quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Micachu & the Shapes
De Londres vem “Jewellery” o disco estreia de Micachu & the Shapes e embora não fazendo parte das jóias da rainha, este álbum é sem dúvida uma pedra preciosa.
Embora Micachu seja nome de desenho animado japonês, Mica Levi é como referido anteriormente um produto made in England. Embora desde terra educada em música clássica mestra na área, é aquilo que aprendeu nas ruas de East London que a torna mais interessante. Embora Mica Levi seja um prodígio e a mente criativa da banda os The Shapes (Raisa Khan e Marc Pel) são sem dúvida os responsáveis pela concretização das ideias megalómanas da mesma.
O álbum estreia da banda é uma explosão criativa, composta por melodias pop embrulhadas em ruídos artificiais amarrados por cordas electrónicas. E como se os adjectivos pindéricos à banda não fossem suficientes para convencer os mais cépticos, o homem que assina a produção do álbum é ninguém menos que Matthew Herbert o mestre da música electrónica.
Embora o hype criado pela crítica seja copioso, é perigoso abusar nos adjectivos numa banda que possui apenas um álbum editado. Mas a verdade é que o talento da banda é inegável, cada minuto de Jewellery encanta o aparelho auditivo. O paradigma pop em Jewellery é desconstruido, embaralhado, colado e reformulado. A pop ganha na mão destes jovens contornos surreiais que alternam a excelência musical, com uma esquizofrenia desconcertante.
Desprovidos dos maniqueísmos da indústria musical actual, os Micachu & the
Shapes movem-se com uma elegância lo-fi magistral.
Cada música apanha-nos desprevenidos e passados alguns segundos estamos presos na teia de sons criados pelas mãos de deuses que conhecem os meandros musicais do século XXI.
Em “Calculator” a banda traz os clássicos da música electrónica para os braços da pop, “Just In Case” é uma pérola criada para pessoas com DDAH e por fim “Golden Phone” o pequeno pedaço de génio que define o álbum.
Se de facto faltou algo nesta década no que à música diz respeito os Micachu & the Shapes conseguiram descobri-lo e traze-lo até nós com a maior das mestrias.
Saúde!
Ambling Alp
“Ambling Alp” é o primeiro single dado a conhecer pela banda que espantou o mundo com “All Hour Cymbals”.
O segundo álbum dos Yeasayer “Odd Blood” espera-se nas lojas em Fevereiro de 2010. O vídeo de “Ambling Alp” é uma das melhores descrições de uma experiência psicadélica desde os “The Invisibles” de Grant Morrison. O vídeo foi realizado pelas mentes criativas por detrás de Radical Friend.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
domingo, 22 de novembro de 2009
Youthless
Os Youthless são na realidade a história de dois amigos que se conheceram num liceu de Lisboa aos quinze anos. Embora com origem longe de Lisboa Alex Klimovitsky e Sebastiano Ferranti (Sab) formaram a sua primeira banda em Lisboa, banda esta que cresceu com os vários quilómetros de estrada feitos por estes dois nas suas tours.
Fazendo uma pausa nas suas carreiras musicais, Sab dirige-se a terras de sua majestade e Alex segue rumo a Nova Iorque ai os dois prosseguem a sua formação académica. Em Inglaterra Sab assimilou as diferentes tendências musicais fervilhantes por esses lados, do outro lado do Atlântico Alex envolve-se na cena Indie Local. Tendo durante esse periodo conhecido gente como os MGMT ou Greg Rogov a aquando da sua estadia.
Com imensas ideias e com uma motivação revigorada os dois voltaram a Lisboa para formar os Youthless em Janeiro de 2009, tendo a banda Alex na bateria e voz e Sab no baixo e voz. Com um novo Ep “Telemachy” já à venda fazendo parte da terceira série de Optimus Discos, os Youthless preparam-se para conquistar o mundo.
O novo Ep tal como referido por Alex é uma espécie de ressaca de uma noite de festa muito intensa. O novo Ep contem seis faixas originais e uma revisão do clássico de David Byrne “This Must Be the Place”. A inspiração por detrás de Telemachy é um conto de Telemachus filho Odisseu, segundo as palavras de Alex o ep é mais maduro que a primeiras músicas escritas pela banda.
Imersos nos sons que se fazem em Brooklyn os Youthless têm um pé na explosão rock e outro nas pistas de dança.
Dia 27 de Novembro ninguém pode perder o lançamento do seu novo álbum no Cabaret Maxime que conta com a banda convidada Ur Ma que vai ajudar os Youthless a levar o público do Maxime ao delírio.
sábado, 21 de novembro de 2009
Desconstrução do Realismo
by Piet Mondrian
A Composição de Mondrian enaltece o artificialismo da arte, para isso usa as três cores primárias, o branco e o preto. Nenhuma dessas cores se encontra na natureza como aqui são apresentadas. O vermelho e o azul puros na sua saturação total mostram-se aqui totalmente artificiais. Mas embora sejam as cores que nos prendem a atenção. As linhas eram a peça fundamental para Mondrian. As rectas levavam Mondrian ao infinito que as formas não lhe permitiam.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Roman Signer
Roman Signer trabalha principalmente com artes visuais como a fotografia, a escultura ou o vídeo. Mas Signer é na realidade um coleccionador de momentos. Signer é um criador de acções, acções e reacções essas, que são retiradas do seu tempo e presas pela câmara de Signer. Absurdista de natureza e artista por vocação Roman Signer mistura a escultura e as instalações com o documentário.
Roman Signer é um artista de arte efémera documentada para a eternidade.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
xx
Por esta altura os The xx já não são uma novidade para ninguém, a impressa tratou de receber com pompa e circunstância o primeiro álbum da banda londrina.
Tantos foram os concertos dados por esta banda nos últimos tempos que o teclista e guitarrista da banda Baria Qureshi abandonou a mesma alegando exaustão.
Sem dúvida que o hype formado à volta destes rapazes acabados de sair da adolescência é grande e talvez este seja o momento mais alto das suas carreiras, mas um facto é inegável xx o primeiro álbum da banda é sem dúvida um fenómeno que merece ser ouvido.
Fugindo aos floreados, os The xx são uma banda sem dúvida influenciada pelo património dos Joy Division, isso é contudo um facto partilhado por imensas outras bandas. Mas ao contrário da maioria para os The xx os Joy Division são um ponto de partida e não um ponto de chegada.
Embora não sendo talvez a banda mais inovadora desta década, as onze músicas de xx funcionam como todo dando origem a um dos melhores álbuns dos últimos anos.
Para além natureza joydiana da banda é possível escutar no álbum forte influências de um R&B longe daquele que se ouve nas rádios. A espinha dorsal dos The xx é um R&B casto sentido no soul das vozes.
Esquecendo especulações de grandeza em relação a este trio, vale a pena aproveitar estas canções que não se gastam e não canção de nos surpreender.
Eles vêem cá...
Quem se estreia no próximo mês de Fevereiro neste nosso pequeno país a beira mar plantado, são o duo norte americano Fiery Furnaces. Os irmãos Friedberger que lançaram o seu nono álbum este mês "Take Me Round Again", album esse lançado apenas em formato digital. O novo álbum é uma espécie de irmãos Friedberger a fazer covers de músicas dos Fiery Furnaces. Cada irmão reimagina músicas do repertorio da banda, deixando apenas enalteradas as suas letras.
A estreia em território nacional vai ser dia 26 de Fevereiro no Santiago Alquimista.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Damaris
Enquanto esperamos "The Conqueror" a segunda parte de "Battle", aqui fica Damaris o mais recente single retirado de "The Bachelor". Em Damaris Patrick Wolf fala de amores perdidos tendo se inspirado na palavra "Damaris" escrita num pedaço de madeira na lápide de um dos seus antepassados.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Desconcertante
Uma Cadeira
Duas Cadeiras.
Três Cadeiras.
Quatro Homens.
Sentam-se,
os três a conversar.
Dois vão se embora.
Senta-se o quarto.
Mais um se junta à conversa.
Outro vai e outro vem
Falam os homens do dia de amanhã
Falados os temas que tinham a falar
Saíram os dois homens.
E não ficou nenhum.
Delorean
Nossos vizinhos geográficos os espanhóis Delorean são a banda de Ekhi Lopetegi, Guillermos Astrain, Igor Escudero e Unai Lazcano. Fazendo música pop sem complexos, os Delorean aproveitam-se deste novo movimento que junta a praia e a música pop para do mesmo modo que bandas como os Girls ou os The Drums se mostrarem ao mundo. Com um ep que homenageia o maior condutor de fórmula um brasileiro, os Deloream mostram a sua pop contagiante e batidas eufóricas. Também pródigos em remix tendo feito remix para musicas de bandas como os Mystery Jets ou os The XX no seu myspace podemos ouvir uma remistura de "Live Alone" dos Franz Ferndinand.
Os Deloream acreditam que os grupos pop não devem tentar serem rock, mas não têm problemas em serem electrónicos. Tendo o equilíbrio perfeito entre as pistas de dança e os refrões contagiantes os Delorean enchem-nos os pés de areia em cada música. A banda dedica-se agora a composição do seu primeiro álbum de originais produzido por Chris Coady, esperemos que o Delorean deles os leve de volta ao nosso futuro.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Improv Everywhere
Charlie Todd é a mente criativa por detrás deste projecto. Para Charlie o dia a dia não precisa ser monótono e aborrecido pelo contrário pode ser extremamente divertido basta para isso ser criativo. Ideias tão simples como uma estação de metro cheia de pessoas que se esqueceram das calças ou um enorme grupo de pessoas que segue indicações estranhas dos seus leitores de mp3, são autênticas odes ao bom humor.
Mas analisando estes hapennings de um modo mais sério podemos descrevê-los como instalações efémeras de arte humana.
A Improv Everywhere quer distanciar-se da moda das flash mobs, sendo que a Improv Everywhere se dedica a acções muito mais ambiciosas e bastante estudadas.
Charlie Todd é um manipulador da realidade, pintado com cores berrantes os dias mais cinzentos.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
The Case of the Missing Screenplay
-So I Really Loved Your Novel
-Dark , funny, perverted, beautiful.
-You must really suffer from the terrifying clarity of your visions.
-Thank you. I do suffer. Thank you.
in Bored to Death
A Inocência do Rock
Girls são afinal dois rapazes californianos que nos trazem neste Inverno a inocência do Verão. Graças a estes dois rapazes somos transportados para tempos mais quentes, onde as cervejas geladas nos aquecem os corações cheios pelos amores de verão.
Fazendo canções Lo-fi, sem muitos acordes e embaladas pela voz frágil de Christopher Owens os Girls arriscam-se a ser em 2009 o que os MGMT foram em 2008
Já não se ouvia cantar a Califórnia assim desde um grupo de rapazes que dava pelo nome de Beach Boys nos obrigou a vestir os calções de banho e a ir surfar para a costa dos U.S.A. O surf rock dos Beach Boy é aqui a adaptado por Christopher Owens e Chet "JR" White para a geração do twitter, sem deixar de lado outras influências fundamentais como os Velvet Underground ou os Pavement.
“Album” é a crónicas das agruras ingénuas de uma idade de grandes emoções e muitas memórias coloridas.
Fazendo parte da nova vaga de bandas noise em conjunto com Wavves ou Vivan Girls “Album” é o álbum Pop que merece ser descoberto e redescoberto vezes sem conta.
Donos de canções verdadeiras demais para serem demasiado complicadas, são estas a canções que vão colorir todos os nossos dias vindouros. São estas canções Pop tão puras como pegajosas que vão parar a chuva e afastar as nuvens para dar lugar a um sol bem quente.
A Certeza dos Dias
Julian Casablancas
Depois de terem sido os cabeças de cartaz da nova vaga de rock alternativo do início do novo milénio, com o clássico instantâneo “Is This It”. Os The Strokes limitaram-se a gerir uma carreira sem grandes sobressaltos e sem grandes êxitos. Tornando-se assim vítimas do sindroma do primeiro álbum, curiosamente esse sindroma afectou também a maioria das bandas que viram a luz graças ao sucesso de “Is This It”.
Embora sem grandes êxitos os The Strokes mantiveram-se estáveis no panorama alternativo e com uma carreira consolidada como os The Strokes, os diferentes membros da banda lançaram-se em diferentes projectos desde carreiras a solo até colaborações passageiras. Gerando pelo caminho descendentes para o nome The Strokes tendo esses descendentes maior ou menor qualidade. “Phrazes For the Young” é a primeira incursão a solo de Julian Casablancas depois de várias colaborações com outros projectos. E é também o mais conseguido descendente criado pelos diferentes membros da banda.
Neste álbum Julian procura novas canções e experimenta novos caminhos sem nunca deixar de ser a voz dos The Strokes.
É curioso comparar “Phrazes for the Young” com o novo álbum de Paul Banks aka Julian Plenti, que tal como Julian é novo em trabalhos a solo. Onde Banks no seu novo álbum encontra uma nova personalidade Plenti, longe do seu som nos Interpol. Julian Casablancas mesmo procurando novas maneiras de fazer canções soa ao Julian Casablancas a voz dos The Strokes.
Um exercício interessante é imaginar que “Phrases for the Young” é o segundo álbum dos The Strokes, e pensar que talvez este seja um melhor descendente para “Is This It” do que “Room on Fire” ou “ First Impressions of Earth” alguma vez serão.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
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