É chegada à altura do ano em que condensamos um ano inteiro em
listas, a primeira destas listas será a lista dos melhores filmes de 2011.
Tree of Life. Realizado por
Terrence Malick
Melancholia. Realizado por Lars Von Trier
Le Quattro Volte. Realizado por Michelangelo Frammartino
Midnight in Paris. Realizado por Woody Allen
A Dangerous Method. Realizado por David Cronenberg
This is Not a Film. Realizado por Jafar Panahi
Putty Hill. Realizado por Matt Porterfield
Sangue do Meu Sangue. Realizado por João Canijo
The Descendants. Realizado por Alexander Payne
Venus Noire. Realizado por Abdellatif Kechiche
Esta lista dos melhores filmes do ano é encabeçada
pelo mais recente filme de Terrence Malick. Tree of Life dividiu opiniões, não
deixando ninguém indiferente, houve quem achasse o mais recente filme de Malick
uma obra-prima enquanto outros acharam-no uma perca de tempo. A verdade é que
Terrence Malick tentou com este filme ultrapassar os limites da linguagem
cinematográfica, tendo com sucesso aproximado o seu filme da linguagem poética
abstracta que reconhecemos noutras formas artísticas como a poesia lírica ou a
música. Tree of Life é a obra mais conseguida de Malick e é também uma peça
fundamental da história do cinema. O filme que se segue na lista dos melhores
do ano é assinado por Lars von Trier, Melancholia é uma obra que inclui muitas
das mais belas imagens filmadas por este realizador Dinamarquês. O filme de Michelangelo
Frammartino classificado por alguns como ultra-realista mostra a todos que
viram esta peça de arte italiana o ritmo das estações, filmadas com mestria no
filme Le Quattro Volte. Os filmes que se seguem marcam dois grandes retornos de
dois autores do cinema norte-americano. This is Not a Film a obra do realizador
iraniano Jafar Panahi mostra a necessidade de se expressar de um homem recluso
em sua casa por um regime que não permite que este homem realize a sua arte.
Preso neste ambiente claustrofóbico Jafar Panahi constrói um universo fílmico com
as coisas que o rodeiam. Embora o filme Putty Hill tenha feito parte da mostra
de vários festivais de cinema em 2010, o filme de Matt Porterfield só teve
lançamento oficial no ano 2011 daí a sua presença nesta lista. A lista termina
com os últimos filmes de João Canijo, Alexander Payne e Abdellatif Kechiche. Sangue
do Meu Sangue é um filme de mulheres e é também a confirmação de um dos
principais nomes do cinema português. Alexander Payne volta filmar personagens
que lutam contra as dores da crise de meia-idade desta vez é o personagem de
George Cloney que tem de lutar para manter uma família que está à beira da fractura.
O último filme desta lista é Venus Noire.
A série que traz o actor Dustin Hoffman para o pequeno ecrã é assinada por David Milch, o criador de Deadwood. O centro da narrativa de Luck é uma pista de corridas de cavalos, é esse o núcleo de onde se desenvolvem as múltiplas sub-narrativas da série. O ambiente e cenários remetem para os livros de Bukowski, menos crua mas com mesmo grau de cinismo que caracterizou a obra de autor norte-americano, a série descreve um universo contido em si mesmo e desconhecido para maioria das pessoas. A vida destes homens de olhos semicerrados focados nas pistas, onde se pode observar uma mistura entre a natureza primitiva e imprescindibilidade do jogo. Pode ser tanto uma bênção como um perigo para um argumentista, mas Milch que já deu provas do seu talento no passado, consegue gerir as emoções que formam nas bancadas na perfeição. A série estreou no passado domingo no canal norte-americano HBO, casa de série como os Sopranos de quem a série de Milch rouba alguns requisitos estéticos. O piloto da série contou com a realização de Michael Mann que nos últimos tempos tem colocado ênfase no estilo em detrimento da coesão narrativa. No piloto de Luck,Michael Mann parece ter recuperado a boa forma, a realização de Mann liga na perfeição com a escrita de Milch. A série começa com Chester "Ace" Bernstein – a personagem de Hoffman – a sair da prisão depois de uma pena de três anos que Ace cumpriu para salvar os seus parceiros de negócios. O recém libertado parece focado em levar a cabo uma vingança contra esses supostos parceiros de negócios. Para além de Hoffman podemos também encontrar em Luck a personagem de Nick Nolte, um homem de uma certa idade que acha ter encontrado o cavalo que será o novo campeão das corridas. Mesmo que a série não tivesse mais nenhum incentivo, valeria a pena assisti-la simplesmente para poder assistir à actuação destes dois homens. Embora Hoffman não tenha tido muito tempo de antena no piloto, os momentos em apareceu mostram que Hoffman consegue actuar até com o saco enfiado na cabeça. A raiva contida no semblante de Ace quase estilhaçava o ecrã da televisão. Por outro lado o balbuciar de Nolte esconde um personagem que com certeza no futuro será um dos mais ricos da série. Ao contrário de uma atitude “in your face”, Mich conta com a sua escrita literária para construir este mapa de narrativas que dá origem a Luck. Resta agora esperar que o público norte americano tenha paciência e deixe-se envolver por esta série que tem o potencial para se tornar um marco na história da televisão norte-americana.
O ano de 2012 trará consigo o novo álbum do artista Mike Hadreas mais conhecido pelo seu nome de palco, Perfume Genius. O sucessor de Learning tem data marcada, Put Your Back N 2 It será lançado no dia 20 de Fevereiro pela Matador. A crueza com que narrou a sua intimidade trouxe-lhe o sucesso e as críticas inspiradoras. Este segundo álbum promete esbater esta intimidade ambicionando a universalidade. O estilo impressionista que o caracterizou sofrerá uma expansão temática. As promessas são muitas mas não são descuradas pelo tema All Waters.