domingo, 13 de janeiro de 2008

Beirut


É surrealista como o conceito de génio consegue ultrapassar a barreira do comum, tornando-se em algo único, sendo algo impossível de alcançar pelo comum mortal, que pisa o solo da normalidade todos os sem nunca pensar em levantar voo.
Zach Condon é um rapaz de vinte e dois anos nascido em Santa Fe nos estados Unidos da América, que se arrisca a tornar num dos maiores cantautores da nova geração. Mas ao contrário do que se seria de esperar vendo o enquadramento geográfico deste rapaz, ele não é o típico cantor folk com sua guitarra acústica e a harmónica (aliás este cliché é extremamente redutor). A sua inspiração vem de outro ponto do globo. Assim como pode ser constatado pela audição do seu primeiro álbum “Gulag Orkestar”, a sua inspiração vem de uma Europa de Leste que se move e dança em redor de Zach.
Em “Gulag Orkestar” Zach despe a sua pele norte americana entrando na personagem de Beirut, embarcando assim numa viagem por uma Europa de leste cheia de música cigana que é transmutada numa substância Pop, tudo isto num puro exercício de pós-modernismo. É como se a Pop Art sempre tivesse sido em tons de sépia.
Zach Condon, como Beirut transforma-se numa orquestra itinerante composta por elementos que vão buscar as suas raízes à cultura local para compor a sinfonia de Gulag Orkestar”.
Mas como o impulso criativo de Zach ou melhor Beirut não têm limites. Em “Flying Club Cup” encontramos Beirut num visual retro que contempla a grandiosidade da passagem do Sena pelas margens de Paris.
“Flying Club Cup” é um álbum conceptual que começou por ser uma homenagem a várias cidades francesas. Mas “Flying Club Cup” é muito mais do que um conceito, transformando-se em algo concreto.
Beirut traz-nos neste segundo álbum todas as típicas baladas cheias de clichés, tudo isto num tom inesquecível. Beirut oferece-nos de novo um conjunto magistral de canções que nos transportam para mundo onde a imagem tem grão e como outrora caracteriza-se pelo seu visual retro.
Com génios com Zach Condon ou Sufjan Stevens nós estamos a salvo, pois ainda existe fuga possível deste mundo moderno que nos oprime.

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