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O Fascínio do ruído é algo intrínseco à existência do ser humano como individuo. O ruído quando percepcionado na sua forma pura e longe de um contexto, leva o cérebro do indivíduo a depressa buscar um contexto para o mesmo.
Mas o ruído pode ser usado para a criação de uma composição. Um ruído sozinho é algo intrínseco ao objecto que o produz. O ruído acompanhado e dentro de um contexto, dá origem assim a uma composição onde o ruído não se reduz no conceito anteriormente percepcionado pelo individuo. Ou seja o ruído perde a sua natureza intrínseca para fazer parte um aglomerado de sons e o contexto do mesmo é então ditado pelo por esse mesmo aglomerado, a composição.
Ou seja a origem do ruído deve ser irrelevante para a apreciação final da composição criada.
O ruído pode ser utilizado como arma obliteradora dos dogmas musicais, pois quando recorremos a esta filosofia sonora, utilizamos uma produção indeterminista. Que dá origem a uma composição desprovida de resultados pré-determinados mas é contudo provida de uma intenção real e pura. Sendo assim esta peça como um todo não se resume à soma das suas partes. Pois quando voltamos a separar as partes, estas estão desprovidas de qualquer arte, voltando assim a fazer parte do seu antigo contexto.
Logo ausência de música é a música em si mesmo.
“A melhor peça musical é aquela ouvimos sempre que estivermos em silêncio” John Cage.
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