarde o palco Super Bock dá, início às hostilidades com a entrada dos californianos Local Natives. No seio do público colocava-se a questão quem são estes rapazes que ocuparam o palco, mas passados alguns minutos todos estavam rendidos à energia da banda. Os Local Natives cujo o primeiro disco passou despercebido neste extremo do Atlântico trouxeram há aqueles que ali se encontravam músicas banhadas pelo sol da Califórnia, aquecendo o ambiente que já fervia. A bateria endiabrada de Matt Frazier pôs toda a gente a dançar com músicas como “Shape Shifter” ou “Sun Hands”. Aqueles que viram há dois anos num palco semelhante tocar os Vampire Weekend de certeza tiveram uma sensação de nostalgia ao ouvir estes rapazes que esperam levar a Europa de rompante com as suas músicas com influências do afropop tal como os acima citados ou o seu mar de vocais que dão um abraço caloroso ao público. Os Local Natives acabam o concerto com um público já bem composto e rendido com vontade de ouvir mais desta banda até há poucos minutos desconhecida para a maioria. Feita a primeira pausa, a banda excitação de 2010 entra palco e o público vai ao rubro. Depois de um ep e um primeiro álbum muito bem recebido pela crítica, aos The Drums restava apenas a derradeira prova em palco. A banda entrou em palco com vontade de conquistar rapidamente o público disparando os seus singles mais orelhudos e o público respondeu entoando em uníssono as letras das músicas.O vocalista Jonathan Pierce chegou ao Alive! pronto a deixar tudo em palco. No concerto os The Drums desfilaram as referências e olhares ao passado num concerto que fez as delícias daqueles que tem em The Drums a banda do ano 2010. Perdidos numa Inglaterra em plenos anos oitenta, estes americanos de Brooklyn deliciam aqueles que não viveram os originais, abandonando o espírito depressivo e substituindo-o com um leveza pop contagiante. A atitude teatral em palco do vocalista lembra um Morrissey a quem colocaram umas pilhas duracell. Terminada a actuação da banda a prestação foi positiva, a pop contagiante da banda fez o público balançar ao som de músicas como “Best Friend” ou “Let’s Go Surfing”. Durante o concerto da banda o aparecimento nos bastidores de Florence Welch fez o público delirar e logo se percebeu por quem o público esperava nessa noite.
A seguir a The Drums em palco entra Devendra Banhart e os The Grogs desta vez Devendra Banhart vem a Portugal para actuar para um público que talvez não seja mais indicado para a sua música. Desconhecido para muitos os que se encontravam no passeio marítimo de Algés foi sem dúvida a surpresa da noite para todos aqueles que o ouviram. Se o Festival para Gente Sentada é a casa perfeita para o folk lo-fi de Devendra Banhart o músico não se intimidou com o palco Super Bock mostrando porque é um dos melhores artistas da sua geração abandonando a sua vertente mais intimista para se entregar a uma festa de massas. Na T-shirt de Devendra lia-se “Caetano Veloso e os Mutantes ao vivo” uma pista para o Tropicalismo que se fez sentir em palco. Artista de mão cheia Devendra foi talvez o responsável pelo melhor concerto de dia 8, sem os maniqueísmos de outras bandas Devendra mostrou o poder da palavra cantada na tradição dos melhores cantautores.Depois de Devendra o palco começou a ser preparado para aquela que o púbico mais esperava. Uma multidão como nunca se vira rodeou o palco Super Bock à espera da sua Diva. Florence aparece vestida tal qual fada que deambula num palco cheio de flores, o público à minha volta delirava com visão da artista. Quem ainda se lembra de Florence menina dos seus primeiros dias esqueça pois esta Florence é outra. Mais madura menos criativa, mas com um grande público para a apoiar. Com uma música bastante acessível Florence conseguiu tocar o coração dos fãs, para os outros falta algo a Florence + the Machine a inocência foi substituída uma “plastique” que não convence. Florence é uma fada sem magia.
O negro dos xx substituiu as flores do palco. No palco Super Bock assistiu-se a uma sessão de espiritismos alma dos Joy Division invocada nas músicas deste trio Londrino. O trio conseguiu amansar o mar de público que se encontrava por todo o lado. Se a critica os trouxe em ombros até aqui sem dúvida que estes rapazes sabem o fazem, com o seu álbum homónimo conhecemos músicas como “Crystalised” ou “VCR” que foram aqui de forma mítica executados. Aqueles que povoaram o Alive! sentiram-se transportados para uma época que continua a ser uma forte fonte de inspiração para estas novas gerações. Os elementos da banda apresentam-se em palco como elementos singulares fechados em si mesmos mas a música que chega até ao público é uma poderosa combinação do talento deste trio. O valor da banda vive na interpretação e na intensidade com que vivem as suas músicas. Depois ouvido o álbum ninguém se sentiu desfraldado com a actuação dos xx nesta noite onde o trio levou o público a novas meta realidades de prazer infinito.
Depois de finalizado o concerto dos The xx decidi acabar a noite “on a high note” deixando La Roux para o restante público.
Em suma o Optimus Alive! conseguiu trazer a Portugal alguns dos nomes indie mais interessantes da actualidade mas organização tem ainda muito a fazer desenganem-se aqueles que esperam neste festival encontrar uma espécie de Paredes de Coura em plena cidade de Lisboa. Aqui as marcas mandam e música fica por vezes em segundo plano. Este festival continua a chamar principalmente uma geração de jovens que procura neste festival encontrar uma espécie de noção de globalização de uma nação indie baseada nas leis de uma qualquer pichtfork.
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