quarta-feira, 4 de maio de 2011

Panda Bear - Tomboy


Noah Lennox antes do lançamento de Tomboy encontrava-se à beira do rio tal qual, o messias prestes a caminhar sobre água. Esta deve ter sido a sensação do músico Noah Lennox, Panda Bear para a maioria, quando o músico se lançou na demanda da produção desde seu quarto álbum a solo. Depois dos Animal Collective se terem tornando numa espécie de confirmação divina para o mundo underground da música mundial e também para o grande público. Depois de oito álbuns, principalmente os últimos dois que os colocaram numa espécie de limbo etéreo da critica. E depois de três álbuns conceptuais em nome próprio a pressão estava sem dúvida do lado de Noah. Durante meses a internet suspirou a cada nova notícia que ia transpirando para a internet. Foi neste clima que Tomboy foi lançado.

Os seus anteriores trabalhos antecipavam um pouco daquilo que por aí vinha, pequenas pistas iam se formando sobre a essência de Tomboy. A tendência conceptual de Person Pitch ou a aglutinação musical de Young Prayer eram sinais de Tomboy. Mas a verdade é que em Tomboy as estruturas das músicas são mais convencionais do que em Person Pitch ou Young Prayer. E é este facto que torna Tomboy um álbum à parte da maioria, enquanto a maioria destes artistas experimentais constrói o os seus temas apontando para o abstraccionismo tendo sempre na sua mente os caminhos já apontados por outros no passado. A mestria artística de Panda Bear permite-lhe um controlo que lhe dá uma liberdade de artificialismos formais. E é nesta simplicidade das formas que Tomboy brilha mais alto.

O álbum inicia-se com as seguintes palavras de Noah “Know you can count on me”, e nós acreditamos em Noah desde o inicio. É com este início a passos curtos que Tomboy se começa a formar entre os ruídos fantasmáticos que o acompanham por visões mais ou menos claras.
E é nestas tonalidades mais ou menos definidas que o álbum se constrói, porque se em Person Pitch Panda Bear se move por cores mais brilhantes, em Tomboy o artista divide-se em tons mais claros que nunca chegam ao negro, passeando sempre nos tons mais cinza.
No seguimento do álbum chega-nos o tema homónimo do álbum e Slow Motion dois momentos de música pop madura com sentimento, que poucos conseguiram criar com tanta mestria. Estas músicas são de uma intensidade hipnótica que nos remete para o universo mais pessoal do artista.

Sempre em crescendo chega-nos Surfer Hymn, se anteriormente Noah havia trabalhado em cima de um quadro branco com muito poucos tons caminhado num espaço aberto criando desse modo verdadeiros turbilhões emocionais. Em Surfer Hymn acrescenta mais umas pinceladas que nos remetem para momentos mais conhecidos da carreira do artista. Aqui somos transportados para uma semi-explosão que nunca chega a explodir como costuma acontecer no universo dos Animal Collective, aqui Panda Bear tem sempre o controlo atingido pontos que seriam impossíveis atingir não tivesse ele a maturidade suficiente e a noção clara da intensidade que quer impor à canção.

Em Last Night At The Jetty é talvez onde Panda Bear esteja mais afiado tendo aqui atingido, talvez o ponto mais feliz do álbum. Entre o equilíbrio dado pelo crescimento gradual, entre o inicio industrial e a pérola melódica que pinta o restante da faixa que mistura com os vocais sempre certeiros do artista.

Ao analisar este álbum vale a pena referir as heranças dos Beach Boys e principalmente de Brian Wilson nas músicas que aqui são apresentadas. Fazendo sem dúvida os Beach Boys parte deste universo melódico do artista.

Drone a música que se apresenta a meio do álbum está nessa posição por necessidade estrutural servindo de retiro e reflexão para aquilo que acabamos de ouvir e como preparo para aquilo que ainda iremos ouvir. Uma pausa etérea para o café.

No tema seguinte a energia volta a correr nas veias de Panda Bear, atingindo assim com os refrões e a orquestração de Alsatian Darn pontos onde já havia tocado nos seus anteriores trabalhos. Esta música local do álbum onde as tonalidades parecem menos monocromáticas fazendo lembrar mais Young Pitch.

Já a caminhar para o final do álbum temos Scherazade e Friendship Bracelet, a parte mais límpida do álbum tal qual as gotas cristalinas da chuva tropical que caiem na face de Noah em Friendship Bracelet não esquecendo também o psicadelismo espacial de Scherazade.

Ainda antes de terminar o álbum temos um pouco de Lisboa no álbum deste norte-americano. Benfica é uma excelente história de uma multidão que aplaude de pé.

AfterBurner é a despedida em festa numa pista de dança algures num planeta qualquer desta constelação de Tomboy.

Tomboy é sem dúvida uma aposta ganha de Panda Bear e a prova que o músico tal qual a lenda também é capaz de caminhar sobre a água. Tomboy é isto, uma viagem a um novo universo aberto ao público por Pandar Bear. Tomboy é um Bing Bang na indústria musical que criou este universo de múltiplas camadas e com onze planetas que vale a pena visitar. Fica a certeza porem que daqui a milhares de anos continuaremos a viajar nas estrelas com Panda Bear.

1 comentário:

Anónimo disse...

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