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Mekons
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Grupo Fantasma
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Perfume Genius já havia figurado anteriormente neste blog, numa lista de nomes a ter em atenção em 2010. As poucas músicas que tinha ouvido mantiveram em mim um alarme sempre activo à espera de notícias deste cantautor de nome Mike Hadreas, foi assim que descobri este primeiro LP de nome “Learning”.
Este álbum como define o autor foi para o mesmo uma espécie experiência extra corpórea, como se o autor escreve-se sobre a história, o crescimento de figura estranha ao autor. Este álbum tratasse de uma experiência de catarse uma expiação do autor de todos os demónios que lhe preenchem âmago.
“Learning” é um obra esviscerar que nos arranca a pela e nos deixa nus e indefesos face dureza da lírica.
A produção lo-fi do álbum sente-se em cada música, o som dos dedos de Hadreas a tocar as teclas do piano, a respiração no final de cada estrofe estes pormenores são como um toque ao de leve do autor.
Existem muitos artistas que escolhem inundar-nos com sons e efeitos que se repetem e quase nos atacam fazendo com que o nosso cérebro se perca com quantidade infinita de estímulos, muitas vezes isso serve para esconder a fraca qualidade do conteúdo. Com Perfume Genius acontece exactamente o oposto ficamos reduzidos ao essencial o piano afastasse e deixa a voz a actuar sozinha, não há nada na música de Hadreas que nos distrai-a do essencial, conseguimos sentir os pequenos silencias as pausas entre sílabas, quando a voz lhe treme sentimos-lhe a alma nas palavras.
Se quisermos fazer comparações podemos pensar em Perfume Genius como um Sufjan Stevens menos extravagante e mais contido em si mesmo.
Um dos pontos mais altos de “Learning” é a lírica as imagens evocadas pela escrita de Hadreas acutilantes e criam-nos uma sensação de incomodo que nos fazem querer arrancar esse sentimento da pele. Um exemplo da escrita de Hadreas é por exemplo Mr. Peterson onde Hadreas nos conta história de um relacionamento que teve um professor que acabou por acabar com a sua vida, a imagem do presente do professor sobre a forma de uma cassete dos Joy Division é aterradora. Esta música é uma exemplo perfeito da escrita de Hadreas histórias em pequenas estrofes ficam marcadas com fogo no peito e continuam a queimar em lume brando.
Em resumo “Learning” é a história de vida de um rapaz marcado por uma história de vida da qual se tentou esconder. Ouvir “Learning” pode ser uma experiência dolorosa, mas faz-nos sentir coisas que precisamos de sentir antes de morrer.
“What is in for?” é a questão levantada pela segunda faixa do álbum homónimo da banda Avi Buffalo. Esta faixa é também o single escolhido pela banda para dar a conhecer o primeiro álbum da banda que já foi comparada a uns Shins em início de carreira.
Voltando ao single do álbum, “What is in for?” é uma das canções pop mais certeiras deste primeiro semestre de 2010. Se a voz frágil de Avigor no atinge a construção melódica da faixa é soco certeiro no estômago que nos deixa inconscientes.
Mas se é verdade que neste álbum os Avi Buffalo não mais conseguem atingir a pureza melódica do single, seria também errado dizer que este álbum é desprovido de outros argumentos a seu favor. Muito pelo o contrário os Avi Buffalo continuam a brilhar em temas como “Summer Cum” ou “One Last”.
Em baixo fica o vídeo de “What is in for?” por favor para além da música, tenham também atenção à admirável fotografia do vídeo.