segunda-feira, 21 de abril de 2008

IndieLisboa '08


O INDIELISBOA é um local privilegiado para a descoberta de novos autores e tendências do cinema mundial e integra uma competição de longas e curtas metragens de novos realizadores.

Mantendo o seu foco na criatividade e independência dos autores, em apenas quatro anos, o INDIELISBOA é já reconhecido como um dos mais importantes festivais de cinema em Portugal.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Because Music Matters

boomp3.com

Guillemots - Red


Depois do sucesso conseguido com “Through the Window Pane”, Fyfe Dangerfield poderia ter seguido a fórmula do primeiro álbum que se centrava em músicas introspectivas e de incomparável beleza onde estava clara a influência da formação clássica de Fyfe. Em “Red” será difícil reconhecer os Guillemots de “Trains to Brazil”, é evidente que Fyfe Dangerfield em “Red” tentou provar que por vezes mais é mesmo mais.
Ao fim de alguns segundos de “Kriss Kross” depressa percebemos que o quarteto comandado por Fyfe não está para brincadeiras. E se o objectivo é chamar a atenção dos ouvintes “Kriss Kross” é a música perfeita para esse intento, as guitarras, os violinos e a forte linha de baixo acordam qualquer ouvinte incauto. Em “Kriss Kross” tudo parece ser propositadamente exagerado para dar uma noção de grandeza. Depois de um início tão explosivo chegamos a “Big Dog” uma música que não estaríamos à espera de uma típica banda indie “inglesa”, “Big Dog” é uma poderosa música de R&B onde os sintetizadores imperam e os samples vocais abundam. A música é tão potente que é capaz de por a chorar de vergonha um qualquer filho da safra “Timbaland”. “Big Dog” é a música que irá afugentar todos os fãs mais ortodoxos da banda. Eu acredito que haverá fãs que queimaram os seus álbuns e a organizaram uma verdadeira caça às bruxas depois desta música.
É com “Falling out od Reach” que os Guillemots parecem dar um piscar de olhos a “Throug the Window Pane” (esta música é como que uma espécie de reconciliação com os fãs depois de “Big Dog”). “Get Over it” (o primeiro single retirado do álbum) e Last Kiss são as músicas que levarão os Guillemots até às pistas de dança. “Get Over it” é a música orelhuda do álbum e é claramente a “Trains to Brazil” de “Red”. Nesta música tal como em “Last Kiss” as guitarras envolvem-se com a electrónica criando um ambiente perfeito para as pistas de dança. A música que se segue é uma mudança no ambiente que se vinha a sentir até aqui no álbum em “Clarion” Fyfe constrói uma música Pop com múltiplas camadas que vão aparecendo ao longo de uma das construções líricas mais intricadas do álbum. Seguem-se “Cockateels” com uma batida bastante kitsch onde Fyfe faz lembrar uma certa estrela Pop em plenos anos noventa. Em “Words” Fyfe mostra-se mais uma vez como um grande intérprete numa música melodicamente elegante. “Don´t Look Down” é um dos pontos altos antes do final do álbum, onde os Guillemots experimentam uma linha de baixo atípica com baterias histéricas isto tudo numa construção a fazer lembrar os U2 (curiosamente o engenheiro de som de “Red” é Adam Noble que já trabalhou com os U2). Para terminar o álbum temos “Take me Home” com uma orquestração mais clássica. O novo álbum dos Guillemots não será um álbum de fácil digestão para a maioria da comunidade Indie que não está habituada a alguns condimentos presentes em Red. Para aqueles que não se importam os estereótipos têm sinal verde para ouvir novo trabalho do megalómano Fyfe Dangerfield e sua banda.

domingo, 13 de abril de 2008

Isolation


in "Phonogram #3" by Kieron Gillen and Jamie McKelvie

Os Cromos de Leicestershire


Os cromos estão de volta e trazem consigo o álbum “Superabundance”. E é com agrado que posso dizer que a formula que desde sempre caracterizou o trio post-punk de Leicestershire continua presente. Os Young Knives não se esqueceram nem do humor presente nas letras (que continua tão acutilante como em “Voices of Animals and Men”) nem das guitarras angulares que estão ainda mais frenéticas. Como sempre os Young Knives ouvem-se melhor em alta velocidade. Aqui fica um dos singles de “Superabundance”, “Terra Firma”.

Between the Bars

Aqui fica o novo cantautor de Brooklyn Chris Garneau, que lançou há pouco tempo o álbum "Music for Tourists". Desta vez podemos ve-lo interpretar um tema de Elliott Simth, "Between the Bars".

High Fidelity

Rob: What came first, the music or the misery? People worry about kids playing with guns, or watching violent videos, that some sort of culture of violence will take them over. Nobody worries about kids listening to thousands, literally thousands of songs about heartbreak, rejection, pain, misery and loss. Did I listen to pop music because I was miserable? Or was I miserable because I listened to pop music?

sábado, 12 de abril de 2008

Curtas #3

Jim Noir

Alan Roberts é o nome do músico multi-instrumental vindo de Manchester que se deu a conhecer ao público como Jim Noir. Jim Noir é a persona de Alan que sobe ao palco rodeado pelas luzes coloridas e o seu chapéu de coco. Vindo de uma época onde os Beatles e os Beach Boys lutavam pelo título de melhor álbum Pop, Jim Noir traz todo o espírito psicadélico para o novo milénio. Jim Noir não é o primeiro nem será o último tentar aproximar-se de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, mas é um dos primeiro a conseguir fazer um álbum competente suficiente para ser considerado um grande álbum Pop. Depois do álbum de estreia o “Tower of Love”, Jim Noir avança agora com um álbum homónimo onde volta a juntar as orquestrações tradicionais comuns dos anos 60 com as novas máquinas dos nossos dias que mesclam estes quase cinquenta anos dando origem a boas músicas Pop. E assim é Jim Noir o cantautor que os Beach Boys se esqueceram de mencionar.


Frightened Rabbit

Os Frightened Rabbit vêm da Escócia mais precisamente da cidade de Glasgow a cidade que já deu a conhecer ao mundo bandas tão díspares comos os Franz Ferdinand, os Mogwai, os Primal Scream ou os Belle and Sebastian. Embora Glasgow seja uma cidade de talentos comparada a Detroit dos anos 60, parece não haver um género que consiga ligar as diferentes bandas vindas desta cidade escocesa. Como não poderia deixar de ser, será algo difícil para qualquer fã encontrar similaridade entre o som simpático dos Frightened Rabbit e o som de algumas das bandas atrás referidas. Se os Mogwai são conhecidos pelas instrumentalizações complicadas que criam diferentes atmosferas os Frightened mantêm a instrumentalização simples como qualquer outra banda de rock tradicional. Embora o som dos Frightened Rabbit seja um som simpático não é de longe nem de perto tão adocicado como o dos Belle and Sebastian, nem tão frenético como o dos Franz Ferdinand. Muito pelo contrário os Frightened Rabbit são comuns o suficiente para serem originais.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

I´m not There...


Olhei-me no espelho e não reconheci o rosto reflectido, aquele rosto não é meu talvez já o tenha sido mas já não o é. É difícil imaginar que aquele rosto já tenha sido meu, que eu já o tenha usado. Sinto-me a atravessar uma rua usando um casaco que não me pertence é como se estivesse largo e já não me servisse. É como se a minha identidade fosse algo volátil. Perdi a minha sensação de unidade, já não sou um mas vários. É como se cada pessoa me chamasse por um nome diferente e eu respondesse a todos eles com uma voz diferente. Eu sou o factor x, eu não sou, eu já fui, eu irei ser. Quando morrer qual dos meus rostos a pessoas velarão, qual das minhas identidades irá aparecer na lápide. Eu não tenho uma pronome definido, o “eu” não me pertence, sou a amálgama de todos os meus seres. Sou o ancião com olhar cansado, sou criança presa no passado, sou niilista ateu, sou o crente devoto e ao mesmo tempo não sou nenhum. Eu não estou aí.