quinta-feira, 31 de março de 2011
Os Anos Oitenta em 4 minutos
Aqui fica o video do cover da música “Don´t You Want Me” dos Human League feito pelos Atomic Tom. Nenhuma das versões seria digna de nota não fosse este video ter um pequeno pormenor que o torna interessante. Aquilo que torna especial este vídeo realizado por Isaac Rentz, são as dezenas de referências feitas aos anos oitenta que são apresentadas ao longo dos quase quatro minutos do vídeo.
Anna Calvi - Anna Calvi
Poucas são as vezes em que descobrimos novos artistas que nos excitam, e não acontece passadas algumas audições que o amor que por eles nutríamos tenha desvanecido. Percebe-se então o turbilhão de emoções criado em volta desta menina de lábios carnudos nascida no país
de sua majestade. O seu álbum de estreia já valeu os mais excêntricos elogios a esta menina que ainda há pouco tempo se movia no núcleo nu-folk.
Deixa-me contudo deveras incomodado os comentários que referem a Anna Calvi como uma transcrição de Polly Jean Harvey. Convínhamos, é quase impossível para uma mulher pegar numa guitarra sem aparecer alguém a referir o nome de PJ Harvey. Esta comparação inútil serve apenas para desmerecer a originalidade deste primeiro trabalho de Anna Calvi. Não compactuo contudo com ilusões exageradas de grandeza como o comentário de Brian Eno que se refere a Anna Calvi como o maior acontecimento na música desde o aparecimento de Patti Smith.
O disco homónimo de Anna Calvi traz-nos uma construção narrativa que nos relembre os ambientes criados por Angelo Badalamenti. Aliás a o primeiro álbum de Anna Calvi muitas vezes se aproxima da tensão encontrada nos momentos mais intensos da banda sonora da saga de Twin Peaks. As referencias melodicas deste álbum homónimo não se contudo com o universo de David Lynch a música de Anna Calvi encaixa na perfeição nos ambientes cénicos dos filmes de Gus Van Sant ou Wong Kar-Wai.
Anna Calvi não facilita em nada audição do seu álbum começando o álbum com “Rider to The Sea” o momento instrumental que nos remete para algo próximo de uma estética dos spaghetti westerns.
A voz elegante de Anna Calvi percorre muitos caminhos neste seu álbum homónimo desde a personagem inquietante de “No More Words” ou viagem pelo espaço minimalista de “The Devi” na companhia voz desassossega de Anna.
Anna Calvi utiliza neste álbum a guitarra para evocar emoções que tradicionalmente estão presas ao mundo literário. A carga dramática da voz de Anna Calvi liga-se na perfeição aos sons negros eléctricos que vêem da sua guitarra. Longe de uma linguagem realista a música de Anna Calvi leva-nos para lugares transcendentais e negros que devem envergonhar as meninas que afirmam ter algo a ver com a estética gótica.
Se não bastasse a beleza física desta mulher com ascendência italiana as letras e a voz de Anna Calvi transmitem uma sexualidade que transborda em cada música e ameaça incendiar o nosso espírito com a sua intensidade galopante.
Para finalizar aqui fica o registo ao vivo do tema “Desire”
quarta-feira, 30 de março de 2011
Ângelo de Sousa (1938-2011)
Ângelo de Sousa pintor que marcou com as suas obras a contemporânea portuguesa, morreu ontem na sua casa do Porto onde o artista se havia radicalizado aos 73 anos. O artista fazia parte do grupo denominado “Os Quatro vintes”, assim denominado pela classificação máxima na sua licenciatura. Embora o grosso da sua obra tenha sido a pintura o artista nascido em Maputo cultivou muitas outras disciplinas artísticas como a escultura a fotografia e o vídeo. Através das formas e da luz Ângelo de Sousa explorou novos caminhos na criação artística. Para além do seu abrangente espólio fica também para a posteridade o filme “Ângelo de Sousa - Tudo o que sou capaz” de 2010 realizado por Jorge Silva Melo.
terça-feira, 29 de março de 2011
Scenes from the Suburbs
Esta curta trata-se de um filme de série B de ficção científica gravado em Austin com a música como é óbvio dos Arcade Fire.
Procrastination
Esta curta de Johnny Kelly, foi a seu trabalho de final de curso no Royal College of Art. Esta curta fala o facto de termos de fazer imensas outras coisas antes de fazermos algo que realmente importe.
Rolling Roadshow
Emory Douglas
As suas imagens ajudaram a mudar a história americana, criando o ímpeto necessário que a comunidade afro-americana necessitava para reclamar os seus direitos como americanos.
Com os seus posters Emory Douglas trouxe a arte para as ruas como arma contra os seus opressores. Tendo se tornado uma inspiração para o movimento de street art que viria a aparecer muitos anos mais tarde.A arte surgiu na vida de Emory Douglas durante as suas entradas e saídas do reformatório, tempos mais tarde envolveu-se com o Partido dos Panteras Negras, posteriormente viria a se tornar no ministro da cultura do partido.
Durante o seu envolvimento com o Partido criou posters e trabalhou nas capas do jornal do partido. Numa altura em que uma grande fatia da comunidade afro-americana era iletrada, as imagens criadas por Emory Douglas tornaram-se na única forma de transmissão da mensagem do partido.O artista foi também responsável por criar imagens que se diluíram na cultura pop, um dos exemplos é a designação dada aos polícias americanos “Pigs”. Essa imagem foi criada como resposta aos polícias que atacavam as comunidades afro-americanas sem razão aparente.Hoje em dia ao analisar a comunidade graffiti Emory renega o formalismo da arte, dando mais importância à mensagem e ao ataque das organizações que continuam a oprimir as comunidades.Nos tempos de hoje em que se fala de esperança e que a América tem o seu primeiro Presidente negro, Emory continua a manter um cepticismo saudável a estes tempos.
sábado, 26 de março de 2011
Wounded Rhymes
Chegada a hora de avaliar o segundo longa duração da artista sueca Lykke Li, a primeira impressão que nos chega de “Wounded Rhymes” é que esta rapariga que nos aqui é apresentada não é a mesma que em 2008 nos trazia um palete de música orelhudas que depressa inundaram as pistas de dança.
Se no primeiro álbum Lykke Li procurava em cada faixa conseguir encontrar o single com que pudesse conquistar o público que ainda desconhecia esta jovem sueca. Neste “Wounded Rhymes” a maturidade conseguida pela artista desde o lançamento de “Youth Novels” garante a Lykke Li um controlo muito superior do andamento do álbum. Neste segundo álbum existe uma cadência que não existia no álbum original da artista.
As canções que formavam o primeiro álbum da cantora garantiam apenas a designação de simpático ao álbum. Em “Wounded Rhymes” Lykke Li arrisca muito mais deixando para trás a pista de dança óbvia onde se situavam a maioria das canções originais. Aqui Lykke Li ganha uma textura rock e dá o corpo ao manifesto em cada uma das músicas, deste seu mais recente álbum. A pop minimalista que definia as canções do primeiro álbum deu lugar a uma apresentação mais dramática e pujante das músicas.
Contudo esta segunda tentativa da cantora não está isenta de falhas. A meio do álbum Lykke abre mão da pujança com que inicia o álbum, despindo as suas músicas de alguns artifícios, mostrando que é uma grande cantora Lykke Li revela nesta momento do álbum uma paleta incrível de emoções. Contudo é também neste momento que a cantora é mais frágil, perdendo por vezes o controlo. Contudo Lykke Li consegue salvar a pele graças à utilização grandiosa do reverb que lhe aconchega a voz.
Neste álbum repleto de contrastes Lykke Li alterna entre momentos de uma força sobre-humana e outros onde revela toda a sua vulnerabilidade.
Concluindo a escolha de Lykke Li em arriscar compensou, tendo dado a conhecer ao público um trabalho muito mais coeso e maduro que sem dúvida mostra um crescimento exponencial desta cantora sueca.
terça-feira, 15 de março de 2011
segunda-feira, 14 de março de 2011
Geração à Rasca
Se quiserem ver mais fotos da Manifestação de 12 de Março da Geração à Rasca podem ir até à minha página do facebook.
quarta-feira, 9 de março de 2011
10 Congoleses + 10 Indies = FMM
A noite do dia 23 de Junho já tem o palco no castelo reservado a 20 músicos que se dividem entre músicos da cena Indie ocidental e músicos congoleses que se inserem na série “Congotronics”.Segundo o site do festival de Sines o primeiro nome confirmado para a edição de 2011 do festival é colectivo do projecto “Congotronics vs Rockers”. Este projecto trata-se um tributo feito por vários artistas Indie às bandas da República Democrática do Congo. O primeiro fruto deste tributo dá pelo nome de “Tradi-Mods Vs Rockers: Alternative Takes on Congotronics” e foi lançado no final de 2010 e trata-se de tributo prestado por 26 artistas rock aos músicos do Congo onde esses músicos pegam em muitos do instrumentos tradicionais congoleses e electrificaram-nos juntando assim à sua estética habitual os sons da República Democrática do Congo.A versão ao vivo deste projecto que dá pelo nome de “Congotronic vs Rockers” será apresentada nesta primavera e verão ao público e o palco do FMM será uma das paragens deste colectivo que contará com 10 músicos da cena indie de bandas como Deerhoof, Wildbirds & Peacedrums ou os Skeletons e ainda Juana Molina e com 10 músicos da série “Congotronics” que conta com músicos das bandas Kasaï AllStars e Konono nº1 duas bandas conhecidas pelas suas utilizações das músicas tradicionais do seu país e a reinvenção das mesmas.Ficamos então à espera da noite de 23 de Junho onde está mistura de sons irá criar com certeza um espectáculo memorável.