sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

"The" Apartment


Num mundo em que os media tentam encontrar em cada esquina a “next big thing”, por vezes aparecem bandas que não pretendem mudar o panorama musical da noite para o dia. Vindos de Londres os Apartment começaram devagar abrindo para bandas como os The Killers, The Kooks, Editors e os The Bravery. Bandas que não passaram da primeira linha, sendo algumas delas promessas que já se evaporam por milhares de outras bandas que todas as semanas fazem capas dos media internacionais. Os Apartment apresentam-se assim como a banda que abre para as bandas que há 2 anos abriam as “Bandas”. É neste clima de constante renovação que os Apartment aparecem vindo do país que criou a ideia de “next big thing”, podem se inserir no movimento que vai acusando algum desgaste por esta altura já é denominado de neo-post-post-punk revival ou algo parecido. A razão para a inserção desta banda nesta categoria deve-se sem dúvida a linha de baixo bastante marcada como é comum neste tipo de bandas para além disso demonstram um som muito perto de uns Kitchen of Distinction.
Se os Interpol pegaram nos Joy Division e limaram a profundidade macabra das emoções, então os Apartment pegaram em todo aquele som sombrio e puseram-no de lado. Mas isso não é necessariamente negativo, talvez a simplicidade seja uma das qualidades de “The Dreamer Evasive”.
Começamos “The Dreamer Evasive” com Paid in Full, e não começa mal, faz lembrar os The Bravery quando ainda não tentavam a todo o custo serem originais. Neste álbum até citações aos Boy Kill Boy podemos encontrar. O álbum segue com boas canções rock num ritmo certo, sem nos perdermos chegamos a “Decisions of Legomen” e esta é a música que vale a pena ouvir, que nos mostra como para além de excelentes interpretes são também excelentes compositores. Com isto já estamos ao fim do álbum e nesta altura que temos vontade de arrastar o rato e voltar a carregar no play.
Estes quatro rapazes não querem ser maiores que Deus, são apenas uma boa banda de rock daquelas que já não estamos habituados a ouvir no artificialismo das bandas do “novo rock”.

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